Bordados em Tauá em cerâmicas Rio Real Sergipe- foto daniel de andrade simões
segunda-feira, 30 de janeiro de 2012
quarta-feira, 25 de janeiro de 2012
terça-feira, 24 de janeiro de 2012
O Retrato por MIA COUTO do: O Outro Pé da Sereia
foto daniel de andrade simões
- Essa é a última fotografia da sua Tia...
Mão na mão, as duas mulheres percorrem as linhas do rosto da falecida Luzmina, como se lhe corrigissem o destino. Alinhavam a moldura na parede como quem ajeita flores sobre uma campa.
- Que idade ela tinha nesta foto?
- Tinha, não. Tem.
- Não entendo.
- Essa foto ela tirou-a com trinta e cinco anos. Mas a sua Tia continua a envelhecer na imagem.
- Ora, mãe...
- A última vez que a peguei nessa foto ela nem tinha estes cabelos brancos...
sexta-feira, 20 de janeiro de 2012
Era uma Vez ... Uma Ditadura por Tânia Miranda
foto daniel de andrade simões
ERA UMA VEZ... UMA DITADURA Tânia Miranda, historiadora, mestre em educação. Histórias de meninas e meninos marcados pela ditadura militar no Brasil, publicação da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, traz à tona um tema comovente. As narrativas, permeadas de afetos controversos, nos permitem um duplo sentimento: reavivar a memória e chamar a atenção para a necessidade de reafirmação permanente dos valores em direitos humanos. E, ainda, driblar a velocidade do tempo e a circulação frenética de informações que aumentam a distância desse passado recente. Quando contarem estas histórias, podem começar como tantas outras: era uma vez. Era uma vez um país onde as pessoas foram proibidas de pensar, falar e fazer o que achavam certo, por isso foram presas, torturadas e até assassinadas. Era uma vez um país onde crianças e até bebês, privados da proteção de seus familiares, foram utilizados nas sessões de tortura, cujos danos infligidos a pais e filhos são difíceis de avaliar. Era uma vez um país em que as cicatrizes de almas e corpos violados permanecem ainda hoje vivas como tatuagens. Era uma vez um país em que estudantes se engajaram, em plena adolescência, na resistência à ditadura. Era uma vez um brasileiro que se chama João Carlos Grabois, conheceu a tortura quando ainda habitava o ventre da mãe e viveu seus primeiros dias de vida na cadeia. Era uma vez um adolescente que tinha acabado de completar 18 anos, chamava-se Edson Luiz Lima Souto, morreu defendendo à liberdade e tornou-se o símbolo da resistência juvenil. Era uma vez um quase menino Marco Antonio Dias Baptista, um dos 140 desaparecidos políticos, tinha apenas 15 anos quando, em 1970, foi preso em Goiás. Era uma vez uma história triste que ninguém gosta de ouvir. Mas que precisa ser lembrada, contada e recontada para nunca se repetir. Ivan Lins e Vitor Martins, em Nossos Filhos, poeticamente, retratam aqueles tempos: “Perdoem por tantos perigos, perdoem a falta de abrigo, perdoem a falta de amigos, os dias eram assim... Quando brotarem as flores, quando crescerem as matas, quando colherem os frutos, digam o gosto pra mim...”
ERA UMA VEZ... UMA DITADURA Tânia Miranda, historiadora, mestre em educação. Histórias de meninas e meninos marcados pela ditadura militar no Brasil, publicação da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, traz à tona um tema comovente. As narrativas, permeadas de afetos controversos, nos permitem um duplo sentimento: reavivar a memória e chamar a atenção para a necessidade de reafirmação permanente dos valores em direitos humanos. E, ainda, driblar a velocidade do tempo e a circulação frenética de informações que aumentam a distância desse passado recente. Quando contarem estas histórias, podem começar como tantas outras: era uma vez. Era uma vez um país onde as pessoas foram proibidas de pensar, falar e fazer o que achavam certo, por isso foram presas, torturadas e até assassinadas. Era uma vez um país onde crianças e até bebês, privados da proteção de seus familiares, foram utilizados nas sessões de tortura, cujos danos infligidos a pais e filhos são difíceis de avaliar. Era uma vez um país em que as cicatrizes de almas e corpos violados permanecem ainda hoje vivas como tatuagens. Era uma vez um país em que estudantes se engajaram, em plena adolescência, na resistência à ditadura. Era uma vez um brasileiro que se chama João Carlos Grabois, conheceu a tortura quando ainda habitava o ventre da mãe e viveu seus primeiros dias de vida na cadeia. Era uma vez um adolescente que tinha acabado de completar 18 anos, chamava-se Edson Luiz Lima Souto, morreu defendendo à liberdade e tornou-se o símbolo da resistência juvenil. Era uma vez um quase menino Marco Antonio Dias Baptista, um dos 140 desaparecidos políticos, tinha apenas 15 anos quando, em 1970, foi preso em Goiás. Era uma vez uma história triste que ninguém gosta de ouvir. Mas que precisa ser lembrada, contada e recontada para nunca se repetir. Ivan Lins e Vitor Martins, em Nossos Filhos, poeticamente, retratam aqueles tempos: “Perdoem por tantos perigos, perdoem a falta de abrigo, perdoem a falta de amigos, os dias eram assim... Quando brotarem as flores, quando crescerem as matas, quando colherem os frutos, digam o gosto pra mim...”
segunda-feira, 16 de janeiro de 2012
África, um continente sem história ? por Emir Sader
Joaquim Chissano companheiro de Samora Machel na FRELIMO - Frente de Libertação de Moçambique. Após Samora, foi eleito por duas vezes Presidente da Rapública Popular de Moçambique
Mural do artista plástico moçambicano MALANGATANA que fez parte da resistência ao colonialismo português - fotos daniel de andrade simões
Continente mais pobre, mais marcado por conflitos que aparecem como conflitos étnicos, região que mais exporta mão de obra – a África tem todas as características para sofrer a pecha de continente marcado pelo destino para a miséria, o sofrimento, o abandono.
Depois de séculos de despojo colonial e de escravidão, os países africanos acederam à independência política na metade do século passado, no bojo da decadência definitiva das potências coloniais europeias. Alguns países conseguiram gerar lideranças políticas nacionais, construir Estados com projetos próprios, estabelecer certos níveis de desenvolvimento econômico, no marco do mundo bipolar do segundo pós-guerra.
Mas essas circunstâncias terminaram e o neocolonialismo voltou a se abater sobre o continente africano, vítima de novo da pilhagem das potências capitalistas. A globalização neoliberal voltou a reduzir o continente ao que tinha sido secularmente: fornecedor de matérias primas para as potências centrais, com a única novidade que agora a China também participa desse processo.
Mas o continente, que nunca foi ressarcido pelo colonialismo e pela escravidão, paga o preço desses fenômenos e essa é a raiz essencial dos seus problemas. Mesmo enfrentamentos sangrentos, atribuídos a conflitos étnicos, como entre os tutsis e os hutus, se revelaram na verdade expressão dos conflitos de multinacionais francesas e belgas, com envolvimento dos próprios governos desses países.
Hoje a África está reduzida a isso no marco do capitalismo global. Salvo alguns países como a Africa do Sul, por seu desenvolvimento industrial diferenciado e alguns países que possuem matérias primas ou recursos energéticos estratégicos, tem um papel secundário e complementar, sem nenhuma capacidade de assumir estratégias próprias de desenvolvimento e de superação dos seus problemas sociais.
A globalização neoliberal acentuou a concentração de poder e de renda no centro em detrimento da periferia. Os países emergentes – em particulares latino-americano e alguns asiáticos – conseguiram romper essa tendência, mas não os africanos, porque não conseguiram eleger governos que rompessem com a lógica neoliberal predominante.
O novo ciclo da crise capitalista e a primavera no mundo árabe podem trazer novidades que permitam a países africanos somar-se aos governos progressistas da América Latina
Extraido de http://www.aldeiagaulesa.net/
sábado, 14 de janeiro de 2012
Revolucionário ex-guerrilheiro HENRY ENGLER Tupamaro URUGUAIO por Lucas Ferraz
Morro da Cruz - Porto Alegre RS - foto daniel de andrade simões
Movimento de Justiça e Direitos Humanos informa:
Henry Engler, o ex-guerrilheiro que revolucionou a pesquisa de Alzheimer por LUCAS FERRAZ
Enviado Especial ao Uruguai para demarcar os limites de sua imaginação, Henry Engler traça um círculo que abriga e controla seus pensamentos.Foi assim na prisão, onde ele desenvolveu a técnica intuitivamente, para tentar manter-se são; na vida cotidiana, como na recente briga de trânsito em que terminou agredido; e no trabalho de pesquisa médica, que o fez chegar perto do Prêmio Nobel de Medicina, por desenvolver um dos estudos mais importantes em sua área nos últimos cem anos.Ex-preso político da ditadura uruguaia por 13 anos, 11 dos quais numa solitária, sofrendo alucinações e diagnosticado com psicose delirante crônica, Engler apresentou em 2002, na Conferência Mundial sobre o Alzheimer, em Estocolmo, um trabalho que revolucionou os estudos do cérebro.Ele detectou, pela primeira vez, a proteína amiloide, associada ao Alzheimer, em um homem vivo, passo mais importante no estudo da doença desde que o psiquiatra alemão Alois Alzheimer (1864-1915) detectou o mal, em 1906, na cabeça de um morto."Claro que houve influência da prisão na minha investigação, ela me deu disciplina e muita paciência", disse Engler à Folha em sua sala de diretor do Cudim (Centro Uruguaio de Imagenologia Molecular), criado por ele em Montevidéu em 2008. "Para o pesquisador, o mais importante não é a inteligência, mas sim a paciência, em primeiro lugar, e depois a intuição. Tanto na prisão como na minha pesquisa, tomei um caminho intuitivo."PRISÃOEx-dirigente Tupamaro, a maior organização da esquerda armada do Uruguai entre os anos 1960 e 70, Engler foi um dos nove reféns da ditadura instaurada em 1973. Os militares prenderam nove dirigentes e ameaçaram executá-los caso a organização retomasse as ações armadas. Além de Engler, o atual presidente uruguaio, José Pepe Mujica, e o líder e fundador dos Tupamaros, Raúl Sendic, estavam no grupo.Nascido em Paisandú em 1946, Engler era estudante de medicina e um dos dirigentes da organização. Participou de ações armadas e foi acusado pelos militares de ser um dos coautores do assassinato de Dan Anthony Mitrione, agente da CIA executado no Uruguai em 1970. Ele nega.Foi preso em 1972, aos 24 anos. No ano seguinte, acabou trancafiado em uma solitária onde viveria os próximos 11 anos."Tinha muito problema com as vozes. Nunca vi coisas inexistentes, mas eu tinha uma toalha que se transformava em tapete mágico, cheia de sinais", conta. "Era insuportável ouvir as vozes, era muito agressivo, sentia fisicamente choques elétricos que paravam meu coração, que me seguiam torturando. Sofri isso durante anos."Uma das piores alucinações foi a constatação de que a CIA tinha instalado um dispositivo em seu cérebro. Ao pensar nos companheiros da luta armada, automaticamente o dispositivo da agência de inteligência norte-americana captava a identidade dos colegas, que "caíam" (eram presos) em seguida. Para ele era a morte."Foi tudo intuitivo. Para controlar meus pensamentos, tratava de fazer um ponto na parede da cela e olhava fixamente para ele", conta. "Em pouco mais de um mês, via o que passava na minha cabeça, imagens que iam se formando. Até que fiz um círculo, e sempre tratava de manter essas imagens e pensamentos dentro do círculo. Seguia escutando vozes, mas agora eu podia controlar minha cabeça."LIBERDADEAs alucinações só terminaram em 1984, quando deixou a solitária. Ganhou a liberdade no ano seguinte, já com leve melhora psicológica. Eram tempos de redemocratização no Uruguai.O círculo mudou a maneira de Henry Engler pensar. Aos 65 anos, ele diz ter desenvolvido uma capacidade de não reagir imediatamente a nada. Engler é calmo, ouve o interlocutor com muita atenção e não perde a piada."Trato de ver o que passa em meu pensamento e o que está passando no do outro. Controlar os pensamentos muda a forma como o cérebro trabalha, você perde a rapidez de reagir irracionalmente. Sempre está vendo o que está pensando, isso é correto, isso não é. A prisão me ajudou a desenvolver parte disso, não podia logicamente pensar no que ia acontecer comigo. Nos momentos de perigo, quando pensava que ia ser morto, precisava muito da intuição. O cérebro vai aprendendo a funcionar de uma maneira mais efetiva, que não é lógica".Na prisão, abandonou o materialismo histórico dos tempos de militância e passou a crer em Deus -segundo diz, para sobreviver.Primeiro pensou em Che Guevara. "Che podia suportar tudo, mas comecei a pensar em uma pessoa que poderia suportar mais, e era Jesus. Comecei a pensar que era bom parecer com Jesus. 'Perdoai, Senhor, eles não sabem o que fazem'. Isso despertou minha admiração. Estive muito alterado mentalmente, e tive uma identificação com Messias, mas depois me dei conta que não seria nenhum Messias, já tinha encontrado Deus".Ao sair da prisão, Engler se mudou para a Suécia, país que recebeu muitos exilados latino-americanos. Decidiu retomar os estudos de medicina, mas a Universidade de Uppsala não aceitou os antigos registros do Uruguai. Recomeçou o curso em 1988, aos 42 anos. Por causa da idade, que ele considerava avançada para atuar como cirurgião, optou por seguir a carreira de pesquisador."Comecei a trabalhar na universidade, onde havia cientistas de primeira linha. O método não era muito conhecido, mas tive a sorte de entender que era importante para o futuro. A carreira de pesquisador é longa, é como o trabalho para desenvolver o olfato dos cães que procuram drogas: você começa a farejar para encontrar a solução dos problemas."ALZHEIMEREm 1997, já integrado à equipe de investigação de Uppsala, Henry Engler participou de pesquisas com cientistas da Universidade de Pittsburgh, na Pensilvânia.Nos Estados Unidos, os pesquisadores conseguiram criar uma substância que era usada em animais. Os estudos com o composto "PiB", como os suecos o nomearam, foram bem-sucedidos. Monitorada até chegar ao cérebro, a substância tornou possível detectar a proteína amiloide, associada à doença de Alzheimer.Na Suécia, a Universidade de Uppsala desenvolveu um avançado exame de imagem, e Engler e seus colegas testaram o "PiB" em homens. "Colocamos uma pequena quantidade de radioatividade nessa substância, a injetamos no corpo humano e a monitoramos até o cérebro. Com as câmeras especiais, foi possível detectar a reação da amiloide, substância do cérebro que produz a doença e vai matando os neurônios".O teste foi feito com cinco pessoas saudáveis e nove doentes. Deu certo. Era a primeira vez na história que a medicina conseguia mostrar a presença do Alzheimer no cérebro de pessoas vivas.ACERTO DE CONTASDividindo o tempo atualmente entre a Suécia e o Uruguai, Engler voltou ao seu país para um pequeno acerto de contas. Em 2008, fez um acordo com o governo para a criação do Cudim, erguido em frente ao mítico estádio Centenário. O centro médico é uma organização que atua em regime privado, mas que depende do Estado."Damos assistência a toda a população do Uruguai, sem cobrar nada, porque o Estado nos deu essa oportunidade", afirma.No Cudim, há uma parceria com as Universidades de Montevidéu e de Uppsala. Os exames são para diagnósticos de câncer (todos os tipos), além de neurologia. O diagnóstico do Alzheimer deve começar a ser feito em breve. "Senti uma obrigação de ajudar, de voltar, o Uruguai estava muito distante nessa área. Senti muita gratidão pelas pessoas que lutaram pelo fim da ditadura e pela minha geração".Engler também dirige o recém-criado Clube Latino de Imaginologia Molecular, cujo objetivo é integrar toda a rede médica da região, e torce para que seu estudo ajude a encontrar uma cura para o Alzheimer, cujos tratamentos, até o momento, são todos paliativos."Continuo sendo um revolucionário, agora lutando contra as doenças. O socialismo é não um fim, nunca vamos poder experimentá-lo totalmente", diz.E teoriza: "O cérebro está formado por dois componentes essenciais, egoísmo e solidariedade. O egoísmo é necessário para o indivíduo sobreviver. A solidariedade, para a sobrevivência da espécie. Sempre há uma luta entre o egoísmo e a solidariedade. E sempre vai existir muito egoísmo, senão o cérebro deixaria de ser cérebro. O homem precisa controlar seus pensamentos para não deixar o egoísmo prevalecer."
terça-feira, 10 de janeiro de 2012
Rui Patterson autor de Quem Samba Fica...lembrando nossas prisões durante a Ditadura Militar em que a família do Nemésio Garcia trazia clandestinamente o tão aguardado "subversivo" Pasquim. Criado em 1969 no Rio de Janeiro e fechado em 1991. Famoso por lutar contra a ditadura civil e militar
Velho Dani
Vai a cópia dos Fradinhos do Henfil - Baixim (também apelido do Daniel na prisão e Cumprido (apelido do Rui) - a primeira vez que sairam no Pasca, nem nomes tinham.
Ruioque, o Historiador de HQ
Vai a cópia dos Fradinhos do Henfil - Baixim (também apelido do Daniel na prisão e Cumprido (apelido do Rui) - a primeira vez que sairam no Pasca, nem nomes tinham.
Ruioque, o Historiador de HQ
domingo, 8 de janeiro de 2012
"Foi Bonita a Festa pa..." - Sueli Oliveira e Raimundo Nascimento, filhos de Rio Real Sergipe - Um Verdadeiro Casal Feliz
O casal Joseane e Nene de Vivi prestigiando os amigos
Raimundo e GEL dois grandes interprétes da MPB
Domingos Alberto de Oliveira, pai da noiva e Stella Petrasi
Mais uma priminha Geovana Oliveira filha de Noelton e Giovany
Um casal de advogados, Sueli (prima do blogueiro) distribuiu beleza, alegria e simpatia aos presentes. Raimundo Nascimento, além de humorista é um grande interpréte da excelente música popular brasileira, Chico Buarque, Caetano Veloso, Djavan, Gil, com sua turma alegre de amigos e parentes, em alto nível
comandou a festa junto a melhor banda de Rio Real. Sueli e Raimundo continuam festejando no Chile, terra do grande líder da América Latina, Salvador Allende. Longa Vida aos camaradas primos.
quinta-feira, 5 de janeiro de 2012
Beatriz Bandeira Ryff última revolucionária da cela 4 morreu aos 104 anos
foto daniel de andrade simões
MOVIMENTO DE JUSTIÇA E DIREITOS HUMANOS/Brasil INFORMA: Última sobrevivente da cela 4 Luiz Antonio Ryff Morreu, aos 102 anos, Beatriz Bandeira, a última sobrevivente da famosa cela 4 – onde foram presas, na Casa de Detenção, no Rio de Janeiro, então Distrito Federal, as poucas mulheres que participaram da revolta comunista de 1935 no Brasil.Foi na cela 4 que ficaram confinadas Olga Benário (esposa do líder da intentona, Luiz Carlos Prestes), a futura psicanalista Nise da Silveira, a advogada Maria Werneck de Castro e as jornalistas Eneida de Moraes e Eugênia Álvaro Moreyra.Por conta dessa passagem, Beatriz virou personagem de livros como “Memórias do Cárcere”, o relato biográfico de Graciliano Ramos, que também esteve preso por causa da revolta.Pouco antes, como militante comunista e da Aliança Nacional Libertadora (ANL), Beatriz conheceu seu marido, Raul, que viria a ser jornalista e secretário de Imprensa do governo João Goulart (1961-1964). Com ele se casou três vezes.Os dois foram exilados duas vezes. Em 1936, depois da libertação, foram expulsos para o Uruguai. Em 1964, após o golpe militar, receberam abrigo na Iugoslávia e, posteriormente, na França.Ao regressar ao Brasil, Beatriz continuou a militância política nos anos 70 e 80. Foi uma das fundadoras do Movimento Feminino pela Anistia e Liberdades Democráticas, que lutou pelo fim da ditadura no País.Beatriz nasceu em uma família positivista. Seu pai, o coronel do exército Alípio Bandeira, foi abolicionista. Como militar, trabalhou no Serviço de Proteção ao Índio (SPI) e ajudou o Marechal Cândido Rondon na instalação de linhas telegráficas no interior do País e no contato com tribos isoladas – Alípio liderou o encontro com os Waimiri Atroari em 1911, por exemplo.Além de militante política, Beatriz foi poeta (publicou “Roteiro” e “Profissão de Fé”) e professora (foi demitida pelo regime militar da cadeira de Técnica Vocal do Conservatório Nacional de Teatro). Também escreveu crônicas e colaborou para o jornal A Manhã e as revistas Leitura e Momento Feminino. Há dez anos ela contou um pouco de sua história em uma entrevista à TV Câmara.Beatriz morreu na noite de segunda (dia 2) após um AVC. Foi enterrada no final da tarde de hoje (dia 3) no Cemitério São João Batista, em Botafogo.Uma nota pessoalBeatriz Bandeira Ryff era minha avó. Nos últimos anos de sua vida centenária a senilidade tinha lhe tirado totalmente a visão. Ela quase não falava e mal se comunicava com o mundo.Há uns dez dias, fui visitá-la levado pelo meu filho de 8 anos que queria dar um beijo na “bisa”. Encontramos ela mais presente do que em todas as visitas nos anos anteriores. Chegou a cantarolar algumas músicas que costumava embalar o sono dos netos quando pequenos, como os hinos revolucionários “Internacional”, “A Marselhesa” (embora ela também cantasse obras não políticas, entre elas a “Berceuse”, de Brahms).Ao me despedir, perguntei-lhe se lembrava o trecho do poema “Canção do Tamoio”, de Gonçalves Dias, que ela costumava recitar. Ela assentiu levemente com a cabeça e começou, puxando do fundo da memória. Foram suas últimas palavras para mim.
“Não chores, meu filho;Não chores, que a vida é luta renhida:Viver é lutar. A vida é combate que os fracos abate, que os fortes, os bravos ,só pode exaltar.”(“Canção do Tamoio”, Gonçalves Dias)
MOVIMENTO DE JUSTIÇA E DIREITOS HUMANOS/Brasil INFORMA: Última sobrevivente da cela 4 Luiz Antonio Ryff Morreu, aos 102 anos, Beatriz Bandeira, a última sobrevivente da famosa cela 4 – onde foram presas, na Casa de Detenção, no Rio de Janeiro, então Distrito Federal, as poucas mulheres que participaram da revolta comunista de 1935 no Brasil.Foi na cela 4 que ficaram confinadas Olga Benário (esposa do líder da intentona, Luiz Carlos Prestes), a futura psicanalista Nise da Silveira, a advogada Maria Werneck de Castro e as jornalistas Eneida de Moraes e Eugênia Álvaro Moreyra.Por conta dessa passagem, Beatriz virou personagem de livros como “Memórias do Cárcere”, o relato biográfico de Graciliano Ramos, que também esteve preso por causa da revolta.Pouco antes, como militante comunista e da Aliança Nacional Libertadora (ANL), Beatriz conheceu seu marido, Raul, que viria a ser jornalista e secretário de Imprensa do governo João Goulart (1961-1964). Com ele se casou três vezes.Os dois foram exilados duas vezes. Em 1936, depois da libertação, foram expulsos para o Uruguai. Em 1964, após o golpe militar, receberam abrigo na Iugoslávia e, posteriormente, na França.Ao regressar ao Brasil, Beatriz continuou a militância política nos anos 70 e 80. Foi uma das fundadoras do Movimento Feminino pela Anistia e Liberdades Democráticas, que lutou pelo fim da ditadura no País.Beatriz nasceu em uma família positivista. Seu pai, o coronel do exército Alípio Bandeira, foi abolicionista. Como militar, trabalhou no Serviço de Proteção ao Índio (SPI) e ajudou o Marechal Cândido Rondon na instalação de linhas telegráficas no interior do País e no contato com tribos isoladas – Alípio liderou o encontro com os Waimiri Atroari em 1911, por exemplo.Além de militante política, Beatriz foi poeta (publicou “Roteiro” e “Profissão de Fé”) e professora (foi demitida pelo regime militar da cadeira de Técnica Vocal do Conservatório Nacional de Teatro). Também escreveu crônicas e colaborou para o jornal A Manhã e as revistas Leitura e Momento Feminino. Há dez anos ela contou um pouco de sua história em uma entrevista à TV Câmara.Beatriz morreu na noite de segunda (dia 2) após um AVC. Foi enterrada no final da tarde de hoje (dia 3) no Cemitério São João Batista, em Botafogo.Uma nota pessoalBeatriz Bandeira Ryff era minha avó. Nos últimos anos de sua vida centenária a senilidade tinha lhe tirado totalmente a visão. Ela quase não falava e mal se comunicava com o mundo.Há uns dez dias, fui visitá-la levado pelo meu filho de 8 anos que queria dar um beijo na “bisa”. Encontramos ela mais presente do que em todas as visitas nos anos anteriores. Chegou a cantarolar algumas músicas que costumava embalar o sono dos netos quando pequenos, como os hinos revolucionários “Internacional”, “A Marselhesa” (embora ela também cantasse obras não políticas, entre elas a “Berceuse”, de Brahms).Ao me despedir, perguntei-lhe se lembrava o trecho do poema “Canção do Tamoio”, de Gonçalves Dias, que ela costumava recitar. Ela assentiu levemente com a cabeça e começou, puxando do fundo da memória. Foram suas últimas palavras para mim.
“Não chores, meu filho;Não chores, que a vida é luta renhida:Viver é lutar. A vida é combate que os fracos abate, que os fortes, os bravos ,só pode exaltar.”(“Canção do Tamoio”, Gonçalves Dias)
segunda-feira, 2 de janeiro de 2012
Brasil o Paraíso da Terceirização do Serviço Público e dos Baixos Salários - Cadê a Fiscalização do Ministério do Trabalho Presidenta Dilma
Aves de Rapina - foto e texto daniel de andrade simões
Faz muito tempo que adotou-se a terceirização dos serviços públicos, municipal, estadual e federal. Uma ótima ideia para os empresários e políticos tramposos e desonestos. Os trabalhadores da saúde, educação e outros são os que sofrem com os baixos salários. Muitos não têm carteira assinada, não têm férias e não recebem o décimo terceiro salário. O ex-ministro abestado Carlos Lupi, nada fez para honrar Brizola e Getúlio, Valneri Antunes, Carlos Araújo e outros trabalhistas. Presidenta Dilma Rousseff, faça uma devassa nessas empresas prestadoras de serviços ao governo. A senhora é responsável por uma mudança em defesa do nosso trabalhador ainda escravo. Aqui em Rio Real conheço dedicados técnicos e técnicas em enfermagem e educação que há muitos anos ganham o mirrado salário mínimo. Sem carteira assinada, sem férias e décimo terceiro, acontece o mesmo com outras classes em todo Brasil. Faça o que sempre fez antes de ser Presidenta, "olhai os lírios do campo"...Vamos acabar com esta bandalheira a que estão submetendo o país e separar o joio do trigo ! ...