Mia Couto, Rui Barbosa e Priscila Weber - foto daniel de andrade simões
Venho brincar aqui no
Português, a língua. Não aquela que outros
embandeiram. Mas a língua nossa,
essa que dá gosto a gente namorar e que nos
faz a nós, moçambicanos, ficarmos
mais Moçambique. Que outros pretendam
cavalgar o assunto para fins de cadeira
e poleiro pouco me acarreta.
A língua que eu quero é essa que
perde função e se torna carícia. O
que me apronta é o simples gosto da
palavra, o mesmo que a asa sente aquando
o voo. Meu desejo é desalisar a
linguagem, colocando nela as quantas
dimensões da Vida. E quantas são? Se a
Vida tem é idimensões?
Assim, embarco nesse gozo de ver como
escrita e o mundo mutuamente
se desobedecem. Meu anjo-da-guarda, felizmente,
nunca me guardou.
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