foto daniel de andrade simões
PELO DIREITO DE SER CRIANÇA Tânia Miranda, historiadora, mestre em educaçãotania.miranda@terra.com.br
De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), há cerca de 215 milhões de trabalhadores infantis no mundo, entre 5 e 17 anos, dos quais mais da metade estão em trabalhos perigosos. No Brasil, são 4,2 milhões, sendo que mais da metade executa atividades perigosas. A cada minuto no mundo uma criança em regime de trabalho infantil sofre um acidente de trabalho, doença ou trauma psicológico. São mais de 1.400 acidentes por dia. Há percentuais alarmantes de mutilações, incapacidades permanentes e mortes. Trabalho infantil e em atividades perigosas não é exclusividade de países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento. Nos Estados Unidos e na Europa, crianças são exploradas e é elevada a vulnerabilidade para acidentes de trabalho.O trabalho infantil é proibido por lei e constitui-se crime, mas, nas florestas da Amazônia, crianças correm fazendo estrias nas árvores para o sulco, colocando sacos para resina escoar, têm as mãozinhas grudentas de goma ou cheirando a diesel usado para limpeza, se arriscam em barcos rio acima, rio abaixo, fazendo comércio, têm os olhos queimados pelo óleo da castanha ou são usadas sexualmente de forma covarde.Nos campos, esses pequenos seres se consomem nas sufocantes e quentes carvoarias, mãos infantis colhem folhas de chá, fumo ou frutas, aplicam veneno, são marcadas pelo ácido da laranja, mutiladas pelas foices nos canaviais. Nas olarias são vistas alimentando o moinho, britando pedras ou inalando os resíduos de pólvora. Mãozinhas delicadas fabricam louças e porcelanas e sofrem com alvéolos pulmonares petrificados pelo pó de sílica.Embora o número venha diminuindo, nossas crianças clamam por ter assegurado o direito de ser criança, de brincar e sonhar - brincar cumpre na infância um papel muito maior do que a busca do prazer e da diversão. Muitas das perdas ao longo da nossa vida podem ser repostas ou substituídas em outra fase, mas a infância nunca poderá ser restituída a quem a teve roubada ou mutilada.
Apesar das dificuldades que os cubanos têm para sobreviver a prioridade do governo é educação e saúde. Nenhuma dessas crianças é cubana - foto daniel de andrade simões
Um comentário:
PqP. Arrepiei, Saitica!
A foto que ilustra e após meu artigo, com a informação sobre a pequena ilha caribenha, é de arrebentar a emoção. Vcs são ótimos, Daneil e Stella.
Bjs baianos.
TM
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