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- olha o Sol -
Era assim que Rui saudava mais uma nova manhã a seus companheiros de cadeia na Penitenciária Lemos de Brito, na Mata Escura, em Salvador.
Nunca esqueci. No meio de tanta merda, medo e dignidade misturados, o grito soava como sino de igreja para mim.
Tinha toque de esperança e poesia. Eu me comovia olhando o sol, sobretudo, indiferente e generoso, pairando sobre a prisão triste e silenciosa.
Aprendi a ver o sol no grito de Rui, e a acompanhar respeitosamente a sua caminhada cela a dentro.
Agora faz uma confissão de vida, e leio e releio a sua vida como se escutasse a sua declaração de amor ao sol na Galeria F da Penitenciária Lemos de Brito, na Mata Escura.
Uma confissão que não tem nenhum propósito de resgate heróico, mas tem a suma importância de humanizar e iluminar, agora com palavras, uns cantos escuros da história da ditadura na Bahia, e sempre com um profundo toque de humor e carinhosa ironia. ...
Trechos do prefácio Travessia escrito pelo companheiro Carlos Sarno
fotos daniel de andrade simões
Rui, Pablo, Isadora e Laura Patterson
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