sábado, 30 de julho de 2011

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Dia Internacional do Lambe Lambe - Profissão em Extinção

Lisboa - Portugal
Salvador - Bahia

Porto Alegre - RS - fotos daniel de andrade simões

terça-feira, 26 de julho de 2011

Antônio Prado - Rio Grande do Sul e um dos seus filhos fundadores, José Da Poian

1986 (slide) fotos daniel de andrade simões
Nayr Da Poian Petrasi, outra filha de Antônio Prado, município fundado em 1886, hoje com aproximadamente 15 mil habitantes. É o maior e mais completo conjunto arquitetônico em madeira da imigração italiana. Tombado  pelo patrimônio histórico.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Rita Lee para Amy WineHouse: Agora ela está livre, leve e solta ... Doidivana DIVA

Cogumelo da Chapada do Vagalume - Itati-RS - foto daniel de andrade simões

sexta-feira, 22 de julho de 2011

domingo, 17 de julho de 2011

Jobim, o indefeso, sitiado por idiotas

Paulo Brossard e o Escritor Jornalista Luiz Claudio Cunha (autor do livro sobre o Sequestro dos Uruguaios) - fotos daniel de andrade simões

O momento mais retumbante da festa dos 80 anos de FHC em Brasília não coube ao aniversariante. Ele foi produzido pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, que citou uma frase de Nelson Rodrigues sobre os idiotas de um tempo em que “chegavam devagar e ficavam quietos”. E avançou: “O que se percebe hoje, Fernando, é que os idiotas perderam a modéstia”.
Ficou no ar a suspeita de que Jobim, um pemedebista de alma tucana, se referia aos governos do PT, já que emendou uma confissão no limite da grosseria: “Se estou aqui, foi por sua causa”, declarou-se a FHC, sem citar os nomes dos últimos dois presidentes que lhe garantiram o emprego de ministro – Lula e Dilma. Rubro de vergonha, Jobim correu ao Planalto para evitar o bilhete azul de Dilma e esclarecer que o insulto mirava os jornalistas.
Os fatos, porém, indicam que os idiotas mais insistentes habitam o próprio entorno de Jobim, algo especialmente arriscado para quem comanda 190 mil soldados, 74 mil aeronáuticos e 58 mil marinheiros, de recrutas a generais, brigadeiros e almirantes. Em março passado, o jornal O Globo revelou um documento dos comandantes do Exército, Força Aérea e Marinha ao Ministro da Defesa criticando a proposta de uma Comissão Nacional da Verdade destinada a investigar violações da ditadura aos direitos humanos. Sem modéstia, os chefes das Forças Armadas lembram que “passaram-se quase 30 anos do fim do governo chamado militar...”.
Como idiotas raramente chegam ao generalato, os comandantes só podiam estar rendidos ao cinismo ao dourar como ‘governo chamado militar’ aquela ditadura vergonhosa e envergonhada de 21 anos que investigou 500 mil cidadãos nos órgãos de segurança, deteve 200 mil por subversão, prendeu 50 mil nos primeiros cinco meses após o golpe de 1964, torturou 10 mil só no DOI-CODI paulista, exilou 10 mil brasileiros, cassou mais de 4.800 políticos, de vereadores a presidentes, expurgou juízes do Supremo, fechou o Congresso Nacional por três vezes, torturou, matou e impôs a censura à imprensa e às artes, entre outras truculências.
Na quinta-feira (7), o site Sul21 relatou uma perturbadora descoberta da Associação Nacional de História (Anpuh): essa idiotice dos comandantes continua a ser ensinada aos jovens estudantes dos colégios militares. O livro História do Brasil: Império e República, de Aldo Fernandes, Maurício Soares e Neide Annarumma, ensina aos alunos do 7º ano do Ensino Fundamental nos colégios militares que o golpe de 1964 foi “uma revolução democrática”, uma reação ao comunismo. O livro, antes que algum idiota pergunte, foi editado pela Biblioteca do Exército (Bibliex).
A Anpuh enviou em agosto passado carta ao MEC, à Casa Civil e ao ministro Jobim indagando: “Que cidadãos estão sendo formados por uma literatura que justifica, legitima e esconde o arbítrio, a tortura e a violência?”. No início deste ano, já sob o governo da ex-guerrilheira e torturada Dilma Rousseff, o MEC reconheceu sua impotência, dizendo que o artigo 3º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional fala em “liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber”. Na terça-feira (5), quase um ano após a remessa da carta, o porta-voz do Ministério do Exército, subordinado ao imodesto Jobim, enfim respondeu, dizendo que o livro que traveste a ditadura de 64 em “revolução democrática” tem uma linha didático-pedagógica que “atende adequadamente às necessidades do ensino da História”. Nenhum idiota do governo teve o cuidado de explicar como é possível a adequação entre ditadura e democracia num mesmo e sinistro episódio da História brasileira.
Jobim sinalizou um único jornalista entre os idiotas que se achegam a ele: Fernando Collor, um ex-estagiário da sucursal brasiliense do Jornal do Brasil, hoje senador pelo PTB de Alagoas e atual presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado Federal. Defensor do estúpido sigilo eterno para documentos oficiais, Collor teve que ser convencido por Jobim, horas antes da festa de FHC, a desistir de um discurso na tribuna do Senado contra o projeto de acesso à informação, aprovado na Câmara dos Deputados com apoio da presidente Dilma Rousseff. Paciente, o ministro explicou ao inquieto senador que documentos sobre direitos humanos não estão sujeitos ao sigilo. E, com maior paciência, Jobim explicou a Collor que os papéis sobre tecnologia militar sensível já estão protegidos – algo que até os senadores mais imodestos e mais vagarosos no raciocínio já sabem.
Dias antes, com a cara lavada dos santos e inocentes, Jobim explicou a O Estado de S.Paulo porque o fim do sigilo não deve criar "polêmica" em relação à ditadura de 1964-1985: "Não há documentos [sobre o governo militar]. Nós já levantamos e não têm. Os documentos já desapareceram, foram consumidos [sic] à época", disse o espantoso e conformado Jobim, sem esclarecer quem e como "consumiu" (?) documentos relevantes de uma fase decisiva de nossa História, triturada por delitos administrativos de meliantes fardados — e ainda anônimos — que cometeram crimes de lesa-pátria compatíveis com traidores e supremos idiotas.
Crítico impiedoso da idiotice reinante, Jobim esquece as atitudes tolas que adotou como comandante dos 322 mil militares das Forças Armadas, exibindo algumas das poses e cenas mais cômicas da sisuda pasta militar que ocupa. Sua insistência em camuflar seu corpanzil de 1m90 e 120kg em uniformes de combate na selva, agarrando sucuris de oito metros de comprimento ou pegando à unha onças devidamente acorrentadas, sugerem que nosso Ministro da Defesa, no mínimo, perdeu a modéstia de quem deveria, ao menos, ser devagar e quieto, como mostram as fotos.
O homem que manipula serpentes e cutuca felinos com tanta intimidade foi definido pelo ex-embaixador dos Estados Unidos em Brasília, Clifford Sobel, como “um dos mais confiáveis líderes do Brasil”. A inconfidência revelada pelo site WikiLeaks brotou de um animado café da manhã na embaixada em janeiro de 2008, pinçada num dos 1.947 telegramas enviados a Washington entre 1989 e 2010. Tanto entusiasmo pode garantir ao diplomata americano um lugar de honra na lista de Jobim daqueles tolinhos que trocaram a modéstia pelo atrevimento.
O mesmo Nelson Jobim reagiu, sem nenhuma diplomacia, à decisão de dezembro passado da Corte Interamericana de Direitos Humanos da OEA, condenando o Brasil pela falta de investigação sobre os desaparecidos na Guerrilha do Araguaia e cobrando a punição aos torturadores, em franco desacordo com a indulgente Lei da Anistia aprovada em 1979 no Governo Figueiredo, o último da ditadura. “É uma decisão meramente política, sem nenhum efeito jurídico”, bufou Jobim, ignorando os desdobramentos internacionais que podem agravar o prontuário do Brasil, levando o país ao banco dos réus no Tribunal Internacional de Justiça, órgão da ONU com sede em Haia. Nem o mais idiota aprendiz do Direito ousaria repetir Jobim, que alcançou a presidência do Supremo Tribunal Federal brasileiro, egrégio recinto onde o preceito legal (Art. 101 da Constituição) só faculta a presença de juristas de notável saber jurídico, embora nem sempre modestos.
Apesar do lustro, na condição de vice-presidente do STF, Jobim passou pelo constrangimento de ver eminências como Dalmo Dallari e Fábio Konder Comparato pedirem em 2005 o seu impeachment pela confissão de uma fraude: a inserção de artigos não votados na Constituinte de 1988. Quando se completaram 15 anos da nova Carta, Jobim - um dos redatores do texto final da Constituição - alegou que as modificações não passaram pelos dois turnos do plenário da Constituinte, mas se submeteram a uma votação final de turno único. “Equivalia a um terceiro turno e, portanto, legítima. Tudo foi transparente”, disse Jobim em 2003, depois de manter o segredo por uma década e meia. “Foi um pacto firmado com Ulysses Guimarães”, justificou. Como o presidente da Constituinte morreu num acidente aéreo onze anos antes, em 1992, o 'pacto de silêncio' nunca pôde ser confirmado.

Deputado Ulisses GUIMARÃES
Dois professores da Universidade de Brasília (UnB) — Adriano Benayon, doutor em Economia, e Pedro Antônio Dourado de Rezende, matemático e professor da Ciência da Computação — fizeram em agosto de 2006 um esmerado estudo de 52 páginas sobre o vôo solo de Jobim, que ganhou um título eloquente: “Anatomia de uma fraude à Constituição”. Segundo os autores, a inserção feita no Art. 166 beneficiaria diretamente os credores da dívida externa. As mudanças foram feitas na etapa final da Constituinte, quando a assembléia fazia apenas acertos no texto, admitindo somente emendas para melhorar a redação ou suprimir dispositivos. Benayon e Rezende avaliaram o requerimento feito para fundir os artigos 171, 172 e 173.
A alínea B do Art. 172 (atual 166) previa não ser mais necessário indicar fontes de receita nas emendas vinculadas ao pagamento do ‘serviço da dívida’. Em vez da firma dos líderes de todos os partidos, anotam os autores, ali estão apenas as assinaturas de Jobim e do falecido líder do PTB, deputado Gastone Righi (SP).
A mudança determinou a liberação do pagamento de juros e amortizações da dívida, ou seja, a quitação passou a ser feita com recursos de qualquer setor. O valor pago pelo serviço da dívida pública foi gerado principalmente pela fixação de altas taxas de juros. Conclusão do estudo sobre a fraude: “O mecanismo das altas taxas reais de juros, combinado com a capitalização destes, gera o crescimento automático das despesas com o serviço da dívida, além de causar a elevação de seu saldo”. Os professores da UnB dizem que o aumento das despesas resultou no enfraquecimento da economia brasileira e submeteu o país ao controle de grandes grupos financeiros.
O jornalista Sebastião Nery, que nunca foi idiota, leu tudo isso e lembrou que durante anos, ainda como deputado federal, Jobim foi sócio de um famoso escritório de advocacia em Brasília, ao lado de Eliseu Padilha, futuro deputado pelo PMDB gaúcho e futuro ministro de FHC.
Um dos clientes do escritório, lembra Nery, era um dos maiores bancos dos Estados Unidos - o Citibank -, que chegou a ser o maior credor da dívida externa brasileira.
Algo ainda mais grave ocorreu agora neste país cada vez mais idiota diante de tanto absurdo. Na quarta-feira passada (6), o jornal Correio Braziliense noticiou que sumiram os documentos funcionais do tenente-coronel reformado Maurício Lopes Lima, alvo de uma ação civil pública na 4ª Vara Cível de São Paulo. Ele e mais três oficiais são acusados pela morte em 1971 na OBAN (Operação Bandeirante, centro da repressão no II Exército) de seis presos políticos e pela tortura em 20 guerrilheiros — uma delas uma jovem de 22 anos da VAR-Palmares, codinome “Estela”, chamada Dilma Rousseff.
Pois o Ministério da Defesa do ministro Jobim acaba de informar ao Ministério Público Federal que os documentos que poderiam atestar o envolvimento do oficial Lopes Lima na tortura à guerrilheira Dilma — hoje comandante-suprema das Forças Armadas — simplesmente sumiram. A União deu uma cândida explicação à Justiça: "Vários dos possíveis documentos referentes aos acontecimentos mencionados, bem como os eventuais termos de destruição, foram destruídos [sic]".
Ou seja: a destruição foi autorizada (por quem?), e os documentos que atestavam esta estranha liberalidade acabaram também curiosamente destruídos (por quê?)...
Ministro Jobim, qual idiota - por mais despudorado que seja - acreditará nesta tolice?
Por quem e por quê seríamos tão idiotas, ministro Jobim?
Os papéis desapareceram, como ainda estão oficialmente desaparecidos 144 dissidentes políticos da “revolução democrática” de 1964.
Na sua defesa, o tenente-coronel Lopes Lima saca do mesmo cinismo de Jobim para desdenhar da condenação da OEA: “Qualquer que seja a decisão da Convenção Americana de Direitos Humanos sobre a matéria, sua relevância será nenhuma”, diz o réu da OBAN.
Dilma Rousseff insiste que foi duramente torturada na OBAN pela equipe de Lopes Limas, acusação que ele nega.
O garboso ministro da Defesa já deve ter percebido que a atual ocupante da cadeira presidencial não chega devagar, não fica quieta, não é modesta e muito menos idiota.
Espera-se que Nelson Jobim tenha, no mínimo, a humildade para perceber também que 190 milhões de pessoas não são idiotas.
O povo brasileiro exige respeito, ministro Jobim!
*Luiz Cláudio Cunha é jornalista e nem sempre idiota.

sábado, 16 de julho de 2011

O Desenvolvimento Insustentável Brasileiro: Asfalto, automóvel poluição e progresso. Com ele, acompanha a violência. Nosso idiota sonho de consumo

Poema Luiz Carlos Maia Bittencourt - Foto daniel de andrade simões
Legitimação
Eles emergiram repentinamente
para quebrar a monotonia dos lentos passos
e encurtar a distância do diálogo
antes esporádico e dependente
de circunstância especiais
Tentaram reduzir a separação implacável
mediante idas e vindas pra lá e pra cá,
o fluxo da descoberta tornava-se intenso e estável
pelo vai-e-vem de palavras estereotipadas
Pessoas em volta participavam dos ritos,
inconscientes do evento marcado,
e serenamente desciam as escadarias do templo
rumo ao túnel que legitimava o diálogo

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Gaúcho, disciplina, pança e a ordem unida

                                                                      Texto e foto daniel de andrade simões
                                                                 
Bobagens

A vida me faz assim
cheio de coisas a temer
Componho cantos
que não sei cantar

Matuto sonhos
Disfarçando
mudo de cara e sorriso
O tempo avisa ser hora
de descansar sofrimento

Ao faltar o corpo
ficarei magoado
sem mais nada sonhar
Bobagem me alucina
é meu arsenal

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Furdunço na Ferrovia - Diga Sim a Ferrovia em Rio Real

Texto Pablo Fabian - foto daniel de andrade simões

HISTÓRICO DA LINHA:
Inicialmente chamado de ramal de Timbó, a linha que ligaria a estação de São Francisco, em Alagoinhas, a Sergipe foi aberta em 1887 até a localidade de Timbó, atual Esplanada. Dali para a frente foi sendo prolongada aos poucos a partir de 1908, atingindo Aracaju em 1913, Cedron em 1915 e Propriá somente em 1956, às margens do rio São Francisco. Para se ligar com a linha vinda do Recife naquele ponto, então, somente nos anos 1970, quando a ponte sobre o rio foi construída permitindo a interligação ferroviária direta com o Nordeste. Em 1973 João Raposo Furdunço de Andrade (da facção dos Andrade imaculados pelos Simões, Moreira e Calasans) lançou na Câmara de Vereadores de Rio Real, o projeto "Royal River/New York Paris" que propunha a criação de um eixo ferroviário ligando as cidades de Rio Real na Bahia com a cidade de Paris e Nova Yorque, passando por Las Vegas e Wollywood. A proposta foi para análise e, fazendo referência ao histórico do que havia - até então - sido construído, alguns cientistas sergipanos concluíram que o projeto ficaria pronto em 3012 e portanto, era de longo prazo e orientaram a Câmara a destinarem as verbas para a perfuração de poços artesianos numas terras emprestadas por um Coronel na cidade de Jandaíra. Mesmo assim, João Raposo Simões não se intimidou, e foi buscar apoio do governo federal. Este, nas mãos fortes do regime militar.
O projeto "Royal River/New York Paris" foi considerado subversivo, pois privilegiava uma Estação Ferroviária com hotelaria numa área cedida pela Fábrica de Explosivos Raimundo Nonato Guevara às margens do rio Araguaia, no sul do Pará. João Raposo foi dado como desaparecido e o projeto foi abandonado.
A Estação de Rio Real resistiu até 2007, quando foi, definitivamente abandonada.
Vamos iniciar, neste momento, a união pela volta do trem.
Vamos colocar Rio Real no circuito turístico-cultural da Bahia e divulgar para o mundo a existência desse núcleo oleiro que adorna o planeta com os Bordados de Tauá.
Diga Sim para a Estação Ferroviária de Rio Real!
(e venha conhecer a saga de alguns baianos ilustres - tem um que nem medo de frio tem - nem sente falta do barrufo)
Mc Nista Pablo Fabian – Fundador da Ferrovia e do ferro de engomar

terça-feira, 12 de julho de 2011

Urubu Zebedeu

Texto e foto daniel de andrade simões

Planar bem alto, o mais distante possível, olhar de cima, encontrar a nascente do sol.

Lá em baixo o homem enlouquecido, toca fogo em tudo, lixo, floresta, bicho e até gente.
Do alto vejo uma bela e suave pintura: o verde das matas e as curvas prateadas dos rios emoldurando
a paisagem. Como pode um só criador ser o artesão de tamanha beleza ? Me sinto feliz com o muito que vejo. Se mais não subo é por não querer avançar demais. Meu coração pode se afogar na emoção. Pode não caber maior quantidade de formosura.
Da morte violenta do homem pouco entendo, sua carne é sempre envenenada pelo ódio e medo. O pior veneno para espírito. O assassino lava seu corpo em água limpa mas sua alma fede a tristeza. O morto guarda nas tripas uma armadilha, o ódio. É o pior dos venenos que contamina a alma dos viventes.
Alguém pode até dizer, mas que urubu fresco e metido a besta, parece até que não come carniça...
Gosto da carniça do campo, dos pastos, não do que é encontrado no lixo das cidades. O lixo dos ricos também é perigoso, possui temperos e aromatizantes artificiais, cheira mal. Carniça boa é encontrada no campo e nas matas, lá me faço rei, como lagartos, peixes e outras guloseimas. Deixo o lixo das cidades para os humanos. Busco o futuro. Já me disseram, esperar não é ficar à espera. Vôo para ver do alto e dar asas à imaginação.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Exílio

o
O clandestino Reginaldo Faria Leite - foto Rejane Travassos

De repentemente sinto que três dinamarqueses estão me segurando pelas patas, outro me esguelando, tudo porque insanamente tentei resistir a ordem de prisão, ou seja, minha tentativa de exílio na Dinamarca deu errado, tudo planejadinho na CIMADE. Era mais uma furada. Nesse entrevero ai, mordi o braço do policial dinamarquês, aquele que me esguelava. Só o escândalo no Hotel Korona poderia tornar público esse caso de um brasileiro, do Reginaldo Faria Leite, o mesmo Daniel de Andrade Simões. Foi arrastado, algemado nos pés mãos ao mesmo tempo e trancafiado . Foi para xilindró. Sobreviveu por 40 dias á base de batatas cozidas em redinhas. Leopoldo Paulino e sua companheira Bete e seu filho também aguardavam asilo, viviam rodando a Europa em busca de asilo, eles foram meus salvadores. Leopoldo (Jaiminho) criou um grande escândalo, ao ponto de oferecerem imediatamente asilo e eles recusarem.
Eu presumia que as “volantes” andavam a minha procura. Havia escacapo das prisões nos quartéis do VI Exército e Lemos de Brito em Salvador, passando pelo Chile.
Na França outros amigos tentavam me soltar, entre estes, um grupo da elite de lutas, intelectuais que lutavam contra a ditadura no Brasil Estavam em Paris pela mesma razão. Se protegendo e ao mesmo tempo, estudando e lutando contra as barbaridades na América Latina.
Bueno amigos, isto faz tempo, muito tempo, aconteceu em1973 ...
Para finalizar os dinamarqueses me devolveram para Alemanha. Após ficar numa jaula na estação de trem, aguardando a hora. Por vezes me levaram de volta da Estação de trem para prisão. Esperei Godot, não veio, acho que ele furou o ponto...
Finalmente me drogaram com não sei o quê, e me puseram num vagão de trem. Pela manhã me vejo desembarcando em Paris. Desce mais um nordestino voltando de uma mancada nos países dos vikings.
Daniel de andrade simões ou Reginaldo Faria Leite


Tradução da notícia do jornal Dinamarquês

sábado, 9 de julho de 2011

Seu Francisco Moreira Simões

Texto e foto daniel de andrade simões

SAITICA - Ave noturna, do entardecer, quando o sol começa arrumar o travesseiro para dormir, ouve-se seu canto à distância. É o vento chegando para trazer notícias. A vó Safira levanta-se para receber a nova lista que chega. Uns com mortes já anunciadas, outros chegam de surpresa, sem anúncio e ainda com sangue e corpo quente. Aconteceu ainda agorinha,... fala como se fosse uma senha. Ela transforma-se em ave, vai para a cumeeira e inicia seu canto triste. Fala com os recém chegados, cobrindo com suas asas mornas. Acalma cada um que se aproxima.Transforma cada um em ave do sertão...
O tempo passa rápido, são muitos na lista, parece que vive de morte a vida, mas...há lugar para todos, parentes, amigos e mesmo para loucos e desprotegidos, assim segue, seu canto anunciando as estações. Elas mudam como o vento. Quando chega o frio, vem o inverno. Quente é o verão da seca, estação que trará mais hóspedes.Vento morno, é hora de visitas, à tardinha, hora triste do adeus. Ouve-se sempre o canto de agouro, anunciando o buraco feito. É a vó Safira incansável. Quando alça vôo, sente a magnífica obra da natureza, o verde aéreo dos coqueiros, cajueiros e jaqueiras, recortando o azul do céu. Do alto, vê as curvas empoeiradas, o calor faiscante do chão. Se mais não sobe não é por cansaço nas asas, é por não caber maior quantidade de medo ao criador. No sertão ronda o perigo. É preciso evitar a morte matada. O matador anda nas estradas, lava seu corpo no riacho, mas sua alma continua suja e asquerosa !

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Sonhando um Pesadelo

Texto e foto daniel de andrade simões

Estava em Paris numa estação ferroviária com meu irmão Carlinhos.
Me vi subindo no topo de um elevador agarrando os cabos próximo a rede elétrica.
Quando de repente, aparece um funcionário e me obriga saltar para baixo, meu irmão aproveita e foge.
Segundo o que me foi dito pelos funcionários causei um curto circuito nos elevadores que repercutiu na bolsa de valores, provocando queda.
Me prendem numa sala. Consigo escapar da sala e quando tento fugir encontro as portas fechadas e novamente fui preso. Me vejo sem comida, sem água por um tempo que não sei dizer, 20, 30 dias ?
Aparece uma repórter do jornal do Brasil, Ângela que vê na minha bolsa uma alça para máquina fotográfica pega e põe na sua bolsa. Faz algumas perguntas e desaparece sorrindo, ela sempre sorria, trabalhava com Mitchel na sucursal do JB de Porto Alegre .
Por várias vezes tentei escapar, usava uma boina tipo basco ou Chê Guevara, para fugir colocava um chapéu de feltro clássico, mesmo assim fui pego, tentei ficar com a careca exposta, de uma hora para outra encontrei uma porta semi-aberta aproveitei e fugir. Quando vi a rua não era mais Paris, não sei onde me encontrava, aí veio a salvação, acordei.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Memórias da Gaveta - Levando um Lero com Ricardo do www.dissonancia.com

Texto e foto daniel de andrade simões

MOÇAMBIQUE e um FOTÓGRAFO nascido no CANGAÇO

Fome, medo e fotografia.
Esta foi uma fase do exilado e estudante de fotografia em Vincennes na França. Acaba quando algúem da tribo brasileira vivendo em Moçambique lhe convida para ser fotógrafo. Com algumas lentes duas camêras nikkomat desembarca um nordestino em Maputo...convivendo com grandes fotógrafos moçambicanos, Rangel, Daniel Maquinasse, Kok Nam ...
Cheguei  para trabalhar com soldados e quadros da FRELIMO.
Todos com uma camêra PRACTICA da Alemanha do Leste, por sinal, resistentes e ótimas lentes.
Foi muito laboratório, sorte que filmes, químicos e papel eram escassos, assim respirava-se menos o ar poluído dos laboratórios. Grande parte da vida dos fotógrafos, correspondentes ou não de jornais, ganharam à vida no escuro dos laboratórios. Para alguns raros heróis, essa fotografia continua sendo feita.
A digital veio para tirar a gente do sufoco, (resisti até 2010) além das muitas vantagens, nos dar o resultado do que captamos imediatamente.
Moçambique, assim como quase toda África vivia suas lutas por independência. Com muitos anos de luta
contra o colonialismo português a FRELIMO - Frente de Libertação de Moçambique torna-se independente.
A Fotografia sempre foi e é,  uma grande aliada da humanidade, além do registro material, é uma prova indiscutível da vida em transformação.
É a fotografia uma grande arma de solidariedade, é arma de guerra. Ela quando necessário transforma-se em cravo ou fuzil. Essa coisa estranha do alquimismo, aconteceu na Revolução dos Cravos em Portugal.
Para lembrar essa força transformadora, há uma foto de uma menina correndo queimada por napalma pelos americanos no Vietnã... horrível.
Guerra é sinônimo de horror espalhado, espraiado por todo nosso corpo. Haja força e coragem para suporta-la. Muitas vezes os meus fotografados demonstravam com palavras ou silêncio seu agradecimento pela presença do fotógrafo. Quem sabe pensavam que seriam imortalizados pelas fotos ! Isso é tudo para o guerrilheiro do arco-iris, armado de solidariedade. Fotografia  é quase tudo, a palavra, o fuzil, o cravo ou o canivete. Guerra pela sobrevivência em toda parte, no estudo e na filosofada. Fotografar é um ato simplesmente fotográfico. Alguns posam de heróis, de estrelas, outros são fotógrafos de si mesmos, fazem da vida sua casa. Assim, calmamente construimos o auto-retrato..
daniel de andrade simões




Cristo aos 28 anos de passagem em Porto Alegre

texto e foto daniel de andrade simões
Esse é o ACHUTTI sósia do Coração de Jesus, ainda sem chagas. Nessa época vivia em dúvida. Ser ator ou ser jornalista, fotógrafo? Discordava talvez do símbolo católico, a Cruz.  Via  na CRUZ um símbolo de tortura. Hoje o sósia do JC, é um dos melhores fotógrafos do Brasil.  Convida para conhecer sua singular exposição na Reitoria da UFRGS, em que também é professor doutorado em antropologia visual.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

ABSTRASOMOS

Royal RIVER city - foto daniel de andrade simões

" A confiança é um ato de fé, e esta dispensa raciocínio"
Carlos Drumond de Andrade

terça-feira, 5 de julho de 2011

Dilma Presidenta - Fome Zero e Educação Dez, vamos lá Brasil !...

"Muita saúva e pouca saúde os males do Brasil são" ! Tá na hora de usarmos a vasoura para acabar com as mentiras, usuras e a pilantragem na política.
fotos daniel de andrade simões


segunda-feira, 4 de julho de 2011

Moçambique Teatrológo Machado da Graça - O Passageiro do Muro

                                                                    foto (slide) daniel de andrade simões

"Que sapo é este ? Que eu quero saber...?! "

foto daniel de andrade simões
Esta rara figura, mede aproximadamente dois centímetros. Aparece em noites de chuvas nas praias da região sul do Brasil. Eles coaxam todos ao mesmo tempo, formando uma espetacular orquestra, marcando presença em seus territórios. Há quem diga que eles estão em extinção, assim como as marmotas. Oxalá possamos reverter este quadro negativo.

domingo, 3 de julho de 2011

Ao Mestre Quintana com saudades e "Por Quem os Sinos Dobram"...

foto daniel de andrade simões

"Descobri outro dia que o QUINTANA na verdade é, um anjo disfarçado de homem. Às vezes quando ele se descuida ao vestir o casaco, suas asas ficam de fora. (Ah! como anjo seu nome não é Mario e sim Malaquias) - Érico Verissimo

sábado, 2 de julho de 2011

Itamar Franco ex-Presidente do Brasil, baiano e grande colecionador de vento, despede-se da terra e vai ao encontro do seu parceiro colecionador de nuvens Ulisses Guimarães. Segue o xaxado !

Itamar o Presidente do Real,  baiano meio mineiro, morre numa data especial o 2 de julho. Independência da Bahia - foto daniel de andrade simões

LIXEIRAS em cada casa ! Torres - Itapeva e outras praias não respeitam o patrimônio público.

foto daniel de andrade simões
É uma vergonha o descaso que alguns moradores e veranistas fazem com os garis e com o meio ambiente.É raro encontrar uma casa com lixeira, preferem os postes de luz ou simplesmente colocar o lixo no chão ...
Cabe a Prefeitura e o DMLU multar quem prejudica a iluminação pública e as ruas de Itapeva e outras praias do Rio Grande do Sul.

Orquidea Branca

foto daniel de andrade simões

Ela era quase incolor: branca, branca,
de um branco que não se usa mais ...
Mas tinha a alma furta-cor !
(MQ)