sábado, 27 de julho de 2013

Raposo, Rio Real

                                                                    foto daniel de andrade simões

"Tristeza não é chorar. Tristeza é não ter para quem chorar"
Mia Couto, em CONFISSÕES DA LEOA

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Fim de Linha

                                                              foto daniel de andrade simões

Corruptos por Paulo Motta

                               foto daniel de andrade simões 

Hoje, realmente, estou taquilálico, muito falante, garganteando demais. Descubro, agora, o que é um corrupto: crustáceo decápode cavador - tipo tatuíra - da família Callianassidae, gênero Callichirus, são muito procurados como iscas para pesca, os maiores chegam a 20cm. São milhares e dificílimos de pegar. Se usa, para apanhá-los, um tubo de sucção artesanal de PVC. Deve-se tomar cuidado com os maiores para não ser ferido pelas garras poderosas do bichinho. Alimentam-se de matéria orgânica em decomposição e de animais menores. Pode entrar num projeto de preservação ambiental, haja vista fazerem parte de nosso biossistema, e a procura por ele como isca é enorme. Quem diria, daqui a pouco estaremos diante de uma bela campanha para preservar os corruptos! Não maltrate o corrupto, ele é nosso amiguinho. ONGs se desdobrarão em criar alternativas de iscas que substituam os corruptos, e os Ratos Ranhentos farão shows Brasil afora, em que a renda reverterá aos viveiros de corruptos protegidos pelo IBAMA. Se preservados, em breve poderemos exportá-los, ninguém segura esse Brasil!


sexta-feira, 5 de julho de 2013

Do Rui Patterson para o Saitica

                                             foto daniel de andrade simões

"Se fores preso, camarada, cairá sobre ti uma grande responsabilidade. Terás de continuar defendendo o teu Partido, os teus camaradas, o teu ideal, mas em condições muito diferentes, pois que te encontrarás isolado nas mãos do inimigo, sujeito aos seus insultos e às suas violências. Se fores preso, camarada, encontrar-te-ás em circunstâncias tão duras como nunca talvez tenhas atravessado. Precisamente por isso, terás ocasião de provar, perante o teu Partido, perante os teus camaradas, perante aqueles que em ti confiam, e perante ti próprio, que és na verdade um comunista, capaz de te manteres firme e fiel aos teus ideais nas mais difíceis situações. Se nunca foste preso faltar-te-á, porém, a experiência dessa nova frente de luta que é a prisão; e a falta de experiência sujeita-te a surpresas e a erros. É certo que se és honrado e firme saberás comportar-te dignamente perante o inimigo; mas se conheceres a experiência daqueles que já estiveram presos, ela ajudar-te-á enormemente a manteres um moral elevado, a defenderes-te dos truques da polícia, a defrontares os processos que ela utiliza e, assim, a melhor defenderes o nosso Partido. (...)
A figura é o monumento "Tortura Nunca Mais" localizado no Recife, PE, Brasil, é o primeiro monumento do tipo construído no país em homenagem aos mortos e desaparecidos políticos, vítimas da ditadura militar instalada no Brasil em 1964. O monumento uma moldura de concreto de 7.00 x 7.00 mt vazada, contendo uma chapa de aço inoxidável fixada na metade superior sustentando uma escultura de um homem pendurado por uma haste de aço inoxidável, feita em concreto, em posição fetal com referência a posição de tortura chamada de "pau-de-arara", segura com a mão esquerda a haste que o prende. Seu rosto se encontra virado rumo ao rio Capibaribe como um protesto, uma vergonha de quem o encontra assim. Essa simbologia foi escolhida como um emblema das condições reais dos torturados durante o regime militar, mais que isso como uma representação da condição humana de degradação, isolamento, exclusão e abandono a que todos nós fomos submetidos e ainda somos todas as vezes que a dignidade humana é desrespeitada. (escultura de Demetrio Albuquerque)
(...) Não esqueças nunca, camarada, que lutas pelo mais belo ideal da humanidade, que a causa que defendes é a causa de muitos milhões de camaradas teus espalhados por todos os países da terra, que o Comunismo conquista em cada dia que passa novos adeptos, que o futuro lhe pertence. (...) Não esqueças, camarada, que a polícia (...) não é mais que um vil instrumento desse governo odiado pelo nosso povo e que ela terá um dia que lhe prestar contas pelos seus crimes. A nossa causa, camarada, é a causa dos trabalhadores (...) e de todo o povo, é a causa que obtém sempre novos e renovados triunfos em todo o mundo! O futuro é nosso!"
Álvaro Cunhal

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Reflexões sobre Karl Marx por Carmem Craidy

    Paris, 1975 - Carmem Craidy e Beto Kfouri - foto daniel de andrade simões
Tentando contribuir: Acho que Marx tinha razão quando dizia que a história avança pelas contradições. Também fez uma análise do capitalismo válida até hoje mas foi otimista  e beirou o idealismo nas propostas políticas. A tensão entre  o pessoal (individual) e o coletivo é, a meu ver, muito bem analisada por Norbert Elias nas duas obras: "O Processos Civilizatório" e "A Sociedade dos Indivíduos". Há uma dinâmica do coletivo, da história, que independe de vontades individuais mas há uma realidade subjetiva que pode, até certo ponto, superar as imposições históricas. Acho que hoje vivemos a grande crise do capitalismo financeiro, esgotado nos seus mecanismos de exploração e buscando reorganizar-se para continuar a explorar sem que os estados nacionais tenham mecanismos para controla-lo, e ao mesmo tempo vivemos uma transição civilizatória que produz a emergência de nova subjetividade, ou seja de uma nova forma de ser humanidade. As novas tecnologias de comunicação aliadas a nova consciência de direitos são , a meu ver,uma dimensão deste  fenômeno.
Sobre o caso brasileiro, que a meu ver é parte da crise mundial, anexo o artigo do Vicente Faleiros que me parece uma análise lúcida. Um abraço aos companheiro conhecidos ou não, Carmem Craidy (nascida em 1942 e com vivência da ditadura)

terça-feira, 2 de julho de 2013

In Memoriam Para Ubiratan Castro e Sabrina Gledhill - Por Rui Patterson

                   Paris - Ubiratan Castro de Araújo - foto daniel de andrade simões

CHAMA O GENERAL LABATUT E SUA GALERA, RÁPIDO!(Com a devida licença literária de Ubiratan Castro, o Bira Gordo, in memoriam, e Sabrina Gledhill, personagens do meu livro QSF-MEG, também conhecido como O Pequeno Livro das Profecias).
Pierre Labatut, francês de Cannes, libertário para uns, arrivista para outros, combateu na guerra de independência dos EUA, na Colômbia com Simon Bolívar, nas Antilhas e na Guiana Francesa, vindo para o Brasil a convite do imperador-regente Pedro I. José Bonifácio de Andrada ordenou-lhe formar o Exército Pacificador, que de pacífico não tinha nada, por falta de oficiais no exército brasileiro. Seguiu para a Bahia juntando-se a Thomas Alexander Cochrane, o Lord Cochrane, escocês de Annsfield (obrigado, Sabrina) e seu lugar-tenente John Pascoe Greenfell, veteranos de lutas libertárias pelas Américas. Com uma fragata, duas corvetas e dois brigues (mais do que a força-tarefa que a Marinha tem hoje na Bahia), enfrentaram e venceram os portugueses do general Luís Madeira de Mello na Batalha de Pirajá (8.11.1822), rendendo-se no dia 2 de julho de 1923.
Essa galera, em pouco mais de um ano, libertou o Brasil do jugo português e todos os escravos que encontrava, o que causou profundo descontentamento aos escravagistas brasileiros.
Quem sabe chamando-os de volta, como zumbis high-tech, a gente consiga nesse Dois de Julho, ou até o próximo, vencer nossas dificuldades imediatas com autoridades escravagistas que se recusam a ver o que se passa sob seus olhos e continuam lépidos e fagueiros praticando discursos 'emboramente' ao invés de levantarem suas lustrosas bundinhas dos gabinetes e irem à luta, irem ao povo.
Labatut, Cochrane, Pascoe, Lamare, contando com a ajuda de Maria Felipa, João Francisco de Oliveira Botas, o João das Botas, sargento Ladislau Santos Titara, Corneteiro Lopes, o do toque de 'atacar' ao invés de 'recuar', como queriam os oficiais brasileiros, resolveriam esses e outros problemas com as duas mãos nas costas.
Depois do serviço feito serão chamados à ordem e terão cassados os seus títulos, mas isso faz parte da História do Brasil.
PS: Pirajá, pira-yá em tupi-guarani, é aquário, viveiro de peixes. Quem sabe a Era incentiva nossos governantes e zelites a mudarem, se não o mundo, pelo menos a Bahia.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Projeto Marcas da Memória do MJDH

                                            Jair Krischke - fotos daniel de andrade simões

PROJETO MARCAS DA MEMÓRIA > Placa na Praça Raul Pilla.

MOVIMENTO DE JUSTIÇA E DIREITOS HUMANOS + PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE

Nos próximos dias, estaremos inaugurando na Praça Raul Pilla, centro de Porto Alegre, placa que sinalizará ter existido naquele local, o Quartel da 6ª Companhia de polícia do Exército que, nos anos de chumbo, foi local de prisões ilegais e torturas. A cela denominada “Boi Preto” era símbolo do terror implantado.
Pelo portão principal, em dezembro de 1964, o então  Tenente Carlos Lamarca, oficial-de-dia, deu fuga ao Cap. Av. Alfredo Daudt, um dos oficiais que aderiram ao “movimento dos sargentos da FAB” que impediu o bombardeio aéreo do Palácio Piratini durante a Campanha da Legalidade, em 1961.
 Capitão Alfredo Daudt equilibrando Brizola na Chegada do Exílio