foto daniel de andrade simões
Para viabilizar a OBAN, a ditadura convocou uma reunião em São Paulo, organizada pelo dono do Banco Mercantil, Gastão Vidigal, e coordenada por Delfim Neto, oportunidade em que ambos solicitaram vultosas somas de dinheiro para o combate à “subversão”.
Diversas empresas contribuíram financeiramente para repressão política, mas deve-se ressaltar a participação da Supergel, que fornecia gratuitamente alimentos à OBAN, e da Ford e da Volksvagen, que cediam os veículos atuantes nas operações clandestinas dos agentes da ditadura.Do sustentáculo à repressão política, participou ativamente o Grupo Folha, que cedia veículos estampados com os nomes de seus jornais para serem utilizados pelos agentes da repressão política, despistando assim os revolucionários.
Uma de suas publicações, “A Folha da Tarde”, era considerada nos bastidores como “Órgão oficial da OBAN”.
Uma das empresas que mais se destacou na colaboração com a repressão foi a Ultragás, que emprestava seus caminhões e uniformes, utilizados pelos militares para realizarem prisões e emboscadas contra os militantes revolucionários.
O presidente da Ultragás, o dinamarquês Henning Albert Boilensen, era um dos maiores colaboradores da repressão e reunia, com freqüência, altas somas em dinheiro, entregues à OBAN e ao DOI-CODI. Ofereceu também um prêmio em dinheiro aos policiais que mataram o revolucionário Carlos Marighella.
Tornou-se amigo dos militares e policiais torturadores e chegou a freqüentar com assiduidade o DOI-CODI, onde tinha como hobby assistir às sessões de tortura.
Identificado pela guerrilha, em abril de 1971, Boilensen foi fuzilado na rua por um comando revolucionário, que cumpriu o ato de justiçamento.
Tinha também livre ingresso nas dependências do DOI-CODI um indivíduo conhecido por Lalau,( Nicolau dos Santos Neto) que lá almoçava com freqüência e era recebido com festas pelos integrantes da sinistra repartição.
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