quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Do Homo sapiens por Mario Quintana

foto daniel de andrade simões - Quem Samba Fica...

E eis que, ante a infinita Criação,
O próprio Deus parou, desconcertado e mudo !
Num sorriso, inventou o Homo sapiens, então,
Para que lhe explicasse aquilo tudo...

Solar em Salvador (Nazaré) do Barão de Rio Real






foto divulgação

SOLAR BARÃO DO RIO REAL - HISTÓRICO
Situado na rua Almeida Couto, nº 01 – Largo de Nazaré “ construção do século XVIII e reformado no início do século XIX – Nota nesse casarão o mirante já implantado na construção civil da época em várias residências.”( frases do IPHAN, ficha do imóvel ).
Pertenceu ao Barão do Rio Real– José Dantas dos Imperiais Itapicurú ou como era chamado Dr. José Dantas Itapicurú, 1º barão do Rio Real, nasceu no dia 19 de março de 1798 no engenho Camuciatá, município de Itapicurú. Faleceu no dia 10 de novembro de 1862, nesta capital, e sepultado no cemitério do Campo Santo. Foi juiz em Itapicurú, agraciado barão. Filho legítimo de José d’Antas e Francisca de Sousa, casou em 1ª núpcias com D. Ana Ferreira de Jesus Velloso, não teve filhos, na 2ª núpcias casou com D. Eliza Pitanga Dantas, faleceu na Capital em 12 de junho de 1902, deixando quatro filho a saber:

João Gualberto Dantas com 22 anos ( futuro 2º barão do Rio Real )
José Dantas Itapicurú com 21 anos
Maria Leopoldina Dantas com 18 anos
Praxeres Pitanga Dantas com 13 anos.

No centro da foto, primos do blogueiro daniel: Glorinha (viva) e Zequinha Dantas em Rio Real


Prima e primo da família Dantas e Simões de Rio Real - fotos daniel de andrade simões

(Fonte, inventário pág.2 do livro de Inventário de José Dantas Itapicurú em 23 de agosto de 1902 – Itapicurú )
Assim sendo, é natural que o barão e sua família, sempre quando vinham para a Capital (Salvador) ficaram estabelecidos no casarão do bairro de Nazaré. Este Solar ou casarão, foi tombado pelo IPHAN sob nº 32 do livro de Belas Artes, fls,07 em 20.04.1938 (Arquitetura civil do período Colonial) cadastro imobiliário nº 20314 – Processo nº 118-T “ Tombado em agosto de 1937 sob nº 32 – época século XVIII (1748 mais ou menos).”Poucas referencias seguras sobre esse prédio. Conseguimos saber que ele seria um dos 3 edificios primitivos do bairro de Nazaré. Parece que, mais tarde, em pleno século XIX sofreu pequenas modificações. Estas, porém de natureza mais ornamental, longe de prejudicar, antes lhe aumentaram a discreta elegância de legitima casa palaciana.”

As anotações acima, estão registradas na ficha do imóvel mencionado, pelo arquiteto fiscal.
O imóvel passou por vários locatários. Foi pousada dos padres da Congregação das Missões. Em 29 de dezembro de 1944 pertenceu a D. Almerinda Martins Catarino da Silva. Já em fevereiro de 1945 pertenceu ao Colégio N. Sª de Lourdes e Escola Técnica. Depois em 11,08.95 foi transferido ao Colégio Democrata e novamente abandonado. Hoje esse casarão está sob a locação, segundo informações do IPHAN a um comerciante de antiguidade que por sua vez, ainda não abriu a porta.

Visitei o casarão do barão do Rio Real no bairro de Nazaré em 2007. Na ocasião a porta estava aberta e deparei com o ex-Diretor do Colégio N.Sª de Lourdes, locatário do imóvel que estava recolhendo ainda, documentos de ex-alunos e estava passando o imóvel para o referido comerciante de antiguidade. Percorri o casarão que tinha vários objetos e móveis amontoados e vi uma escada belíssima de madeira de lei. Fui até a parte inferior do casarão chamado de “socavão”, local amplo com pouca circulação de ar, lá nas paredes sem cor, úmidas, se encontravam argolas de ferro presas na parede, visível instrumento de suplício para prender
escravos e no chão outros objetos que não consegui identificar. É lamentável o descaso público e oficial do governo com o patrimônio histórico de grande interesse.
                              Trabalho de pesquisa de Álvaro B. Marques
Cosme Pires, pesquisador da orígem do município de Rio Real completa:
Etapa 05

Um dos barões que governou a cidade de Rio Real foi José Dantas, o Barão de Rio Real, o qual possuía um solar na cidade de Salvador no bairro de Nazaré, conforme registros do IPHAN.
Muito mais tarde, já em 1955, quando temos dados mais concretos da importância destas
aglomerações, já então denominada de vila, os gestores dessas terras foram os chamados
“coronéis”, que compravam as patentes do exército ou da marinha. Eram senhores de engenhos ou fazendeiros. Alguns deles foram, coronel Otávio de Souza Leite, coronel Bevenuto, coronel Bonfim, o major Zeuxis, hoje nomes de ruas da cidade de Rio Real. Eram líderes da nova comunidade que se formava, embora ainda não houvesse uma organização política, e sim porque eram detentores de grande poder econômico.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Os Fradins Cumprido e Baixim levam um lero prá lá de Marraqueche

Esquina Democrática de Porto Alegre

Sorria, a vida é breve.
Basta ver como nossos filhos, rapidamente se tornaram adultos, bonitos e inteligentes.
Minha inquietação é devido ao enrrijecimento das juntas pelo uso da cangalha. Tô louco para chegar nas barcaças e que retirem o peso que carrego no lombo. O cacau só não pesa quando ainda em flor? Estou fazendo terapia sobre vidas passadas e descobri que eu era um vegetal. Para resgatar um desvão da memória dos tempos que eu era o "fradim baixim do PORRA" e era perseguido por monstros imaginários, pavores e pesadelos, via corpos voadores atravacando a revolução marxista leninista.
Essa sua defesa no processo, dá para concorrer ao prêmio de efeitos especiais e firulas da justiça.
Arre égua, as crianças cresceram e já nos ensinam qual o caminho das pedras, como não nos avexar !
Não se arrependa por ter me ensinado como chegar ao embrólio da inter,né ? Afinal, fazemos uma dupla lembra, Os fradins do PORRA.
daniPORRA

Dani O Analisado,
Terapia sobre vidas passadas, Baixim?
Beautiful, vê como está a saúde de LF Veríssimo, o que aconteceu com ele.  Veja também  se já liberaram os papéis do coroné Molinos, quero saber o que aconteceu com Rubens Paiva, eventos daí de portalegre.
Eu, tantas vezes reles, tantas vezes vil, que me agacho na hora do soco, apud Pessoa, fiz análise até a analista dizer que tinha que mexer nos macaquinhos do meu sótão.
Foi o bastante pra encerrar a análise.
Convivo muito bem com os meus macaquinhos, um deles, o Cara de Corno, sempre te manda lembranças. E fica repetindo, 'tenho cara de corno, mas não sou corno'.
Pensarei num roteiro sobre seu processo, todo fundamentado na literatura fantástica ou do absurdo.
Em breve te postarei diretamente do blog Saitica ou qualquer outro, tou fera, Stella quiminsinou.
Você foi constantemente lembrado na refundação do PORRA (ainda em negociação), embora as fiadasmães das suíças não lembrem mais diti, bagual.
RuioquePORRA, paitioirmão dos macaquinhos

Mulheres na Luta por Diretas Já

Fafá de Belém
 fotos daniel de andrade simões

Retalhos

Retalhos da história - fotos daniel de andrade simões

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Equus Caballus por Laura Patterson


Certa vez, durante um trabalho, me perguntaram:
- Você praticava hipismo clássico, está fazendo pesquisa de genética da marcha e já correu Team Penning... parece que mexe com todos os cavalos, não é? Mas qual a sua raça favorita?
Respondi da forma mais simples que me veio a mente. Cavalo, eu gosto de Cavalo.
Porque pra mim não importa a raça. Cada um tem suas qualidades, sua função. Nesse aspecto,...

costumo comparar com carros - quem se sairia melhor em uma trilha, um 4x4 ou uma Ferrari? E na aceleração em 100mt, será que esse mesmo 4x4 ganharia?
Não que alguns animais não desempenhem, sejam inaptos para determinadas funções, mas que existem raças específicas com qualidades voltadas à aquele trabalho que se sairiam infinitamente melhor. Porque nem nós somos bons em tudo, não temos o direito de exigir dos nossos cavalos que "plantem bananeira enquanto assoviam e chupam cana".
Algumas pessoas se esquecem disso. Vejo preconceito contra outras raças de cavalos, por parte de criadores e usuários, e me pergunto, pra quê? Temos que lembrar, ao fim, são todos CAVALOS, cada qual com sua qualidade. Devemos focar nestas, engrandecê-las, mas sem tirar o mérito dos outros, pois estes também tem suas qualidades únicas, diferenciadas. E lembrar, sempre, de que não importa a raça - cavalo é uma família só, Equus caballus.
E, geralmente, quem gosta de cavalo - gosta de verdade - é pessoa de coração e alma bons... por isso, o conceito "CAVALO" compreende mais que um bicho, e se torna uma "família".




Laura e seu amigo fiel
 

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Estou louco, perdi o mando em mim - Mia Couto

Mia Couto e Amapá
Quero, sim, ausentar-me de mim. Dormir para não existir - Mia

"Contar uma história é deitar sombra no lume" - fotos daniel de andrade simões



"Estou louco, perdi o mando em mim - Mia Couto"
Murilo Salles disse...
Primeiro, um alô saudoso para o Grande Daniel, firme em sua missão de registrar o que se passa de especial diante de seu olhar atento e sua mente irrequieta!

Mia Couto, possível companheiro de geração, afinidades e raízes que nos levam a Moçambique, querendo se perder de si. Esse é o grande e corajoso Ato de Artista. Não é para qualquer um não. Parabéns Mia Couto. Quem sabe um dia cruzamos por esse vasto mundo.
Murilo Salles


terça-feira, 20 de novembro de 2012

Mario Quintana

foto daniel de andrade simões
Da análise
Eis um problema! E cada sábio nele aplica
As suas lentes abismais.
Mas quem com isso ganha é o problema, que fica
Sempre com um X a mais ...


segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Quem Samba Fica ... em nova Edição

Interessados nessa edição contatar o autor por e-mail ruipatterson@terra.com.br
foto daniel de andrade simões

domingo, 18 de novembro de 2012

Vereda ...

conjunção
foto daniel de andrade simões

sábado, 17 de novembro de 2012

Elmar Bones - O Caso do Jornal JÁ - Uma reportagem Duas sentenças

Elmar Bones - foto daniel de andrade simões

Dani O Enxerido
Esse texto foi enviado por Denilson, o Ari, do QSF.

Com certeza tá rolando nas redes daí.
Todo o apoio ao tijolaço do Elmar Bones (um oceano de ossos), mas esse drama - e tudo que mexe com as 62 irmãs concessionárias de energia - não é novidade.
Integrei um grupo de consumidores na luta por soluções eficazes contra as elétricas, fomos ao STF, sem êxito.
Há um grupo de procuradores federais do RS encabeçando iguais propostas, tudo indica que chegarão ao STF em breve, embora os objetivos não sejam os mesmos, o que a sociedade precisa é transparência, os procuradores querem resolver a situação dos consumidores baixando o preço da energia.
Dilma tem feito alguns esforços, veja no que deu: apagões no nordeste.e chantagem, só a Eletrobrás pede 30 bi.
O TCU está dividido se deve ou não reembolsar as cobranças indevidas de energia, 7 bi.
A situação vai ser decidida no TCU semana que vem.
O resultado, sabemos com antecedência, nada pra ninguém.
Ruioque, o Fuxiqueiro
From: "deni.vasconcelos" deni.vasconcelos@uol.com.br

Gordo e demais amigos,
Repasso matéria de Luiz Cláudio Cunha publicada no site Coletiva News, do Rio Grande do Sul. O editor do Coletiva foi um dos integrantes do projeto Coojornal, do tempo da chamada imprensa alternativa. Mas a matéria trata de uma outra publicação, o finado jornal Já, de Elmar Bones, que soçobrou não faz muito tempo, por ter a coragem de denunciar falcatruas no setor elétrico gaúcho e acabou asfixiado pela mesma venda que cega a Justiça quando isso é conveniente. Uma história que virou livro que merece ser lido para que o resto de memória do país não se esqueça de fatos como o que narra. Vejam a matéria que reproduzo mais adiante.
Um abraço,
Denilson
A mídia e a justiça de duas caras
por Luiz Cláudio Cunha * (cunha.luizclaudio@gmail.com)

Luiz Claudio Cunha, jornalista e escritor - foto daniel de andrade simões


Keny Braga e Elmar, safra de jornalistas da Fronteira de Livramento e do Pensamento - foto daniel de andrade simões

O Brasil de duas caras foi desmascarado na quarta-feira (7/11), no coração de Porto Alegre. A obra Uma Reportagem, Duas Sentenças, que o jornalista Elmar Bones autografou na 58º Feira do Livro, na capital gaúcha, é uma pancada doída no fígado de um país marcado pela hipocrisia e um choque na consciência de duas instituições fundamentais da democracia: a Mídia e a Justiça.
Nas suas enxutas 144 páginas, arrumadas em apenas duas semanas numa edição modesta da combalida editora do autor, a denúncia de Bones é um oportuno dique de contenção e reflexão contra a maré triunfalista de uma imprensa caudalosa nos elogios sem freios à Suprema Corte que julga a enxurrada de falcatruas da quadrilha do mensalão.
Existe corrupção e existem juízes em Brasília, como prova o STF. Mas também existe corrupção e faltam juízes em Porto Alegre, como lembra Bones, vítima do mais persistente, inclemente, longo processo judicial contra a liberdade de expressão no país. Não existe paralelo de uma ação tão prolongada da Justiça contra um órgão de imprensa no Brasil pós-ditadura de 1964, tudo isso sob o silêncio continuado da mídia e a inércia complacente de juízes.
É um absurdo contraponto de mutismo e omissão em Porto Alegre ao espetáculo de estridência e protagonismo que se escuta e vê em Brasília. A mídia e a justiça estão lá e cá, em campos opostos, emitindo sinais contraditórios sobre seus papéis. Cumprem bem seu ofício na capital brasileira e fazem muito mal (ou não fazem) o seu trabalho na capital gaúcha.

O espanto de Dilma
O calvário de Bones começou em 2001, quando seu pequeno jornal, o JÁ, um mensário de cinco mil exemplares, ousou contar a história da maior fraude do Rio Grande do Sul, praticada por uma quadrilha infiltrada em licitações de geradores na CEEE, a empresa pública de energia elétrica do estado. Praticaram, em valores corrigidos, uma tunga de mais de R$ 800 milhões, quase 15 vezes o montante do mensalão agora em causa no Supremo Tribunal Federal. O jornal JÁ contou que, em março de 1987, o líder do governo do PMDB na Assembleia gaúcha, deputado caxiense Germano Rigotto, forçou a criação do cargo de “assistente da diretoria financeira” na CEEE, contrariando a determinação do governador Pedro Simon de austerida de total na empresa, que acumulava dividas de US$ 1,8 bilhão.

Acomodou-se lá Lindomar Rigotto, irmão do deputado. “Era um pleito político da base do PMDB de Caxias do Sul”, reconheceu o secretário de Minas e Energia da época, Alcides Saldanha, na CPI instalada em 1995, no governo Antônio Britto. Na administração anterior, no governo Alceu Collares, a investigação ganhou eletricidade quando a sindicância interna da CEEE foi remetida, em dezembro de 1994, à Contadoria e Auditoria Geral do Estado (CAGE) pela espantada secretária de Minas e Energia: “Eu nunca tinha visto nada igual”, confessou diante de tantos malfeitos a economista Dilma Rousseff, no início de uma carreira política que 16 anos depois a levaria ao Palácio do Planalto.
O Rio Grande nunca viu uma CPI como aquela. Foi a primeira comissão parlamentar, entre as 139 criadas no estado desde 1947, que apontou os nomes de corruptores e corruptos. Foram denunciadas 11 marcas famosas (Camargo Correa, Alstom, Brown Boveri, Coemsa, Lorenzetti, entre outras) e 13 funcionários importantes, com destaque para Lindomar Rigotto, citado em 13 depoimentos como a figura central da organização criminosa.

Está lá no relatório final: “De tudo o que se apurou, tem-se como comprovada a prática de corrupção passiva e enriquecimento ilícito de Lindomar Vargas Rigotto”, escreveu o relator, deputado petista e ex-prefeito caxiense Pepe Vargas, primo de Lindomar e Germano Rigotto e atual ministro da Desenvolvimento Agrário do governo Dilma Rousseff.

O crime sem gasolina
As 260 caixas de papelão da CPI, contendo os autos de 30 volumes e 80 anexos envolvendo 41 réus – 12 empresas e 29 pessoas físicas –, foram remetidas no final de 1996 ao Ministério Público e transformadas numa ação civil pública na 2ª Vara Cível da Fazenda Pública na capital gaúcha. Lá, ao contrário do mensalão que entusiasma o país e a mídia pela celeridade do Supremo, o processo nº 011960058232 da fraude da CEEE hiberna e acumula poeira sob o inexplicável desinteresse da imprensa e do Judiciário, envolto há 16 anos num inexplicável, constrangedor “segredo de justiça”.
Por alguma insondável razão, nenhum repórter, nenhum pauteiro, nenhum jornal, nenhum magistrado em Porto Alegre se anima e se inspira a aplicar à maior fraude da história gaúcha a overdose de transparência e informações relatadas aos borbotões em Brasília nas manchetes de jornais, capas de revista e transmissões ao vivo das emissoras de rádio e TV, transformando cada ministro do Supremo em celebridade midiática no maior julgamento de sua história.

CEEE - Porto Alegre-RS foto daniel de andrade simões

O mistério na CEEE aumentou, uma década depois, com o fim violento do principal implicado, Lindomar Rigotto. Dono então de uma boate da moda no litoral gaúcho, o ex-executivo da CEEE foi morto com um tiro no olho desferido por um assaltante, no Carnaval de 1999. Dois anos depois, com a determinação que não tinha a burocrática imprensa tradicional, Bones foi atrás dessa história, superando a pobreza de seu jornal: “A reportagem foi feita num momento muito difícil. Não tínhamos nem gasolina para mandar um repórter ao litoral, para pesquisar o processo do crime no fórum”, conta ele no livro.

A reportagem de quatro páginas de 2001 deu ao JÁ os principais prêmios do jornalismo, incluindo o prestigiado Esso. Quem não gostou foi a família Rigotto, que abriu dois processos na Justiça: um por calúnia e difamação, outro pedindo indenização por dano moral. A denúncia foi feita pela matriarca, dona Julieta, hoje com 91 anos, mãe de Lindomar e Germano. No processo penal, Bones foi absolvido e até elogiado pelo promotor e pela juíza. A ação civil, pela extinta Lei de Imprensa, chegou a ser arquivada mas foi reaberta em 2003, quando Germano Rigotto já era governador. A empresa JÁ Editores foi condenada por dano moral. Assim, a mesma Justiça conseguiu chegar a duas conclusões díspares: absolveu o jornalista e condenou o jornal por ter publicado a mesma reportagem!< /p>

O espasmo da internet

A dívida ultrapassou os R$ 100 mil e estrangulou o jornal que tinha 25 anos de vida. A empresa teve os bens penhorados e Bones ainda sofreu o bloqueio de suas contas bancárias. Esta saga inacreditável, que pune há uma década o jornalismo de qualidade e corajoso de Bones, passou batida pelo clamoroso silêncio da imprensa. Quem quebrou este pacto de mutismo foi este destemido Observatório da Imprensa,em novembro de 2009, quando um exausto Bones anunciou uma edição de despedida para seu moribundo jornal.

O artigo “O jornal que ousou contar a verdade”, assinado por mim, provocou indignação pela morte anunciada do JÁ. Outros dois artigos no Observatório, em agosto e em setembro de 2010 (ver “Como calar e intimidar a imprensa” e “Desculpa para calar a opinião”), acrescentaram novos detalhes ao drama de Bones, e desataram reações. No conjunto do OI foram mais de 10 mil palavras, 61 mil caracteres, 18 páginas de relatos que não tinham merecido uma única linha na imprensa tradicional, sempre tão ciosa de sua liberdade.

O espasmo de liberdade, como sempre, veio da internet. A partir do Observatório, a querela dos Rigotto com Bones ganhou espaços generosos e solidários nos sites e blogs mais importantes e mais acessados do país: Ricardo Setti, Cláudio Humberto, Ricardo Noblat, Congresso em Foco, Luís Nassif, Paulo Henrique Amorim, Carlos Brickmann, Sul21. Dos grandes jornais, apenas O Estado de S.Paulo,que vive uma pendenga parecida com a família do senador José Sarney, abriu espaço para o caso JÁ vs. Rigotto.

Bones anota o seguinte no livro:

“No Rio Grande do Sul, com exceção do Jornal do Comércio, que publicou a nota distribuída pela Agência Estado, a imprensa continuou ignorando o assunto. A Zero Hora deu uma notinha de cinco linhas na coluna de Tulio Milmann, para dizer que o ex-governador Rigotto não tinha nada a ver com a questão. O processo era coisa da mãe dele. Outro diário da capital, O Sul, abordou o assunto através da coluna de Cláudio Humberto. Mas os jornais do Grupo Sinos (Novo Hamburgo e São Leopoldo), os principais da região metropolitana de Porto Alegre, que também publicam a coluna de Cláudio Humberto, censuraram os trechos nos quais ele se referiu ao assunto”.

O dono do Grupo Sinos, Mário Gusmão, nem se coçou, embora fosse em 2010 um dos representantes brasileiros entre os honoráveis 17 membros da Comissão de Liberdade de Imprensa e Informação da prestigiada SIP (Sociedade Interamericana de Imprensa), que reúne as mais importantes corporações de mídia do continente.

Coisa da mamãe

Quem se incomodou, de fato, foi o próprio Rigotto, que sempre reagiu irritado à convicção geral de que estava por trás da longa perseguição a Bones. “O processo é coisa da minha mãe. Eu não tenho nada a ver com isso”, reagiu, num telefonema irado para mim, respondendo ao primeiro artigo desteObservatório. Coincidência ou não, dois dias após a publicação, em novembro de 2009, Rigotto convocou uma inesperada entrevista coletiva para anunciar, chorando, que desistia de sua candidatura ao governo gaúcho na eleição de 2010.

Fora da disputa pelo Palácio Piratini, Rigotto embicou para um desafio aparentemente mais fácil: uma das duas cadeiras em jogo pelo Senado. Começou como favorito, na preferência popular, enquanto repercutiam pela internet os detalhes sobre o processo que matava o jornal de Bones. Líder disparado na intenção de voto das pesquisas iniciais, o filho de dona Julieta, que não tinha nada a ver com isso, acabou despencando na preferência popular. Perdeu as duas vagas para os senadores Paulo Paim (PT) e Ana Amélia (PP) e saiu da eleição com menos de 2,5 milhões de votos entre os 8 milhões de eleitores gaúchos.
Inocente ou não, Germano, o irmão de Lindomar e filho de dona Julieta, acabou inscrevendo para sempre seu honrado nome no relatório final da 66ª Assembleia Geral da Sociedade Interamericana de Imprensa, realizada em novembro de 2010 na cidade mexicana de Mérida. O capítulo sobre liberdade de imprensa no Brasil, escrito pelo jornalista brasileiro Sidnei Basile, então vice-presidente institucional da Editora Abril e membro do Comitê de Liberdade de Expressão da SIP, registra o seguinte:

“No Sul do Brasil, continua o calvário por que passa o jornal gaúcho JÁ e seu proprietário, o jornalista Elmar Bones, por conta de uma reportagem publicada há dez anos sob o título ‘Caso Rigotto – um golpe de US$ 65 milhões e duas mortes não esclarecidas’. Isenta de comentários, mas recheada de informações, a matéria mereceu alguns dos mais importantes troféus regionais de jornalismo, como o Esso Regional e o ARI, da Associação Riograndense de Imprensa. Não obstante, o jornal foi condenado a pagar indenização civil incompatível com sua capacidade econômica e teve de fechar as portas.
“A reportagem contava o envolvimento de Lindomar Rigotto – irmão do então deputado estadual e depois governador Germano Rigotto – em uma licitação pública da Companhia Estadual Energia Elétrica. Indicado pelo irmão para a diretoria financeira da empresa, Lindomar acabou protagonizando o escândalo que resultou em uma CPI que indiciou ele, outras onze pessoas e onze empresas.

“Segundo o relatório final dessa Comissão, o esquema foi montado por Lindomar. ‘De tudo o que se apurou, tem-se como comprovada a prática de corrupção passiva e enriquecimento ilícito de Lindomar Vargas Rigotto’, escreveu o relator da CPI, deputado Pepe Vargas (PT-RS).”
Ao morrer em março de 2011, aos 64 anos, vítima de um câncer fulminante, Sidnei Basile deixou a folha impecável de um dos mais respeitados profissionais da imprensa brasileira. Um ano antes, Basile fez uma pública declaração de fé: “Não é o Estado que fiscaliza a imprensa, é a imprensa que fiscaliza o Estado”.
Elmar Bones, que o ex-governador Rigotto também não deve conhecer, tem uma biografia igualmente respeitável, com passagens como editor ou diretor de publicações como Gazeta Mercantil,Veja,IstoÉ,O Estado de S.Paulo,Jornal do Brasil eFolha da Manhã. Mas sua página mais gloriosa é um jornal da imprensa nanica, o CooJornal, um mensário editado pela Cooperativa dos Jornalistas de Porto Alegre (1976-1983) nos anos de chumbo da ditadura e fechado por pressão dos militares sobre os anunciantes. Como pregava Basile e fazia Bones, o CooJornal era um atrevido jornal de resistência que sabia que a função da imprensa de todos os regimes e todos os governos é fiscalizar o Estado – e não o contrário.

Elmar e Trindade presos

No texto produzido para a SIP, com versões adicionais em inglês e espanhol, Basile reservou três parágrafos, 15 linhas e 194 palavras para resumir o longo calvário de Bones e seu jornal.

O nome Rigotto é citado quatro vezes no relatório final de 2010 da SIP.
Dona Julieta, a suposta dona do processo, nem é mencionada.
Germano Rigotto, o ex-governador que não tem nada a ver com isso, é citado uma vez.
Quem quiser saber as razões, leia o livro indispensável de Elmar Bones sobre o Brasil de duas caras.

* Luiz Cláudio Cunha é jornalista.
Denilson Vasconcelos
(11) 2241-4506

Enquanto isso, na Macedônia, os despachos correm soltos nas areias de "Alquidabã"...

Despacho: pagamento antecipado do favor que se espera do Exu, que levará o recado ao Orixá a quem estar afeto aquilo que se deseja obter - foto daniel de andrade simões

Fim da Feira do Livro de 2012


Lo que pasa con esta banda Sérgio Becker ?!




Mia Couto, convidado especial da Feira do Livro. Deixaram seus leitores frustrados.  Não houve sessão de autógrafo. Mia lamenta essa distância com seu  público brasileiro. fotos daniel de andrade simões

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Comedores de luz ... sábio é o vagalume que usa o escuro para se acender - Mia Couto

Moçambique, (1977) cineasta Rui Guerra, artista plástico Malagantana,  câmera e fotógrafo Roberto Silva - foto daniel de andrade simões

Henrique, um alegre vivente

henrique e ana - foto danivô

Nosotros, ana, henrique e danivô - foto telavó

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Mia Couto, alegre e bem humorado poeta, romancista, astronauta, biólogo, humorista e diplomata das terras de Além Mar.

Encontro com Mia Couto 58ª Feira do livro de Porto Alegre – 2012

Mia Couto, simplicidade, humor e alegria, marcaram o final da tarde do dia 11 de novembro no Teatro Sancho Pança. Lotado pelos gaúchos, leitores e fãs. Fez como seus pais outrora fizeram, nos contou estórias, assim como a sua relação em ouvir as estórias da gente do seu país. A literatura que produz é mais sentimento que ideia, por isto o que devolve à violência é o afeto e o reencontro das pessoas com o seu lugar. Disse que a literatura pode resgatar o passado de Moçambique sem rancores e confrontar-se com sua História. O livro Terra Sonâmbula é um exemplo, pois foi uma maneira de construir a paz dentro de si naqueles tempos de guerra. Sua pátria é sua língua e o que faz é “limpar o pó das palavras”, resultado também do namoro de outras línguas de Moçambique com a língua portuguesa. Afinal, a literatura seduz e alicia..“A literatura que eu gosto é a que me faz escutar” diz. Nós também Mia, gostamos de lê-lo e escutá-lo sempre.  Stella Petrasi

Mia, ganhador de palavras. Em tempos idos e sérios, época em que não se permitiam brincadeiras, passei ao amigo e companheiro de lutas, a palavra esculhambação. Essa palavra era por ele desconhecida.  Seu pai Antonio Couto, poeta e jornalista era meu parceiro nesse jogo do bem fazer alegrias, Mia discretamente sorria, com o tempo foi esculhambando também para descontrair a vida tensa na FRELIMO.  daniel, o blogueiro

Luiz Coronel, patrono da Feira do Livro de 2012.  Poeta recepcionando outro poeta.  Com delicadeza, alegria, amáveis e inteligentes palavras ao receber o Mia.

"Ninguém, na verdade, viaja para uma ilha. As ilhas existem dentro de nós, como um território sonhado, como um pedaço do nosso passado que se soltou do tempo" Mia, em Pensageiro Frequente

 Juventude moçambicana engajada na luta de libertação com Samora Machel, 1976. fotos daniel de andrade simões

sábado, 10 de novembro de 2012

Mia Couto, consagrado e genial escritor moçambicano, autor de várias obras entre elas: A Varanda do Frangipane, Terra Sonâmbula, O Outro Pé da Sereia, Estórias Abensonhadas, etc. é o convidado da Feira do Livro (Cais do Porto, domingo às 19 h) é um dos palestrantes do "Fronteira do Pensamento" ...

Mia Couto, jornalista, biológo, escritor e "astronauta" no Roda Viva em São Paulo

o biólogo Mia  e o guapuruvu em porto alegre
"Este silêncio tão vasto, como posso fotografar"
do seu último livro "Pensageiro Frequente"

Mia Couto


Nasceu em Moçambique, na Beira, em 1955. É jornalista, é professor, biólogo e escritor. Traduzido em várias línguas. Muitos prêmios e distinções, (com destaque a nomeação, por júri criado para o efeito pela Feira Internacional do Livro do Zimbabwe, de Terra Sonâmbula como um dos doze melhores livros africanos do século XX),

Foi galardoado, pelo conjunto da sua já vasta obra, com o Prêmio Vergílio Ferreira 1999 e com o prêmio União Latina de Literaturas Românticas 2007. Ainda em 2007 Mia recebeu o Prêmio Passo Fundo Zaffari & Bourbon de Literatura pelo seu romance O Outro Pé da Sereia.


Moçambique-fotos daniel de andrade simões

Ocalize-se em apoio aos índios Guarani-Kaiowá que ameaçam com suicídio coletivo da tribo em defesas de suas terras. A juventude gaúcha pinta a cara em solidariedade e ocupam a praça em Porto Alegre



Indios da Nação Pataxó, presentes !

intelectuais na Praça em solidariedade


A cacique Cricri mandou um recado pelo chefe tribal RuioQue, do Quem Samba Fica...: "mudamos o rumo da tecnologia ou chegaremos mais rápido a lugar nenhum"

fotos daniel de andrade simões