Os Waiãpis - foto daniel de andrade simões
Bar do Maguila, Trindade e Zé Roberto Alencar - foto Elson Martins
Elson Martins, editor do Varadouro do Acre e Folha do Amapá - foto daniel de andrade simões
Eu passei batido no dia do jornalismo. Aos 72, já nâo me gabo de minha memória, tão útil nos embates
do jornalismo alternativo em que me formei. Mas olha, teu site é uma coisa viva, de qualidade, que chama
atenção nessa blogosfera em desordem criativa.
Osmar Trindade, o Touro Sentado - foto daniel de andrade simões
E sua homenagem ao velho guerreiro Osmar Trindade mexeu com o meu coração. Outro velho guerreira que também já se foi, o Zé Roberto de Alencar, o Zé Grandão, explicava seu talento de repórter com a expressão: "muita sorte e pouco juizo". Caramba! Essa expressão explica, em parte, minha trajetória jornalistica pelo Acre, no Amapá e em Belém (de passagem), cruzando caminho com essa figuras geniais, entre as quais incluo você, Lúcio Flavio Pinto, Correa Neto e tantos outros. Foi um privilégio meu, como editor e diretor da Folha do Amapá no periodo 1991/2003, poder contar com suas fotos maravilhosas, na capa o no miolo do jornal que funcionou como uma escolinha de bom jornalismo em Macapá. E depois poder contar com o Touro Sentado Trindade como editor, um cara que saiu do Coojornal, foi lapidar-se na Africa (Moçambique) e cheio de experiencia e ternura, passou a editor de nossa Folha, cercado de meninos e meninas iniciantes na profissão. Sinto saudades daquele jornalismo e das lições do Touro - técnicas e humanas, sobretudo humanas, - que iniciavam na redação e terminavam no bar do Maguila, em frente do majestoso Rio Amazonas, local apropriado para uma cachacinha com camarão no bafo.
Poucos dias antes do Chefe Trindade nos deixar para sempre, estive com ele em Brasilia, num jantar na casa do José Maria Cunha, -irmão do poeta amapaense Alvaro da Cunha, e ele próprio também poeta, além de bancário aposentado e fazendeiro lúdico - saboreando um ótimo vinho e os quitutes da Flavinha (mulher do Zé Maria). Foi uma noitada e tanto, mas o chefe Osmar Trindade de Porto Alegre, não deixou suspeitar que estivesse doente. Era um sujeito durão, revolucionário e solidario, chamei um taxi e dei carona pra ele assegurando-me que chegaria bem no seu endereço. Puxa! Por que o homem lá de cima o levou tão cedo? Por que levou também o Zé Grandâo? Em 2001 ou 2002, creio, este apareceu em Macapá e queria porque queria que o contratasse como repórter da Folha do Amapá, logo ele, que quando via um elefante queria saber onde ficava seu ninho, e assim passou pelas melhores redações do Rio e Sâo Paulo manchetando as capas dos jornalões e revistas.
Só mesmo com muita sorte e pouco juizo explicaria o cruzamento de caminhos que acabou me premiando
nestes confins da Amazônia.
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