sábado, 20 de outubro de 2012

A Herança - Pertences de Lampião

reprodução:daniel de andrade simões fotos: Benjamin Abrãao

Pertences do capitão Virgulino, vulgo Lampião, constantes do inventário da polícia alagoana, que o abateu, com sua gente, na Grota dos Angicos, 1938, Estado de Sergipe: “chapéu de couro, tipo sertanejo, ornado em alto relevo em suas abas, com seis sinos de Salomão; barbicacho de couro, com 46 centímetros. de comprimento e ornado em ambos os lados com 50 peças de ouro, de confecção variada, como sejam: botões para colarinho, para punhos, e cartões de tipo visita, com variadas inscrições, como “saudade”, “recordação”, “lembrança”, “amizade” e, em alguns, um “P” como inicial e em outro “C.L.”, e mais três anéis, sendo um com pedra verde, outro uma aliança e o terceiro um de identidade gravado o nome “Santinha”; testeira de couro com quatro cm. De largura e 22 centímetros. De comprimento, onde estão fixadas as seguintes moedas e medalhas – duas gravação “Deus te guie”, “duas libras esterlinas”, “uma moeda brasileira de ouro”, com a efígie de “Petrus II”, de 1855, e ainda duas brasileiras de ouro, respectivamente de 1776 e 1802; barbicacho traseiro de couro, com as mesmas dimensões de testeira e ornado com as seguintes peças de ouro: duas medalhas com a inscrição e um brilhante pequeno e quatro outros de desenhos diferentes.


Mosquetão Mauser, modelo 1908, dos usados no Exército Nacional, em perfeito estado de conservação, número 314, série b, com bandoleira enfeitada com sete escudos de prata do Império, no valor de mil réis, e vinte e cinco ilhoses brancos, contendo um reforço de alumínio reforçando a segurança da telha que está partida. Faca de folha de aço, com sessenta e sete centímetros de dimensão, com cabo e terço de níquel adornando o cabom com três anéis de ouro, notando-se na lâmina uma mossa produzida naturalmente por bala; bainha toda de níquel, com forro interno de couro, notando-se também na parte superior estrago produzido por bala.
O encontro imaginário do Chê e Lampião

Cartucheira de couro, com enfeites de costumes da caatinga, com capacidade para cento e vinte e um cartuchos para fuzil Mauser ou mosquetão, com apito de metal amarelo, preso a uma corrente de prata – notando-se à altura do peito esquerdo um orifício produzido por bala de fuzil. Bornais – um jogo bordado a máquina, com linhas de várias cores e perfeito acabamento, tendo no fecho de um dois botões de ouro e prata e no outro apenas um botão de prata, encontrando-se no respectivo suspensório nove botões de prata e ainda apenso a um dos bornais uma caixa de folha-de-flandres, coberta do mesmo pano de bornais, também bordado a máquina; ainda um bornal de brim azul-mescla bastante usado, próprio para mantimentos, tendo como referência o ano de 1937 e as seguintes iniciais: C.V.F.S.L., tudo bordado a máquina .

Lenço de sêda vermelha, com bordados simples, apenas em três ângulos, notando-se no quarto apenas risco. Pistola Parabellum de 9 mm., número 97, tipo fabricação de 1918, com bainha de verniz preto, demonstrando boa confecção e acabamento; uma platina de fazenda azul, com três galões; um par de luvas de pano bordado, duas cobertas de chita forradas” etc.

2 comentários:

  1. Onde é que vocês encontrarm estas preciosas informações?
    Abs,
    Marília

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  2. Ele disse que quem o matou foi a vaidade; a vaidade de se deixar retratar/fotografar.
    Porque não ser apenas um justiceiro? Ser "apenas" Lampião...
    Vaidade, vaidade...
    Até no Cangaço!

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