foto daniel de andrade simões
Estive preso durante a ditadura civil militar no quartel do
barbalho, transferido para o quartel de Amaralina, depois para Lemos de Brito.
Fui preso em Alagoinhas, a ideia era iniciar a resistência no campo contra ditadura. Fui funcionário da Petrobrás e demitido com
acusação de comunista subversivo, detido em manifestação estudantil em
Salvador. Fui apara o Rio de Janeiro, passei numa seleção na Shell. Novamente
demitido após participar da passeata dos 100 mil. Eu mais outros companheiros
expropriamos a Shell. Nos separamos, eu fui com parte dessa expropriação para o
campo em Alagoinhas,para financiar a guerrilha no campo. Fui preso após alguns meses, e massacrado durante essa prisão. Após um ano, fui solto, literalmente sem lenço e sem documento. João Ubaldo
através de amigos comuns, me convidou para trabalhar na sua agência de
publicidade. Iniciei na fotografia revelando foto-litos, após um mês, agentes da repressão andaram no meu encalço. Por solidariedade, João Ubaldo
fez uma vaquinha para me safar, fui para o Rio, de lá fui para o Chile do
Allende,fui recebido pelo grupo dos 70, trocados pelo embaixador Suiço, me engajei no MIR, de lá fui para Itália, eu e Leopoldo Paulino, depois para França e Dinamarca (novamente preso com documentos falsos como
Reginaldo Faria Leite) devolvido preso para Alemanha) Companheiros em Paris, convenceram a França me conceder asilo
político. Estudei cinema e fotografia) em Vincennes (universidade experimental
após 68, do Daniel Conh Bendit). Me convidam para trabalhar em Moçambique como
fotografo da FRELIMO, parceria com Mia Couto. Com a anistia, volto para o Brasil
(RS) e trabalho para Coojornal - cooperativa de Jornalistas do RS, fechado pela
ditadura em 1981. João Ubaldo, (o voz de trovão) me despertou também para o mundo e a lutar contra
injustiças e por liberdade.
Um comentário:
Viver é isso! Muita saúde caro primo.
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