segunda-feira, 30 de abril de 2012

Dia do Trabalhador. Esse tal de primeiro de maio...

fotos daniel de andrade simões



Desde a sua criação, em 1º de maio de 1943, a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) foi responsável por grandes mudanças na esfera trabalhista nacional. Contudo, de lá para cá, muita coisa mudou e as leis que antes se adequavam perfeitamente as necessidades dos trabalhadores já não se mostram ser tão perfeitas assim.

Se você duvida disto, basta consultar a opinião dos profissionais que realizam trabalhos de natureza intelectual ou que prestam serviços, por exemplo. “A CLT não foi feita para o trabalho intelectual, mas sim para atender as necessidades dos trabalhadores da indústria”, assegura a advogada trabalhista e sócia do escritório Benhame Sociedade de Advogados, Maria Lúcia Benhame.


Segundo ela, quando o decreto foi assinado, há 69 anos atrás, a indústria tinha um papel muito importante no País e, por isso, tal documento se mostrou tão fundamental, sendo importante ainda nos dias de hoje.
“Ainda que a indústria tenha mudado muito em termos tecnológicos, o trabalho executado pelos profissionais da área mudou pouco, permitindo o atual emprego da CLT sem maiores problemas”, explica Maria Lúcia.
O problema
A questão, no entanto, é que tal adequação não costuma se repetir quando o assunto diz respeito aos trabalhos intelectuais e aos serviços, por exemplo.


“O trabalho intelectual trouxe uma série de mudanças para o mercado por se tratar se algo que envolve conhecimento. Este é um trabalho que não pode ser comparado ao executado pelos profissionais da indústria”, argumenta Maria Lúcia.

Segundo ela, esse tipo de trabalho não deveria ser medido pelo tempo como propõe a CLT, mas sim pela produtividade. “A CLT está desatualizada. Não podemos medir uma jornada desta categoria pelo tempo, afinal, existem trabalhos mais complexos de serem executados e que não são possíveis de se mensurar”, explica.
Para ilustrar a questão, a advogada cita como exemplo, o fato de que uma ideia pode surgir a qualquer momento, até mesmo durante o lazer. “A solução de um problema pode aparecer quando o profissional estiver fora do trabalho. E então, como fica? Isso significará que ele está trabalhando?”, diz.
Precisa mudar


E é por essas e outras questões que a CLT deveria mudar. “A principal questão vem em torno da necessidade defendida por alguns de modernização das leis brasileiras para que estas possam acompanhar a realidade mundial de globalização e, principalmente da concorrência mundial”, diz a advogada trabalhista e previdenciária do Cenofisco (Centro de Orientação Fiscal), Rosania de Lima Costa.

Segundo ela, é necessário que haja uma mudança de paradigma. Ou seja, que os trabalhadores sejam olhados com outros olhos. “A organização e o trabalhador precisam se abrir para as mudanças e, para isso, uma confiança mútua precisa ser gerada para concluir a negociação de alguns direitos”, sugere Rosania.
Atualização necessária

Ilha do Presídio, Porto Alegre (1981) - Todo preso, é de certa forma um preso político - Fotos daniel de andrade simões

Hoje, o Projeto de Lei 5.483/2001, atualmente em tramitação no Senado, prevê a flexibilização da legislação trabalhista para que alguns direitos possam ser negociados. “Trata-se de uma tentativa de adequar a CLT às mudanças do século XXI”, diz a advogada do Cenofisco.
De acordo com ela, as discussões apresentadas pela proposta abordam a flexibilização da jornada de trabalho, bem como as consequências na relação de emprego e a possibilidade (ou não) de deixar o trabalhador sem tutela.
(http://www.infomoney.com.br/)



domingo, 29 de abril de 2012

Enquanto as águas do Rio Itapicuru, correm para o mar a gente vai conferindo se há algo bom na Feira de Tobias

Stella e Mariza Bonfim em Tobias Barreto, perdidas no camelódramo que é Tobias Barreto
Nosso herói João Victor e seu vô,  médico Artur Calasans, antes de disputar uma partida de snoker

Hilenilton meu primo, artista plástico de Rio Real, nas horas cheias, se transforma em chaveiro


sábado, 28 de abril de 2012

Ademário, arquiteto, cadê você !?...



Moçambique, arquiteto Ademário (1976) - foto daniel de andrade simões

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Fotos Falantes

O carneirinho na canga não consegue comer...
Andrei e Iuri na seca nordestina - fotos daniel de andrade simões

Os Brincantes do Brique de Porto Alegre

Anjo Gabriel do Brique
o homem gato

Mauro Bruzza - O genial homem banda - fotos daniel de andrade simões



quarta-feira, 25 de abril de 2012

Uma vida não basta ser vivida: também precisa ser sonhada. Mario Quintana

foto daniel de andrade simões

"Assim como não se pode viver sem oxigênio, é a utopia que nos faz viver. Sem ela, não há esperança e a vida esmorece. Em qualquer atividade, a utopia nos impele a partir em busca, enfrentar obstáculos, acreditar no futuro e esperar que o amanhã seja melhor do que o hoje."

" O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem."

terça-feira, 24 de abril de 2012

25 de abril - Revolução dos Cravos - Aplausos e Críticas nas Comemorações

25 de Abril: Soares explica ausência - fotos daniel de andrade simões


Ex-presidente, solidário com Capitães de Abril, não irá às comemorações no Parlamento. Também Manuel Alegre já fez saber que não vai
Por: Redacção / MM
23- 4- 2012 23: 27
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Seguro «regista» ausência de Associação 25 de AbrilNenhum Governo pode «apagar os valores de Abril»25 de Abril: culpa é do «desvario» do Governo PS«Quem fica a perder é a Associação 25 de Abril»Manuel Alegre também não vai às comemorações do 25 de AbrilSoares de fora das comemorações do 25 de Abril25 de Abril revivido passo a passo no Facebook25 de abril: associação não vai participar nos atos oficiaisO ex-presidente da República Mário Soares confirmou, esta segunda-feira à noite, que este ano, pela primeira vez, não vai à sessão solene comemorativa da Revolução dos Cravos, no Parlamento, em solidariedade com a decisão da Associação 25 de Abril.
«Vou fazer isto: ser solidário e não ir também às comemorações a que fui sempre», disse Mário Soares aos jornalistas em Ferreira do Alentejo, à margem de uma sessão de apresentação do seu mais recente livro «Um Político Assume-se - Ensaio Autobiográfico, Político e Ideológico».
Mário Soares explicou que decidiu não ir à sessão depois de ter tomado conhecimento da decisão da Associação 25 de Abril de não participar na cerimónia. «Eu, que já tinha sido convidado e já tinha até dito à senhora presidente [da Assembleia da República] que iria, disse: Eles têm toda a razão e, se é assim, eu sou solidário com eles», explicou.

«Sou solidário com os Capitães de Abril. Sou solidário com o 25 de Abril. Acho que o 25 de Abril foi uma grande revolução, pacífica, e acho que a política que se está a seguir é uma política contra, realmente, aquilo que é o espírito do 25 de Abril», disse Mário Soares.
Questionado pelos jornalistas sobre se a sua recusa em participar na sessão solene comemorativa da Revolução dos Cravos é um protesto contra a política do atual Governo, Mário respondeu: «Naturalmente».
«Estou solidário com os heróis do 25 de Abril. Eu assisti ao que foi o 25 de Abril e o 25 de Novembro. Foram duas revoluções que permitiram que Portugal fosse outra coisa. Portugal desenvolveu-se extraordinariamente e agora estamos [o Governo] a destruir no Estado, a Segurança Social, o Serviço Nacional de Saúde, tudo coisas que ajudámos a fazer», afirmou.
Questionado também sobre se o atual Governo PSD/CDS-PP está contra os princípios do 25 de Abril, o também fundador do PS respondeu: «Sinceramente, acho que a política que eles estão a seguir é essa». «Estão a vender as joias da coroa, estão a vender tudo por qualquer preço, sem darem conta a ninguém do que estão a fazer. Eu [com] isso não estou de acordo», acrescentou.


Mário Soares disse ainda que os portugueses vão encarar a sua recusa em participar na sessão «como entenderem», frisando tratar-se de uma decisão que tomou «em consciência».
A Associação 25 de Abril não participará este ano, pela primeira vez, nos atos oficiais nacionais evocativos do 38.º aniversário da Revolução dos Cravos por considerar que «a linha política seguida pelo atual poder político deixou de refletir o regime democrático herdeiro do 25 de Abril, configurado na Constituição da República Portuguesa». A decisão foi anunciada., esta segunda-feira, em Lisboa, pelo coronel Vasco Lourenço, presidente da associação, da qual fazem parte alguns dos chamados Capitães de Abril.
Também o ex-candidato presidencial Manuel Alegre afirmou que, em solidariedade com a decisão da Associação 25 de Abril, também não irá à sessão solene comemorativa da Revolução dos Cravos na Assembleia da República, na quarta-feira.
O antigo Presidente da República Ramalho Eanes já fez saber que irá estar presente nas celebrações do 25 de Abril e o gabinete ex-Chefe de Estado Jorge Sampaio disse à Lusa que este só não estará presente se se confirmar «um compromisso internacional» que tem pendente.






segunda-feira, 23 de abril de 2012

Terminal Turístico de Itapeva Torres

Aluga-se ou vende-se o terminal turístico de Itapeva Torres. Vista para o mar, mobiliado, lareira, decorado... interessados contatar a Secretaria de Turismo

fotos daniel de andrade simões 

Chimacoco do Roberto Silva da Paraíba

Paraíba - Chimacoco foto e criação do Roberto Silva - o Peixeirinha

Ô, Danié, a Paraíba é grande, o Nordeste
maior ainda, nunca vi tanta produção cultural
como aqui, os neguinho são "féra".
Aqui tem isso da Cultura Popular, coisa que no
Rio Grande praticamente inexiste e, quando tem,
a elite gaúcha véia pisa em cima, despreza.
Tem aquelas merdas de CTGs, mas aquilo não é
cultura popular, aquilo é uma maçonaria pra meia
dúzia de gaudérios se enganando, comemorando
a Revolução que perderam.
Inventei um negócio aqui, o "Chimacoco", cruzando o
Rio Grande com o Nordeste
                                                       Roberto Silva- o Peixeirinha

domingo, 22 de abril de 2012

Chinelo de Dados por Roberto Silva. Fotógrafo do Coojornal, cartunista que segue: "muita sorte e pouco juizo", discípulo do Elson Martins do Acre

cartadas
comentários
fotografias faladas
beduínos e ostrogodos
saiticas
lapidário
necrológios
amigos to pa vê ...
amigos de da dó ...
amigos to pa lê
dúvida democrática
pobrecidade
itinerante é o tempo
 


sábado, 21 de abril de 2012

Genocídio Indígena - Tânia Miranda

foto daniel de andrade simões

GENOCÍDIO INDÍGENA

Sou marcado para morrer, mas por uma causa justa a gente morre, denunciou o líder indígena Guarani-Kaiowá Marçal de Souza Tupã-Y, assassinado em 1983 no Mato Grosso do Sul, a mando de fazendeiros que jamais foram punidos. Mais de 28 anos após sua morte, a violência e a impunidade imperam na região. No acampamento Tekoha Guaviry, pistoleiros fortemente armados assassinaram mais uma liderança, o cacique Nisio Gomes e ainda deixaram um rastro de violência, como tentativas de homicídio, ocultação de cadáver, seqüestros, inclusive de crianças e adolescentes indígenas.Relatório divulgado pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi) aponta a ocorrência de genocídio em Mato Grosso do Sul, Estado líder nesse tipo de crime e que abriga 75 mil índios, segunda maior população do País, superado apenas pelo Amazonas. Nos últimos oito anos, 250 índios foram assassinados, e, em 2011, 27 dos 38 indígenas mortos de forma violenta, são da região. O Cimi adverte ainda que há um crescente processo de criminalização de lideranças, a exemplo das ações contra os Tupinambás na Bahia e os Kukuru em Pernambuco. É bom lembrar que a população indígena no Brasil é de aproximadamente 500 mil índios e 223 povos, contra seis milhões do início da colonização.A violência no campo está diretamente vinculada aos conflitos agrários em função da concentração da terra – uma das maiores do mundo -, do agronegócio, da reforma agrária, da demarcação de terras indígenas, de remanescentes de quilombos, de comunidades ribeirinhas, da definição de áreas de proteção ambiental, bem como da impunidade. Esta última, a principal cúmplice da violência. Esses fatos ferem frontalmente os pactos internacionais em direitos humanos, os quais o Brasil é signatário. É urgente a punição dos mandantes dos crimes a fim de garantir que a impunidade não prevaleça mais uma vez, e realizar a demarcação dos territórios indígenas é condição para a sobrevivência, o fortalecimento das identidades e das culturas desses povos, levando assim a paz aos campos brasileiros. Publicado no jornal  
A Tarde – Bahia – 07/12/2011.

Tânia Miranda


sexta-feira, 20 de abril de 2012

Dia do Touro Sentado - por Elson Martins

Os Waiãpis - foto daniel de andrade simões

Bar do Maguila, Trindade e Zé Roberto Alencar - foto Elson Martins

Elson Martins, editor do Varadouro do Acre e Folha do Amapá - foto daniel de andrade simões

Eu passei batido no dia do jornalismo. Aos 72, já nâo me gabo de minha memória, tão útil nos embates
do jornalismo alternativo em que me formei. Mas olha, teu site é uma coisa viva, de qualidade, que chama
atenção nessa blogosfera em desordem criativa.
Osmar Trindade, o Touro Sentado - foto daniel de andrade simões

E sua homenagem ao velho guerreiro Osmar Trindade mexeu com o meu coração. Outro velho guerreira que também já se foi, o Zé Roberto de Alencar, o Zé Grandão, explicava seu talento de repórter com a expressão: "muita sorte e pouco juizo". Caramba! Essa expressão explica, em parte, minha trajetória jornalistica pelo Acre, no Amapá e em Belém (de passagem), cruzando caminho com essa figuras geniais, entre as quais incluo você, Lúcio Flavio Pinto, Correa Neto e tantos outros. Foi um privilégio meu, como editor e diretor da Folha do Amapá no periodo 1991/2003, poder contar com suas fotos maravilhosas, na capa o no miolo do jornal que funcionou como uma escolinha de bom jornalismo em Macapá. E depois poder contar com o Touro Sentado Trindade como editor, um cara que saiu do Coojornal, foi lapidar-se na Africa (Moçambique) e cheio de experiencia e ternura, passou a editor de nossa Folha, cercado de meninos e meninas iniciantes na profissão. Sinto saudades daquele jornalismo e das lições do Touro - técnicas e humanas, sobretudo humanas, - que iniciavam na redação e terminavam no bar do Maguila, em frente do majestoso Rio Amazonas, local apropriado para uma cachacinha com camarão no bafo.
Poucos dias antes do Chefe Trindade nos deixar para sempre, estive com ele em Brasilia, num jantar na casa do José Maria Cunha, -irmão do poeta amapaense Alvaro da Cunha, e ele próprio também poeta, além de bancário aposentado e fazendeiro lúdico - saboreando um ótimo vinho e os quitutes da Flavinha (mulher do Zé Maria). Foi uma noitada e tanto, mas o chefe Osmar Trindade de Porto Alegre, não deixou suspeitar que estivesse doente. Era um sujeito durão, revolucionário e solidario, chamei um taxi e dei carona pra ele assegurando-me que chegaria bem no seu endereço. Puxa! Por que o homem lá de cima o levou tão cedo?  Por que levou também o Zé Grandâo? Em 2001 ou 2002, creio, este apareceu em Macapá e queria porque queria que o contratasse como repórter da Folha do Amapá, logo ele, que quando via um elefante queria saber onde ficava seu ninho, e assim passou pelas melhores redações do Rio e Sâo Paulo manchetando as capas dos jornalões e revistas.
Só mesmo com muita sorte e pouco juizo explicaria o cruzamento de caminhos que acabou me premiando
nestes confins da Amazônia.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Brasileiros - Nações Indígenas

 Rio Grande do Sul - foto daniel de andrade simões
Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – Dados do Censo 2010 apontam que os indígenas estão presentes em 80,5% dos municípios brasileiros – um total de 4.480 cidades, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As informações mostram que, em 2010, os indígenas estavam mais espalhados pelo território nacional do que em 2000, quando essa população estava presente em 63,5% dos municípios brasileiros.
Segundo a pesquisadora Nilza Pereira, do IBGE, ainda não é possível explicar o motivo dessa maior distribuição dos indígenas pelo país. Uma das hipóteses é que as pessoas estejam revalorizando sua identidade ancestral, já que a declaração da etnia é feita pela própria pessoa entrevistada.
“Ainda estamos analisando os dados e isso deve ficar mais claro na pesquisa que vamos divulgar em breve. Mas talvez etnias que estariam supostamente extintas podem estar se reassumindo. É um ressurgimento dessa população”, disse.
A Região Norte concentra 37,4% do total de indígenas brasileiros, sendo que o estado do Amazonas responde por 20,6%: 168,7 mil pessoas. O município de São Gabriel da Cachoeira, no noroeste do Amazonas, é o município com maior número de indígenas: 29 mil.
Já Uiramutã, em Roraima, é o município que tem maior percentual de indígenas: 88,1% da população.
Segundo dados divulgados no ano passado pelo IBGE, a população indígena cresceu 11,4% em dez anos e atingiu o número de 817 mil pessoas em 2010, representando 0,4% do total da população brasileira.
O crescimento da população indígena foi percebido apenas nas zonas rurais, onde o crescimento chegou a 152 mil pessoas, totalizando 502 mil em 2010. São Gabriel da Cachoeira é também o município com maior número de indígenas vivendo na zona rural: 18 mil.
Amapá - foto daniel de andrade simões

Por outro lado, o número de indígenas autodeclarados residentes nas cidades diminuiu em 68 mil pessoas e chegou a 315 mil em 2010. São Paulo é a cidade com o maior número de indígenas vivendo em zona urbana: 11,9 mil pessoas.
Segundo o IBGE, a redução dos indígenas vivendo em áreas urbanas ocorreu com mais intensidade na Região Sudeste. O instituto acredita que, nessa região, as pessoas deixaram de se declarar indígenas porque perderam a afinidade com seu povo de origem.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

..."Já se Foi" !?

foto daniel de andrade simões

Murilo Salles ensaiando em Moçambique "A Metade"


Fotos (1977) daniel de andrade simões
Murilo Salles é cineasta, formado em Teoria da Informação pela ECO/UFRJ. Estreou na direção em 1984, com o longa-metragem Nunca Fomos Tão Felizes, premiado com o Leopardo de Bronze do Festival de Locarno e selecionado para a Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes. Foi vencedor como Melhor Filme do Júri Oficial e Popular do Festival de Brasília.
Em 1989, dirigiu Faca de Dois Gumes, com o qual ganhou o prêmio de melhor diretor do Festival de Gramado. Dirigiu o documentário oficial da FIFA sobre a Copa de Mundo de 1994, Todos os Corações do Mundo.
Em 1996, dirigiu Como Nascem os Anjos, com o qual recebeu pela segunda vez o prêmio de melhor diretor do Festival de Gramado e foi eleito o Melhor Filme pelo Júri Popular do Festival de Brasília. Como Nascem os Anjos também ganhou o prêmio Colón do Oro de Melhor Filme do Festival de Huelva na Espanha, em 1997.
Seja o que Deus quiser!, seu quinto longa, foi o vencedor do Festival do Rio de 2002. Em 2003 realizou o documentário de longa-metragem És tu, Brasil para a televisão. Nome Próprio, de 2008, seu quinto longa, recebeu o prêmio de Melhor Filme do Festival de Gramado.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Sequelas da repressão política - Tânia Miranda

foto daniel de andrade simões
Sequelas da repressão política  -  Tânia Miranda

 O corpo de Alfredo Cunha foi encontrado sem vida em 2/5/2009 em um quartinho pobre na Cidade Baixa em Salvador-Ba. Permaneceu semanas  no  Instituto  Médico Legal    à espera de familiares para  reclamar o corpo e lhe dar um enterro digno.  Como isso não ocorreu, foi relegado à cova  rasa dos indigentes. Sua história começa em 1969, quando ele, seu pai – paraplégico – e sua mãe, moradores pobres de Periperi, foram presos pela polícia política baiana.          Seu pai, Walter, sapateiro de profissão, fora militante do  PCB  e  após o golpe militar de 1964 ligou-se à Polop – organização política clandestina de resistência à ditadura militar. Alfredo, naquele ano, era um jovem secundarista de 19 anos. Apresentava sinais de distúrbios psicológicos. Percebia as atividades clandestinas do pai, mas pouco entendia de política. Convivia com um primo universitário suposto militante do MR-8.         Nunca ficou esclarecido como foram denunciados à polícia. Supõe-se que a delação teria partido de um ex-empregado do sapateiro que, demitido, buscou vingança.          Os três  prisioneiros  foram  conduzidos à sede da  Polícia  Federal  na Praça  da Sé. Ali foram barbaramente torturados. Logo foi identificado o parentesco da família presa com o primo de Alfredo, que se encontrava foragido. As torturas recrudesceram. Queriam uma informação ignorada por eles: a localização do primo. Capturado, se juntou aos três. As torturas continuaram e seus algozes agora exigiam nomes e armas. O primo foi levado para outro local e nunca mais a família teve notícias dele.           Sofrendo translado para diversos órgãos da repressão, as sessões de torturas se prolongariam por meses. Eram libertados e novamente presos e torturados.            Em 1970, o sapateiro foi condenado a um ano de prisão. Cumpriu pena na Casa de Detenção. Fruto de sequelas das torturas sofria de intensas dores abdominais. Faleceu em 1991 de hemorragia interna e a mãe, Waldelice, em 1994, de AVC. Alfredo acabou absolvido por insuficiência de provas. Mas sua situação psicológica estava irremediavelmente comprometida. Tentou retomar os estudos, sem êxito. Nos vários empregos era demitido com a mesma justificativa: excesso de atestados médicos. Frequentemente era acometido de crises  nervosas e, levado à emergência de hospitais,  recebia doses cavalares de tranqüilizantes. A morte dos pais potencializou o seu estado de saúde em função do abandono e da solidão.            Com a lei da anistia em 1979, passou a denunciar o seu drama a entidades de defesa dos direitos humanos, às quais entregou emocionante depoimento em que narra a trágica saga da sua família, destacando, em detalhes, os horrores dos porões da repressão baiana. Junto, uma declaração, assinada a termo, identificando os 16 indivíduos que teriam participado das torturas e sevícias a que foram submetidos. Lembranças desse pesadelo o perseguiram até a morte. Alfredo não resistiu. Suicidou-se. Quem vai responder por mais essa morte?

segunda-feira, 16 de abril de 2012

A iniciação de Pablo Patterson - por Rui Patterson do Quem Samba Fica...

Família Patterson - Pablo, a mascote dos piqueteiros, pag. 215 do Quem Samba Fica...
foto daniel de andrade simões

Pablo Patterson no Movimento Grevista
Não tinha com quem deixar meu filho Pablo Patterson naquele dia e os compromissos excediam minha agenda, em pleno curso da greve Metracril. Sem alternativa levei-opara o portão da fábrica em Candeias onde estavam os piquetes grevistas. Com pouco mais de sete anos, em minutos ele era a mascote dos piqueteiros, enfurecendo os diretores da empresa. Um deles, holandês de nascimento, proibiu a presença de criança na planta industrial, realmente perigosa:  as carretas transportando seus produtos eram escoltadas, necessitando de resfriamento pela equipe de apoio, do contrário explodiriam.  ... informei aos diretores da empresa que a proibição do diretor holandês, apesar de justa, era impossível de ser cumprida: eu não teria como levar Pablo de volta a Salvador. Ante a pobreza do argumento exigi do holandês que mostrasse sua identidade de estrangeiro e sua permissão para trabalhar no Brasil. Ele não possuía esses documentos. Enfrentei-o: Nesse caso você está ilegalmente trabalhando no país, não tem condições legais de exigir a saída da criança da planta. Ademais, ele é a nossa mascote. Pablo permaneceu durante todo o período da greve na Metacril como mascote dos piqueteiros.

domingo, 15 de abril de 2012

Tempo de Resistência por Leopoldo Paulino - homenagem ao Luis Travassos ex-presidente da UNE


Leopoldo Paulino
Sobre uma  homenagem em Santiago do Chile
1971 – Chile... Sempre pratiquei esportes. Nessa época, além do futebol no Colégio Verbo Divino, treinava Karatê com Aderne e nadava no complexo esportivo da Associação Cristã de Jovens, entidade coordenada por uma Chilena, militante do Partido Comunista e claro, ela e muito menos eu, nada tínhamos de cristãos.


Luis Travassos chega de Cuba, e o revi, após Ibiúna, na casa que eu costumava freqüentar, das companheiras da AP, onde o grande camarada se reencontrou com sua mulher Marijane.
Em Cuba, Travassos tomou gosto pela corrida, como esporte, e em Santiago procurou arregimentar um grupo para continuar sua lida.
Assim, Travassos, Maurício Saraiva, Arnaldo Agenor Bertone (“Rodrigo” ou “Grande”) e eu, passamos a praticar corrida no Estádio Nacional de Santiago, na Avenida Grécia, local que depois do golpe militar, foi transformado em um campo de concentração por Pinochet e seu bando de fascista.
No dia 31 de Março de 2012, com minha amada e companheira Rose, voltei ao Chile novamente, dessa vez com meu filho Ernesto e minha nora Caroline, e no dia 1º de Abril participamos da Maratona de Santiago, que se inicia e termina na Alameda Libertador Bernardo O´Higgings.
Rose, iniciante no esporte, correu os 10 Km, no tempo de 1H e 13min. Carol e Ernesto fizeram os 21Km da meia maratona em 2He9min, enquanto eu fiz o mesmo percurso em 2He23min.
Corri o trajeto todo com uma pequena faixa na mão. Passamos por locais muito significativos para mim naquele período histórico. Em frente ao Estádio Nacional, ergui o braço esquerdo e na chegada da corrida, na Alameda, abri a faixa prestando homenagem aos três valorosos camaradas, já falecidos, com os quais iniciei minha vida de corredor.

Leopoldo Paulino
http://www.tempoderesistencia.com.br/


sábado, 14 de abril de 2012

Caravana da Anistia de volta a Porto Alegre para julgar processos de reparações às vítimas da resistência a ditadura militar no Brasil

Caravana da Anistia de Volta a Porto Alegre para julgar processos de reparações às vítimas da ditadura militar no Brasil

Foram seis processos julgados e aprovados por unanimidade pelos relatores. O Presidente Paulo Abraão proclama o resultado e apresenta pedido de desculpas, em nome do Estado pelos prejuízos causados as vítimas sempre acompanhado por uma salva de palmas dos presentes no auditório e relatores. De alguma forma essa salva de palmas, representa parabéns,  por ter resistido à ditadura militar, por ter dado exemplo de cidadania e que servirá de incentivo à juventude a lutar contra as injustiças e por liberdade. Presença no auditório, estudantes de direito, autoridades, deputados , entre eles, o Presidente do Movimento dos Direitos Humanos, Jair Krischke, o deputado Raul Carrion do PCdoB, ex-deputada Luciana Genro...
Um dos importantes processos julgado foi do guerrilheiro Diogenes Sobrosa, parceiro do Lamarca no Vale da Ribeira, tendo como relator do processo o ex-preso político mineiro,
Nilmario Miranda coautor de “Dos Filhos Deste Solo” em parceria com
Carlos Tiburcio. Esta obra, foi fonte de informações para
Rui Patterson escrever, Quem Samba Fica...

Guerrilha do Araguaia não foi um episódio qualquer da história, diz presidente da Comissão de Anistia

Da Redação : www.sul21.com.br
O presidente da Comissão da Anistia do Ministério da Justiça, Paulo Abrão, afirmou hoje (14) que a Guerrilha do Araguaia, que completou 40 anos no último dia 12, não foi um episódio qualquer da história do Brasil, mas sim um momento no qual houve um massacre direcionado a um conjunto de brasileiros resistentes em uma das maiores mobilizações militares.
A data foi lembrada durante o Sábado Resistente, ciclo de eventos realizado uma vez por mês no Memorial da Resistência de São Paulo. O evento é organizado pelo Memorial e pelo Núcleo de Preservação da Memória Política, para lembrar o período da ditadura militar no Brasil.
Hoje o encontro debateu o legado do movimento guerrilheiro, além da responsabilidade pelos crimes cometidos pelo Estado na região. “Reunir quase 3 mil soldados para dizimar a vida de 79 militantes é uma brutalidade que precisa ser cada vez mais denunciada e transformada em uma questão de debate público nacional para que as pessoas tenham consciência de que a violência da ditadura tem reflexos até os dias de hoje”, disse Abrão.
Segundo ele, é necessário um trabalho cotidiano para superar a cultura da violência.”Esse é o legado que a juventude do Araguaia deixa para nós”, acrescentou.
Atualmente, destacou Abrão, o país vive em uma democracia, porém ainda existem ambientes autoritários e de opressão nesse regime. “Saber se dar conta disso é perceber que a democracia não é um fim em si mesma, é um processo, e nossa tarefa hoje não é mais a de simplesmente reconquistar o direito de votar e viver com liberdade, e sim o de democratizar nossas relações sociais e aquilo que nos iguala enquanto cidadãos.”
Para o diretor do Núcleo de Preservação da Memória Política, Maurice Politi, é preciso regatar, a todo momento, os movimentos de resistência à ditadura militar, porque durante muitos anos passou-se uma borracha em cima do que aconteceu no país e, por isso, a juventude não conhece esse período da história. “Partimos do princípio de que, só conhecendo o passado, podemos entender o presente e construir um futuro melhor para que períodos como aquele não se repitam mais”, disse ele.
Um dos homenageados do dia, José Moraes, conhecido como Zé da Onça, era um camponês que vivia no Araguaia e apoiou os guerrilheiros que lá se instalaram, ajudando-os com alimentação, abrigo e transporte de mantimentos “Eu me sinto muito emocionado, forte, porque eles eram pessoas humildes, que ajudavam os outros. Eles viam uma pessoa pela primeira vez e parecia que já a conheciam há 200 anos. Eu amava aquele povo. O que lembro dos guerrilheiros, eu vi e conto o que vi ao vivo. Eu convivi com eles.”
O movimento guerrilheiro no Araguaia começou no fim dos anos 60 para lutar contra a ditadura militar. Organizado por pessoas ligadas ao PCdoB, o grupo acabou constituindo o primeiro movimento que enfrentou o Exército durante o regime militar. No conflito, morreram mais de 60 pessoas e muitos corpos continuam desaparecidos.
Com informações da Agência Brasil




Dr. Paulo Abrão e Equipe do Ministério da Justiça



Presença da juventude

Nilmario Miranda - Conselheiro da Comissão de Anistia

Familiares vítimas da Ditadura

fotos  daniel de andrade simões



sexta-feira, 13 de abril de 2012

O Sorriso do Lagarto - obra do genial baiano João Ubaldo Ribeiro

 Trabalhei (estagiei) como auxiliar de laboratório na Agência de Publicidade do João Ubaldo em Salvador. Logo que fui liberado da prisão Lemos de Brito, ele que lutava também contra a ditadura, me apoiou  com dinheiro para que eu saisse do Brasil, primeiro voltando para o Rio de Janeiro, depois para o Chile. Fui apresentado ao João Ubaldo pelo companaheiro amigo, Luiz Carlos Maia  Bittencourt  ou por alguém ligado a luta contra a ditadura. Essa foto é para recordar a obra desse genial baiano. foto daniel de andrade simões