terça-feira, 30 de agosto de 2011
sábado, 27 de agosto de 2011
Monumento em Memória ao Sargento do Exército Manoel Raymundo Soares. Preso e assasinado pela ditadura militar e civil no Brasil
"Tenho uma fé inabalável de que os adversários não impedirão o nosso amor" Trecho de carta de Manoel Raymundo Soares à Betinha, sua mulher. Ilha das Pedras Brancas, 10 de julho de 1966.
No dia 24 de agosto de 1966, as águas do Rio Jacuí, que fizeram surgir no taquaral próximo à ponte que dá acesso a Porto Alegre o corpo sem vida de Manoel, também trouxeram à tona a face mais cruel do regime militar que, dois anos antes, submeteu o Brasil a um dos mais tristes episódios de sua história.
As maõs amarradas às costas, atadas por um pedaço da camisa. Os bolsos da calça preta puxados para fora. Um pé sem sapato e outro com. A descrição do estado do corpo do preso político vai, aos poucos, revelando detalhes do primeiro caso de tortura e morte a ganhar visibilidade no Brasil pós-golpe militar de 1964. (Trechos da publicação Memória do Parlamento da ALRGS gestão do Deputado Adão Villaverde)
Dep. Carrion, ex-Deputado Rosa Flores, Presidente da Câmara Vereadora Sofia Cavedon, artista plástica Cristina Pozzobon e Dr. Jair Krischke - Presidente do Movimento dos Direitos Humanos
Deputado Adão Villaverde e Paulo Abrão
Prefeito Fortunatti, ex-Deputado Relator da CPI de 1967 Rosa Flores e Jair Krischke - Presidente do Movimento de Direitos Humanos
Jornalistas Vera Rotta, Rosina Duarte de Duarte e Stella Petrasi blogueira e historiadora
Cris Pozzobon, criativa artista plástica que transformou as comoventes cartas do sargento Raimundo (o mãos amarradas) em cartas a ferro e fogo.
Caio Lustosa, Dr. Jair, Cris, Paulo Abrão ...
casal stella petrasi e o fotógrafo daniel de andrade simões - foto paulino menezes
Cartunista Santiago, fotógrafo Carlos Carvalho, Presidenta da Câmara de Vereadores Sofia Cavedon e Olga
Ministra Maria do Rosário e os fotógrafos
fotos daniel de andrade simões
Pauta da 3ª Sessão de Julgamento da Caravana da Anistia - Julgamento de 33 Processos
Licia Peres, socióloga, fundadora e primeira presidenta do Movimento Feminino pela Anistia no RS e Suzana Lisboa - Abrindo os trabalhos da 50ª Caravana da Anistia. " Projetos da Comissão da Anistia do Ministério da Justiça, visam apreciar requerimentos de anistia de pessoas que tiveram os seus direitos violados durante o período ditatorial brasileiro. Além disso, cumprem uma função educativa, já que promovem espaços de discussão sobre o assunto".
Paulo Abrão - Presidente da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça
Sr. José Luiz Ferreira, culto líder comunitário da Vila Chocolatão - "Democracia não é somente votar é também direito a ter acesso as necessidades básicas. .A felicidade é um direito de ricos e pobres" . Citou no seu disrcurso, Pasolinni, Heidegger, Sartre e Glauber de Andrade Rocha do Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro
Deputada Federal Manuela do PCdoB
Ministra Maria do Rosário
Companheiro Gilney Viana Dr. Jair Krischke - Dep. Manuela, Dr. Paulo Abrão, Ministra Maria do Rosário, reitor da UFRGS ... fotos
Anistia do ex-Presidente João Goulart entregue pela Ministra Maria do Rosário ao sobrinho
Autores do Livro: "Anistia ampla, geral e irrestrita; história de uma luta inconclusa" Carla Simone Rodheghero, Gabriel Dienstmann e Tatiana Trindade
Eliete Ferrer organizadora, revisora e editora, de "68 A geração que queria mudar o mundo: relatos"
Revolucionário Leoncio de Queiroz responsável pelo projeto de "68 a geração que queria mudar o mundo" Relatos: entre eles, os amigos e companheiros: Wilson Barbosa, poeta Jaime Wallwitz Cardoso, ex-marinheiro José Duarte dos Santos, jornalista Juarez Ferraz da Maia, Francisco R.Mendes ...
Companheiro Alfredo Daudt, que aprendeu a voar ...
A Luta Continua ! Como diz a FRELIMO: Continua, continua! - "Não tá morto quem peleia" ! Segue o baião, coco e xaxado ...
Ao companheiro sargento Manoel Raymundo Soares o "mãos amarradas" morto na tortura por afogamento, (caldo) no Guaíba, ilha das pedras, em 1966 pela ditadura militar e civil no Brasil - Flores também têm espinhos! - fotos daniel de andrade simões
sexta-feira, 26 de agosto de 2011
La Novena - por WILSON BARBOSA - Negus - sobre sua prisão no Uruguai (ficção)
foto daniel de andrade simões
A única coisa que pode me tornar igual a um assassino é tornar-me eu mesmo um assassino. A única cosia que pode tornar-me igual a um ladrão é tornar-me eu mesmo um ladrão. A única coisa que me iguala a um jornalista, a um advogado, a um político profissional, a um ideólogo do sistema vigente, enfim, é tornar-me eu mesmo um mentiroso profissional. É, pois, longa toda a descida até a igualdade, para qualquer um que nasceu e cresceu entre as nuvens do humanismo, mas deve agora baixar ao plano comum das ações quotidianas.
...Está assim colocado o problema da igualdade. Para enfrentar as súcias do Estado, alguém deve igualar-se a elas. Comece como assassino ou como mentiroso, há de converte-se no outro e ainda em ladrão. Dessa forma, o movimento da consciência coletiva vê-se sempre alijado do processo da luta pelo poder. O homem comum, o joão-ninguém das ruas, limita-se a pagar todos os impostos e taxas. Como um burro de carga, carrega qualquer tipo de Estado que lhe atiram em cima. Por isso, apenas por breves momentos ousa simpatizar com esta ou aquela quadrilha, bem ou mal intencionada, em feroz luta pelo poder.quarta-feira, 24 de agosto de 2011
Catembe Moçambique - Nação Goesa da Catembe por Carlos Borralho
Amigos da rede em Catembe Moçambique, Borralho, Carlos Alberto, Ana, Zé ...1986 (3 slides)
Encontrem o Carlos Alberto, Zé, Ana, Stella, Borralho e... - Série CadêVocê - 1986 - Catembe Moçambique
Amigo Borralho,
Posso estar dizendo bobagens, muitas ainda não descobri ! Essa Nação em forma de família em Catembe, é de origem indiana ou lá da minha terra, Rio Real Bahia ? Diga lá, quero melhor interpretar a foto, divulgue o Saitica para que sejam feitos comentários... 10 milhões de visitantes já seria bom, falando-se da India com 3 bilhões de seres humanos ...estamos também na era do consumo do clic ?http://www.saitica.blogspot.com/
Votem clicando no selinho do
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Somos da tribo Cadê Você ? Clic prá saber
Nosso fraternal abraço
daniel e stella
Com a Palavra os Navegadores Ostrogodos de Catembe
Quando os portugueses começaram a ir com as naus para a Índia,dando volta ao Cabo,tinham muitas avarias por causa da ressaca no encontro dos oceanos,e precisavam criar na zona capacidade de as reparar.
Outras vezes(as mais das vezes por virem abarrotados de especiarias e com as naus a adornar) apanhavam tempestades no regresso e ja não tinham condições de se atrever a enfrentar o mar do Cabo.Vários são os naufrágios reportados nas costas do Natal,que tão bem estão reportados na história trágico marítima escrita por Bernardo de Brito.
Decidiram por isso,trazer do Vice reinado da India ( Goa ,Mormugao,Diu,Damao,) carpinteiros,calafates,ferreiros,que entretanto já tinham ganho experiência nessas reparações e que se revelaram excelentes operários.
É assim que nasce a comunidade de Goeses da Catembe que com o fim da carreira da India se transformam em pescadores,fabricando as suas proprias embarcações para se fazerem à farta baia do Espírito Santo,riquíssima em camarão e outras espécies.
Espero ter respondido o melhor q pude.
Abraco amigoC Borralho
fotos daniel de andrade simões
La Novena por WILSON BARBOSA - Negus - Sobre sua prisão no Uruguai (ficção)
foto e artemanha: daniel de andrade simões
..."Amarraram feltro molhado nos meus pulsos e meus tornozelos. Os choque elétricos ali eram continuos. De vez em quando, davam-me choques no ânus, no pênis e na boca. Tal tratamento se alternava com a conversação, cujo teor já resumí. Perguntas sobre a luta revolucionária no Brasil.
Parecia-me evidente que quanto pior fosse a situação do governo brasileiro, melhor para eles. No entanto, qualquer brasileiro que lhes caísse ao alcance, seria imediatamente massacrado, como prova de boa vontade. E provavelmente devolvido. Por isso, eu sabia que de nada adiantava contar-lhes “versos” (como eles diziam...) de qualquer natureza. O desfecho da minha situação era morte ou devolução para o Brasil. Não podia ser tão estúpido para esperar outra coisa.
... Eu respondia às suas idiotices com outras de mesmo nível que já havia apresentado em meus depoimentos anteriores. Eles – também aqui – não pareciam interessar-se pelas “bromas” (segundo eles) que eu lhes narrava. Debaixo da pauladaria que distribuíam davam risadas das respostas e me chamavam de “Versolín Bayer”... poeta que até hoje desconheço...
! Como se te ocurre, hijoputa! Sos de lo más bromeador, desgraciado!
E a porrada comia. Para eles deve ter sido uma noite muito divertida. Hoje, desde seis anos de distância, ainda não consigo divertir-me com aquilo. Não acho justo que hajam se divertido unilateralmente. Gostaria que a vida nos proporcionasse uma oportunidade, para que eu também lhes pudesse organizar uma festinha... igualmente fraternal, entre dois povos que se amam...
...Parei de receber minha quota de carinho reservada aos brasileiros lá pelas cinco horas da manhã. Tiraram-me da mesa-gradil e emprestaram-me uma toalha molhada, para que me limpasse. Eu havia me urinado, mas não se podia fazer nada. Tive que vestir minha calça de tergal, fria com seus fios sintéticos, naquela manhã gelada. Devolveram-me minha camisa azul, de flanela riscadinha e algemaram-me. Pude sentar-me no banco de entrada da edícula e ver o dia amanhecer"...
..."Amarraram feltro molhado nos meus pulsos e meus tornozelos. Os choque elétricos ali eram continuos. De vez em quando, davam-me choques no ânus, no pênis e na boca. Tal tratamento se alternava com a conversação, cujo teor já resumí. Perguntas sobre a luta revolucionária no Brasil.
Parecia-me evidente que quanto pior fosse a situação do governo brasileiro, melhor para eles. No entanto, qualquer brasileiro que lhes caísse ao alcance, seria imediatamente massacrado, como prova de boa vontade. E provavelmente devolvido. Por isso, eu sabia que de nada adiantava contar-lhes “versos” (como eles diziam...) de qualquer natureza. O desfecho da minha situação era morte ou devolução para o Brasil. Não podia ser tão estúpido para esperar outra coisa.
... Eu respondia às suas idiotices com outras de mesmo nível que já havia apresentado em meus depoimentos anteriores. Eles – também aqui – não pareciam interessar-se pelas “bromas” (segundo eles) que eu lhes narrava. Debaixo da pauladaria que distribuíam davam risadas das respostas e me chamavam de “Versolín Bayer”... poeta que até hoje desconheço...
! Como se te ocurre, hijoputa! Sos de lo más bromeador, desgraciado!
E a porrada comia. Para eles deve ter sido uma noite muito divertida. Hoje, desde seis anos de distância, ainda não consigo divertir-me com aquilo. Não acho justo que hajam se divertido unilateralmente. Gostaria que a vida nos proporcionasse uma oportunidade, para que eu também lhes pudesse organizar uma festinha... igualmente fraternal, entre dois povos que se amam...
...Parei de receber minha quota de carinho reservada aos brasileiros lá pelas cinco horas da manhã. Tiraram-me da mesa-gradil e emprestaram-me uma toalha molhada, para que me limpasse. Eu havia me urinado, mas não se podia fazer nada. Tive que vestir minha calça de tergal, fria com seus fios sintéticos, naquela manhã gelada. Devolveram-me minha camisa azul, de flanela riscadinha e algemaram-me. Pude sentar-me no banco de entrada da edícula e ver o dia amanhecer"...
terça-feira, 23 de agosto de 2011
La Novena por WISLON BARBOSA - Negus. Sobre sua prisão no Uruguai (ficção)
Fronteira com o Uruguai - fotos daniel de andrade simões
Uma página da sua narração de "La Novena"
... Lá estavam meus dois sentinelas, mas não eram os mesmos. Como efeito dos choques e das agressões, tinha um problema com a perna direita e o braço esquerdo. Tinha uma sede fenomenal, mas não podia-lhes pedir água.
Meu corpo todo tremia, como vara verde. Pelo menos havia uma indiferença dos policiais, que pareciam ignorar a minha existência. Seja eles quem for que sejam, têm nisso uma dignidade – se for dignidade – que falta aos policiais brasileiros. Eles sabem ignorar alguém em sua desgraça. Os brasileiros não: como autênticos descendentes de escravos, debocham da vítima e se regozijam. Alí, após a avacalhação da minha dignidade, parte dela me foi devolvida por aqueles que pareciam me ignorar. Isso permite que você retorne ao seu próprio fortim e costure no ódio sua mazelas.
Levaram-me para a parte de trás do prédio principal, onde o caramanchão escondia um pátio de seus oitenta metros quadrados. Fui – com as mãos algemadas atrás das costas – enfileirado de cara para a parede, da qual não se podia afastar. Outros presos foram chegando durante a manhã e foram enfileirados na mesma parede, mas não se podia vê-los corretamente, porque era-se proibido de voltar a cabeça. Um policial zelava para que todos ficassem de nariz encostado na parede. Ao mesmo tempo, devia também encostar o bico dos sapatos. Trata-se certamente de uma tortura de origem britânica. O nariz aquilino do homem branco afasta sua cabeça da parede, enquanto os bicos do sapato encostados prejudicam o seu equilíbrio. Durante umas nove horas que fiquei ali, dois companheiros cairam. Um deles diversas vezes, desmaiando por fim.
... Este era o mundo certamente do delegado Morán e de seus auxiliares.
...Caminhava para as quatro da tarde quando um policial de camisa amarela e colete de lã azul, sem mangas, atravessou a linha de tiro e dirigiu-se a mim. Seu ar era de um velho conhecido, que podia falar diretamente comigo, sem quaisquer ressentimentos ou conhecimento prévio...
segunda-feira, 22 de agosto de 2011
Pátria - Para Athos Pereira, por Wilson Barbosa - Negus
foto daniel de andrade simões
Pátria
A pátria onde resido e habito
com todo seu silêncio
Não cabe dentro o grito brusco
ou o frio espanto
Não cabe ante a enumeração do que é finito
Não cabe no absorto espaço
do meu exílio
Apenas busques verdades e realidades
Não cabes, tu e teu tropel
Não cabe o rigor dos mares
ou a rigidez aparente do céu
Ou outros azares...
(17.04.74)
Pátria
A pátria onde resido e habito
com todo seu silêncio
Não cabe dentro o grito brusco
ou o frio espanto
Não cabe ante a enumeração do que é finito
Não cabe no absorto espaço
do meu exílio
Apenas busques verdades e realidades
Não cabes, tu e teu tropel
Não cabe o rigor dos mares
ou a rigidez aparente do céu
Ou outros azares...
(17.04.74)
domingo, 21 de agosto de 2011
Colaboração do Jacques SCHWARZSTEIN
MOÇAMBIQUE, Jacques e Edna, vivendo e aprendendo - foto daniel de andrade simões
HOJE É DOMINGO PÉ DE CACHIMBO... e eu ficava imaginando como seria um pé de
cachimbo, quando o correto é: HOJE É DOMINGO PEDE CACHIMBO...
Domingo é um dia especial para relaxar e fumar um cachimbo ao invés do tradicional cigarro (para aqueles que fumam, naturalmente...).'Esse menino não pára quieto, parece que tem bichocarpinteiro' - "Minha grande dúvida na infância... Mas que bicho é esse que é carpinteiro, um bicho pode ser carpinteiro?"
Correto: 'Esse menino não pára quieto, parece que tem bicho no corpo inteiro' "Tá aí a resposta para meu dilema de infância!" EU NÃO SABIA. E VOCÊ?
Batatinha quando nasce, esparrama pelo chão.'
Enquanto o correto é:
'Batatinha quando nasce, espalha a rama pelo chão.' "Se a batata é uma raiz, ou seja, nasce enterrada, como ela se esparrama pelo chão se ela está embaixo dele?"
'Cor de burro quando foge.'
O correto é: 'Corro de burro quando foge!'"Esse foi o pior de todos!
Burro muda de cor quando foge? Qual cor ele fica? Porque ele muda de cor?"
Outro que no popular todo mundo erra:'Quem tem boca vai a Roma.'
"Bom, esse eu entendia, de um modo errado, mas entendia! Pensava que quem sabia se comunicar ia a qualquer lugar!" O correto é: 'Quem tem boca vaia Roma.' (isso mesmo, do verbo vaiar).
Outro que todo mundo diz errado,
'Cuspido e escarrado' - quando alguém quer dizer que é muito parecido com outra pessoa.
O correto é: 'Esculpido em Carrara.' (Carrara é um tipo de mármore)
Mais um famoso... 'Quem não tem cão, caça com gato.' "Entendia também, errado, mas entendia! Se não tem o cão para ajudar na caça o gato ajuda! Tudo bem que o gato só faz o que quer, mas vai que o bicho tá de bom humor!"
O correto é:'Quem não tem cão, caça como gato... ou seja, sozinho!'
São dicas do Professor Pasquale. Vai dizer que você falava corretamente algum desses?
30 Anos de banho de lua, mar, vento, chuva, frio, sol, raios ... tudo às mil maravilhas. Segue o xaxado e vamos nós ! ...
Telinha - (Saitica Jr.) foto daniel de andrade simões - slide - Rapôso, Rio Real Bahia
DaniTela - foto melissa araujo - paris 1986
sábado, 20 de agosto de 2011
Viragem - para Maria Auxiliadora (Dora) por Wilson Barbosa - Negus
foto slide - daniel de andrade simões
Viragem
De tudo silenciarás que seja importanteas fórmulas estão nos compêndios e não há
que levar adiante um excessivo valorizar
Antes, e porque antes, o técnico competente haverá de obrar
e resultará eficazmente
pela ação das tesouras de Marshall
ou doutro modo eloqüente pela Mão Invisível o determinado
satisfazer a todos tão somente
Por isso não alcançarás a rever os sortilégios
que tornaram um pior mundo
este mundo, e o fazem crescer com acréscimos
de salários, de produtos, de juros, de operários
e de outros condutos da vontade superior
E a tí foi-te dado a palavra, para tudo perceber
e tecer o teu angustiado louvor.
(02.05.74) - Dora morreu tragicamente no exílio, em Berlin
sexta-feira, 19 de agosto de 2011
Falso Hai-Cai por Wilson Barbosa - Negus
Já sabe, quântica é a vida ! Esses Gambás ... quase Guarás ou seria um Simões ?! foto daniel de andrade simões
Falso hai-cai
O único mérito
do homem atuar
na vida
é exercitar qualidades
que no fundo
são humanas.
(17.08.74)
quinta-feira, 18 de agosto de 2011
Prólogo para Carlos Marighella por Wilson Barbosa - Negus
foto daniel de andrade simões
Meu corpo de sangue
minha hora de vinho
meu olho de dúvida
meu longo caminho
eu sozinho
II
Minha mão coração
minhalma faminta
meus olhares de negro e verde
criaturas de sombra
hora de absinto
III
Humilhado tão belo
seu pescoço de jugo
sua fronte de glória
seu momento de tudo
perseguido
IV
Tu foste bela manhã
hora pura de ar puro
e doce foste
A noite em tí
desprendia perfumes
fogos secretos luz nova e estranha
V
Tu em sombra e luz
percorreste
a grande hora
teu coração mais fundo
tuas mãos imensas
teus olhos de luz
matrizes do futuro
VI
Meu corpo de sangue
minha hora de vinho
meu olho de dúvida
meu longo caminho
eu sozinho
VII
Entretecidos tons
de rósea aurora
nossos peitos eternos mananciais
nossa cólera de hora leite e espuma
nosso sangue dulçura...
não há mais!
(22.11.74)
quarta-feira, 17 de agosto de 2011
Colaboração do moçambicano Luis Clemente - O que dirá sobre essa linguagem o escritor revolucionário da língua portuguesa MIA COUTO
Escritor MIA COUTO - fotos daniel de andrade simões
................... LINGUAJAR EM MOÇAMBIQUE .............................
A seguir vamos ter um acordo luso-africano e o português passa-se a falar e escrever assim….
São 6 da manhã. Moçambicano não dorme, ferra. O despertador toca. Ele não se levanta cedo, madruga. E não vai tomar duche, vai duchar. E não se arranja, grifa-se bem. Depois não toma pequeno-almoço, mata-bicha. E não bebe café solúvel e pão com doce, toma café batido e bread com jam. Não sai de casa para ir trabalhar, vai no serviço.
E quando chega ao local de trabalho não pede desculpa por ter atrasado, diz sorry lá, que tive problema de transporte. E não trabalha até ao meio dia, djoba até àquela hora das 12. E aí não pede ementa, pede menu. E não come, tacha. Não come batata frita, come chips. Não come salsichas, come vorse.
Não come costeleta, come t-bone. E não bebe uma Laurentina preta, toma uma escura. E não fala com o amigo sobre a namorada, bate papo "brada, minha dama". E não gosta muito, grama maningue ou então é maningue nice. E na saída do restaurante não vê as mulheres que passam, aprecia as damas. E não seduz, paquera. E não faz convite, pede contacto. E não a segue, vai à sua trás. E não encontra um conhecido mais velho, apanha um jon cota. Na rua não compra cajú, compra castanha. E não tira fotografias, fota.
No escritório, a empregada não despeja o lixo, no office a trabalhadora vai deitar. E não traz o jornal, leva. E não põe insecticida, baygona. E não tem reuniões, tem meetings. E no computador ele não escreve, taipa. E depois não faz impressão, printa. E não trabalha as fotografias em Photoshop, fotoshopa. E para fazer um intervalo não vê o patrão, tcheka o boisse. E não sai para dar uma volta , dá um djiko. E não escreve sms para a amiga colorida, manda mensagem para a pita. E não mente dizendo que está ocupado, mafia que tá bizi. Moçambicano não trai, cornea. Não caminha, estila. Não se faz de difícil, jinga.
Não acaba uma tarefa, ultima. E no fim do trabalho não vai embora, baza. E com os amigos não tem negócios, tem bizne com bro. E ao fim do dia não vai ao ginásio, djima. E não tem bicicleta, tem bikla. E não está musculoso, tá big. E não faz saudação batendo na mão do amigo, deketa. E não gosta de aproveitar a vida, enjoya laifa. De tarde não bebe chá e come pão com manteiga e queijos, toma chá. E não vai buscar a namorada que está num cabeleireiro distante, a arranjar as unhas e a fazer tranças no cabelo, vai apanhar dama que faz unha e entrança láaaaaaa no salão. E não bebem um refrigerante, tomam refresco. E a namorada não usa mini-saia e saltos altos e anda descapotável, põe sainha e uns saltos e tá descartável. E
não lhe diz que é bonita, diz "tens boas".
terça-feira, 16 de agosto de 2011
Amapá -ViVa a amizade entre os povos
Lica (fiel e querida escudeira da família Capi), Daniel e Janete - foto joão alberto rodrigues capiberibe
A prova cabal de "ousar lutar ousar vencer" de um verdadeiro caboclo e cabocla amazônidos, CAPI e JANETE do Amapá. Ao povo o que é do povo.
foto daniel de andrade simões