sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Seca

                                                                                               foto daniel de andrade simões

 Seca

O sol ardente na pele,
A pisada firme do retirante
Espalha pó na mata morta.

À cada passo um eco,
a cada rota a oração;
e o derradeiro filão corrente
de aguada rasa
com a cacimba secou.

Para trás, deixou o rastro e a sorte
à frente, a ilusão
e o espectro –
gravetos murchos pro alto
espetando o céu do sertão.

Luiz Carlos Bittencourt
Poeta baiano vítima dos Anos de Chumbo
11.06.1976

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