Paris...foto daniel de andrade simões
A densidade desse momento, perpassa a todos aqueles, que nasceram e descobriram com a vida, o que significa lutar pelos direitos e deveres de todo ser humano oprimido.
Estou aqui de cabeça erguida, para bater na porta de um Tribunal, que sabendo o valor de resgatar a luta de milhares de seres humanos contra um regime ditatorial, não hesitou em fazer história.
Que as gerações vindouras julguem, na preservação de nossa memória nacional !!
Nossos filhos, netos e tantos quantos surjam na vida, terão orgulho que não nos omitimos, na luta pela dignidade do ser humano.
Não precisamos de palavras e frases de efeito, quando o exemplo de tantas vidas extintas e ainda vivas, deram e continuam mostrando o caminho, de que é possível um mundo justo e melhor!
O alicerce desse Tribunal, que não tem a arrogância de se chamar Supremo,repousa sobre a vida e o sangue de milhares de brasileiros que acreditaram e lutam pela justiça e paz, nesse País !
Que fique bem claro, que nenhuma compensação financeira, paga o sofrimento psíquico, moral, físico e mesmo material, de todos aqueles que foram perseguidos pela ditadura !
Essa é uma chaga indelével, que não se extinguirá, enquanto existir e for mantida, uma consciência histórica nacional.
Aqui não existe lugar para relatos de bravuras de militância !
Hoje, debaixo dos meus 66 anos, vejo com tranqüilidade, que ao longo de minha vida, (militância e trabalho profissional) aqui em Aracaju, em S.Paulo e no exterior, plantei uma semente de alegria, pela luta em prol da justiça e da paz entre os homens.
A história da subjetividade dos exilados brasileiros nos “anos de chumbo”, está para ser escrita.
Suas dores e alegrias, suas esperanças e dúvidas, suas certezas e inquietações, estão na memória de uma geração que está morrendo e deixando um rastro de luz pela vida !
Dentro e fora do país, era um só coração, agindo, lutando sem cessar, pela derrubada da ditadura.
Exílio - Nemezio Garcia
E NÓS CONSEGUIMOS !!!Viramos uma página da história nacional e continuamos a construir em zigue-zague, uma democracia, um Estado de Direito, que queremos perene, onde a participação da representação popular, conquiste pelo voto sua supremacia.
Saudações fraternas a todos os Membros da Comissão de Anistia
José Côrtes Rolemberg Filho
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