quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Solar em Salvador (Nazaré) do Barão de Rio Real






foto divulgação

SOLAR BARÃO DO RIO REAL - HISTÓRICO
Situado na rua Almeida Couto, nº 01 – Largo de Nazaré “ construção do século XVIII e reformado no início do século XIX – Nota nesse casarão o mirante já implantado na construção civil da época em várias residências.”( frases do IPHAN, ficha do imóvel ).
Pertenceu ao Barão do Rio Real– José Dantas dos Imperiais Itapicurú ou como era chamado Dr. José Dantas Itapicurú, 1º barão do Rio Real, nasceu no dia 19 de março de 1798 no engenho Camuciatá, município de Itapicurú. Faleceu no dia 10 de novembro de 1862, nesta capital, e sepultado no cemitério do Campo Santo. Foi juiz em Itapicurú, agraciado barão. Filho legítimo de José d’Antas e Francisca de Sousa, casou em 1ª núpcias com D. Ana Ferreira de Jesus Velloso, não teve filhos, na 2ª núpcias casou com D. Eliza Pitanga Dantas, faleceu na Capital em 12 de junho de 1902, deixando quatro filho a saber:

João Gualberto Dantas com 22 anos ( futuro 2º barão do Rio Real )
José Dantas Itapicurú com 21 anos
Maria Leopoldina Dantas com 18 anos
Praxeres Pitanga Dantas com 13 anos.

No centro da foto, primos do blogueiro daniel: Glorinha (viva) e Zequinha Dantas em Rio Real


Prima e primo da família Dantas e Simões de Rio Real - fotos daniel de andrade simões

(Fonte, inventário pág.2 do livro de Inventário de José Dantas Itapicurú em 23 de agosto de 1902 – Itapicurú )
Assim sendo, é natural que o barão e sua família, sempre quando vinham para a Capital (Salvador) ficaram estabelecidos no casarão do bairro de Nazaré. Este Solar ou casarão, foi tombado pelo IPHAN sob nº 32 do livro de Belas Artes, fls,07 em 20.04.1938 (Arquitetura civil do período Colonial) cadastro imobiliário nº 20314 – Processo nº 118-T “ Tombado em agosto de 1937 sob nº 32 – época século XVIII (1748 mais ou menos).”Poucas referencias seguras sobre esse prédio. Conseguimos saber que ele seria um dos 3 edificios primitivos do bairro de Nazaré. Parece que, mais tarde, em pleno século XIX sofreu pequenas modificações. Estas, porém de natureza mais ornamental, longe de prejudicar, antes lhe aumentaram a discreta elegância de legitima casa palaciana.”

As anotações acima, estão registradas na ficha do imóvel mencionado, pelo arquiteto fiscal.
O imóvel passou por vários locatários. Foi pousada dos padres da Congregação das Missões. Em 29 de dezembro de 1944 pertenceu a D. Almerinda Martins Catarino da Silva. Já em fevereiro de 1945 pertenceu ao Colégio N. Sª de Lourdes e Escola Técnica. Depois em 11,08.95 foi transferido ao Colégio Democrata e novamente abandonado. Hoje esse casarão está sob a locação, segundo informações do IPHAN a um comerciante de antiguidade que por sua vez, ainda não abriu a porta.

Visitei o casarão do barão do Rio Real no bairro de Nazaré em 2007. Na ocasião a porta estava aberta e deparei com o ex-Diretor do Colégio N.Sª de Lourdes, locatário do imóvel que estava recolhendo ainda, documentos de ex-alunos e estava passando o imóvel para o referido comerciante de antiguidade. Percorri o casarão que tinha vários objetos e móveis amontoados e vi uma escada belíssima de madeira de lei. Fui até a parte inferior do casarão chamado de “socavão”, local amplo com pouca circulação de ar, lá nas paredes sem cor, úmidas, se encontravam argolas de ferro presas na parede, visível instrumento de suplício para prender
escravos e no chão outros objetos que não consegui identificar. É lamentável o descaso público e oficial do governo com o patrimônio histórico de grande interesse.
                              Trabalho de pesquisa de Álvaro B. Marques
Cosme Pires, pesquisador da orígem do município de Rio Real completa:
Etapa 05

Um dos barões que governou a cidade de Rio Real foi José Dantas, o Barão de Rio Real, o qual possuía um solar na cidade de Salvador no bairro de Nazaré, conforme registros do IPHAN.
Muito mais tarde, já em 1955, quando temos dados mais concretos da importância destas
aglomerações, já então denominada de vila, os gestores dessas terras foram os chamados
“coronéis”, que compravam as patentes do exército ou da marinha. Eram senhores de engenhos ou fazendeiros. Alguns deles foram, coronel Otávio de Souza Leite, coronel Bevenuto, coronel Bonfim, o major Zeuxis, hoje nomes de ruas da cidade de Rio Real. Eram líderes da nova comunidade que se formava, embora ainda não houvesse uma organização política, e sim porque eram detentores de grande poder econômico.

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