Após 45 anos do 30º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE) promovido em Ibiúna (SP), em 1968, líderes estudantis presos pela ditadura militar durante o evento voltarão à cidade para participarem do 11º Congresso da União Estadual dos Estudantes de São Paulo (UEE-SP), realizado entre os dias 14 e 16 de junho. A confirmação foi feita na sexta-feira (17) pelo líder estudantil da geração de 68, Leopoldo Paulino, em visita à seda da UEE-SP. Paulino foi uma das principais vozes estudantis de oposição ao regime militar que assolou o país por 21 anos. Preso pelos militares durante do 30º Congresso da UNE, ele integrou a Ação Libertadora Nacional (ALN) e foi exilado político, vivendo em países como Chile, Argentina, Panamá, França e Dinamarca. “Temos um grupo na internet que reúne vários dos estudantes presos em Ibiúna em 1968. Quando soubemos do congresso promovido pela UEE-SP, decidimos não apenas ir para a abertura, mas para prestigiar o congresso todo”, contou Paulino ao presidente da UEE-SP, Alexandre Cherno Silva. Na opinião do ex-líder estudantil, será fundamental levar o evento à cidade que foi palco de um dos maiores atos de opressão da ditadura militar contra a juventude do país. “A luta é a mesma. Hoje ela pode ter outro contorno, em outro contexto, mas os princípios defendidos pelo movimento estudantil não mudam”, salientou Leopoldo Paulino. Além dele, já confirmaram presença no evento nomes como Franklin Martins, José Genoino, José Dirceu, Luiz Eduardo Curti, Reinaldo Morano Filho, entre outros militantes da geração de 68. Tempo de Resistência A frente de vários projetos culturais e ex-vereador de Ribeirão Preto, Leopoldo Paulino é autor do livro “Tempo de Resistência”, considerada uma das mais completas obras sobre a história da resistência jovem durante os anos da ditadura militar. O livro de Paulino foi transformado no documentário homônimo, dirigido pelo cineasta André Ristum. “Estamos nos programando para exibir o documentário durante o congresso. A obra de Paulino é um dos arquivos mais completos e precisos sobre a resistência estudantil”, destaca o presidente da UEE-SP. Alexandre Cherno Silva lembra que, além das pautas do movimento estudantil, o 11º Congresso da UEE-SP fará uma série de homenagens aos estudantes presos em Ibiúna em 1968. A principal delas será uma audiência realizada no evento pela Comissão Nacional da Verdade para a concessão da anistia aos estudantes presos no congresso da UNE. “Conquistar a anistia desses estudantes foi uma importante vitória da UEE-SP. Temos certeza que o congresso realizado no próximo mês irá carimbar a história da luta estudantil brasileira”, finaliza o presidente da UEE-SP. Fonte: Assessoria de imprensa UEE-SP
Leopoldo Paulino
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