sábado, 11 de agosto de 2012

Kok Nam e a FRELIMO. Fotógrafo amigo dos exilados brasileiros em Moçambique

Kok Nam e a FRELIMO  nos funerais do Presidente Samora Machel em 1986 - foto daniel de andrade simões

Morreu Kok Nam
Doente há alguns meses, morreu de madrugada o diretor do jornal "Savana", Kok Nam, referência do jornalismo e da fotografia de Moçambique.
9:26 Sábado, 11 de agosto de 2012

O fotojornalista moçambicano Kok Nam agora desaparecido O fotojornalista moçambicano Kok Nam, director do semanário "Savana", morreu esta madrugada em Maputo, vítima de doença, aos 72 anos, disse à agência Lusa Fernando Lima, administrador da Mediacoop, proprietária do jornal.
De ascendência chinesa, natural de Lourenço Marques, atual Maputo, onde nasceu em 1939, Kok Nam tornou-se num nome de referência do jornalismo e da fotografia de Moçambique, ainda antes da independência do país, em 1975.

O funeral realiza-se em Maputo na segunda-feira, 13 de agosto.

Filho de imigrantes camponeses da província chinesa de Cantão, Kok, como era conhecido, começou a sua carreira aos 17 anos como jornalista. Mais tarde passou pelos quadros do Diário de Moçambique e da Voz Africana, os órgãos que na década de 1960 tentavam furar o muro de silêncio colonial e, mais tarde, esteve na fundação da revista Tempo, publicação rebelde, inconformista, e escola de uma geração de jornalistas.
Publicou no Expresso e no "The New York Times"
Como fotógrafo, permaneceu na Tempo durante o período revolucionário, dominado pelo partido único, a Frelimo, e foi em sua casa que, em 1990, foi redigido o manuscrito do documento "O direito do povo à Informação", exigindo a liberdade de imprensa como um direito constitucional.
Em 1991 aderiu ao grupo de jornalistas que criou a Mediacoop, então uma cooperativa, que lançou o diário por fax Mediafax e o semanário Savana, de que era diretor desde 1994.
O seu trabalho fotojornalístico, um valioso acervo para compreender a história do país nas últimas décadas, está publicado em grandes órgãos internacionais, do português Expresso ao norte-americano "The New York Times".
"De trato fácil, incrivelmente jovial", modesto e humilde, como hoje o recordou a Mediacoop, "os seus colegas e amigos guardam dele um grande sentido de profissionalismo e rigor, e a defesa tenaz da integridade e dos princípios", acrescenta o comunicado da empresa.

Um comentário:

  1. A noticia era há muito esperada, mas nem por isso foi menos violenta. Partiu uma grande amigo e a saudade aumenta a cada dia que passa...

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