O sol ardente na pele,
a pisada firme do retirante
espalha pó na mata morta.
A cada passo um eco,
a cada rota uma oração;
e o derradeiro filão corrente
de aguada rasa
com a cacimba secou.
Para trás, deixou o rastro e a sorte
à frente, a ilusão
e o espectro -
gravetos murchos pro alto
espetando o céu do sertão
poeta e jornalista baiano
luiz carlos maia bittencourt – vítima dos anos de chumbo
2 comentários:
Obrigado por postar o pensamento poético de meu pai. Esse pensamento me remete a imagens de Vidas Secas (Graciliano Ramos). E eu vejo realidades paralelas da atualidade da vida das pessoas, que cabem bem nessa visão também. O mar está virando sertão, e o mundo está com a cacimba cheia de ilusões.
Obrigado por postar um pouco do pensamento poético de meu pai.
Deus te abençõe, Daniel.
Andrei R. M. Bittencourt
TIVE A SENSAÇÃO DE LER ESSA POESIA EM ALGUM LUGAR, E AGORA EU PERCEBO QUE SE PARECE COM O LIVRO VIDAS SECAS.
A VIDA É UMA LOUCURA, E O SER HUMANO UM GUERREIRO.
BEIJOSSS
GUEVEN
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