sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

O Último Poema - Mário Quintana

                                                Henfil e Mário Quintana - foto daniel de andrade simões

                                           Enquanto me davam a extrema-unção, Eu estava distraído...
Ah, essa mania incorrigível de estar
Pensando sempre noutra coisa!
Aliás, tudo é sempre outra coisa
- segredo da poesia –
E enquanto a voz do padre zumbia como um besouro,
Eu pensava era nos meus primeiros sapatos
Que continuavam andando, que continuavam andando,
Até hoje

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