sábado, 25 de fevereiro de 2012

Quem Tem Medo da Comissão da Verdade

Inauguração em Porto Alegre pela Caravana da Anistia, o Monumento ao Sargento Raimundo (o mãos amarradas) primeira vítima da ditadura militar no RS
 Dep. Maria do Rosário (atual Ministra) Dep. Adão Prieto, Paulo Abrãao, Prefeito Fortunatti, Jair Krischke Presidente do MJDH - fotos daniel de andrade simões
Planalto também dá conta de que a nota do clube militar teria sido uma tentativa de atemorizar o governo federal, evitando que a presidente Dilma Rousseff escolhesse pessoas “mais à esquerda” para compor a comissão.
Para o professor de História da Ufrgs, Enrique Padrós, que estuda as ditaduras do Cone Sul há mais de 15 anos, os militares tentam se antecipar aos efeitos que a Comissão da Verdade podem gerar– como pressões sociais para que a Lei da Anistia seja revista.
“Estão agindo preventivamente para tentar evitar que a médio prazo possa haver uma mudança na postura da Justiça”,avalia. O pesquisador se surpreendeu com a reação, já que, na sua avaliação, o governo federal, ainda que esteja promovendo ações no sentido de resgatar a memória do que aconteceu durante o regime militar, não demonstra disposição para demandar responsabilização judicial de torturadores. “É surpreendente essa reação, porque o governo nesse sentido tem sido muito limitado”, observa.
Padrós aponta que os clubes militares são “o último reduto das viúvas da ditadura” e diz que os signatários do manifesto ainda não assimilaram a redemocratização do país.
“Continuam sendo senhores paranoicos que vivem na Guerra Fria. A cabeça deles parou numa lógica de segurança nacional da década de 1970, ainda não passaram por um processo de democratização”, critica o professor, que aponta que a impunidade aos crimes delesa-humanidade dá combustível a esse tipo de postura. “A impunidade faz com que eles pensem que toda alusão ao passado é uma ameaça a uma democracia que só existe na cabeça deles, sem movimentos sociais, sem reformas e sem contraditório”, considera Padrós.
 Jair Krischke cobra punições de Dilma a militares
 Jair Krischke entre troféus, ganhos em reconhecimento a sua luta por Direitos Humanos - foto daniel de andrade simões

 O presidente do Movimento de Justiça e Direitos Humanos do Rio Grandedo Sul, Jair Krischke, considera a reação dos militares “absolutamente desproporcional” e cobra uma atitude enérgica da presidente Dilma. “Esses senhores esquecem que a presidente é a comandante-em-chefe das Forças Armadas. Dilma deve exercitar seu comando e enquadrá-los nos regulamentos disciplinares”, opina.
Jair avalia que há setores “apavorados” nas Forças Armadas com o surgimento da Comissão da Verdade.
“São valentes contra senhoras indefesas e pessoas submetidas, mas não querem enfrentar a responsabilidade que lhes toca.
São grandes covardes”, dispara.
Para o jornalista Luiz ClaudioCunha, que já investigou crimes cometidos pelo regime militar, a insatisfação dos clubes militares pode ser um eco dos humores nos quartéis e nos servidores da ativa.
“Vocalizam o que os militares da ativa não podem expressar. Podem estar ecoando um desconforto abafado”,observa.
Entretanto, ele acredita que “a democracia não tremerá” diante das ameaças desses setores. “Estão achando que Dilma será solidária a eles? A presidente tem que ser solidária com as suas ministras. São nostálgicos da ditadura e estão assustados”, avalia o  jornalista.

Samir Oliveira

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

A Evolução da Mortalha ao Abadá no Carnaval da Bahia por Rui Patterson

Salvador 1983 (slide) foto daniel de andrade simões
No início dos anos 90 a fantasia usada pelos carnavalescos era a mortalha, um camisolão ou túnica de chita, um tecido de algodão ralo, com estampas coloridas, às vezes com mangas compridas, um capuz e chapéu, unissex, substituindo as antigas fantasias de pierrô e colombina europeus, prática, barata e resistente. A mortalha identificava o bloco ou trio, e isso era mais importante que o artista ou a banda, cuja função era puxar ou comandar o bloco. O mistério fazia parte do carnaval e podia-se brincar todos os dias com a mesma mortalha sem que os parceiros de folia soubessem a identidade do outro, beijos roubados com um discreto levantar do capuz, enquanto Caetano Veloso ordenava que era proibido proibir nos blocos Jacu, Barão, Top 69.
A ditadura militar decretou o fim das máscaras, capuzes e disfarces identificadores dos foliões preocupada com a segurança. A mortalha adquiriu um colorido psicodélico com frases expressando liberdades sexuais e comportamentais, mas ainda era um camisolão apesar dos esforços das meninas para transformá-la, fazendo nas mangas um recorte ou amarrando-as graciosamente e liberando ombros e parte do colo, enquanto que a parte de baixo era agora um saiote, na altura dos joelhos, que podia ser aberto como os quimonos orientais.
Nesse momento é que o designer gráfico Pedrinho da Rocha estabelece com o compositor e cantor Durval Lelys, do bloco Asa de Águia, uma modificação da mortalha chamando-a de “abadá”, que em iorubá significa “camisa”, na verdade camisola ou bata de jogar capoeira. Era agora uma camiseta sem mangas e com gola cavada, impossibilitando a sua divisão ou utilização por mais de uma pessoa. A “mamãe sacode” ficou perdida no tempo e lembranças dos foliões, assim como os chapéus e capuzes, eliminados para diminuir os custos de produção. A novidade foi lançada no bloco Eva no carnaval de 1993, e todos os blocos aderiram. Tiveram ainda a idéia de combinar o tema do abadá com a banda e a música, formando um todo estético, e a criação de um abadá para cada dia de apresentação do bloco, um sucesso do ponto de vista mercadológico, possibilitando ao folião escolher os dias e blocos do seu interesse, não mais vinculado a determinado bloco ou trio.


sábado, 18 de fevereiro de 2012

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Construção das Ruínas - Poemas Incuráveis por Carlos Eduardo Caramez


 

Desde que nasci
me acompanha
esse gosto de despedida
maior que minha própria vida

A toda hora preciso ir embora
andar com as pessoas do tempo
contribuir com a morte
existir só na memória
foto daniel de andrade simões (slide)

domingo, 12 de fevereiro de 2012

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Construção das Ruínas por Carlos Eduardo Caramez

foto daniel de andrade simões

Chego sempre atrasado
ando com dificuldade
a minha sombra e o meu vício
transformam meu próximo passo
num cair em precipícios
perco todo meu tempo
para desfazer isso

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Simplesmente JOSUÉ um cidadão com saúde de Braúna

foto daniel de andrade simões
Josué Pereira dos Santos, nascido em 10.5.1922. Músico, agricultor e... Remanescente de um Quilombo (Puba) avô de meus irmãos: Genete, Nelito Vanilda, Ozan e Derival .Aos 32 anos tomou um chá de coaça. Quando foi pela primeira vez ao médico aos 48 anos, se decepcionou: se soubesse não teria ido, nenhuma doença. Aos 55 anos tomou outro chá de coaça, vive muito bem de saúde aos 90 anos. Se diz um braúna, madeira de pau-ferro.
Frases e pensamentos do Sr. Josué:
Meu pai me ensinou: “ meu filho, no lugar que você achou, deixe”.
"Na roça ninguém me dá lição."
Diz que aonde ele foi a maré já secou. É muito antigo.
"Não tendo dinheiro, a pessoa está livre."
"O boi solto se lambe todo, encangado não pode se lamber."
"Vai haver o tempo que não vai se achar um cipó prá bater num cavalo."
"Nós juntos, quebramos até lageiro." Sobre a força que há na união entre as pessoas.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Crueldade na Tradição Cultural por Tânia Miranda


fotos daniel de andrade simões

O teólogo Leonardo Boff, em excelente artigo, divulga a instituição de 6 de fevereiro como o Dia Internacional de Tolerância Zero à Mutilação Genital Feminina, chamando a atenção para uma tradição cultural cruel, feroz, inimiga da vida. Denuncia essa prática como uma convenção social nefasta. As estatísticas são estarrecedoras. Praticada secularmente em 28 países da África, no Oriente Médio, no Sudeste da Ásia e em algumas regiões da Europa onde há a imigração destes países, calcula-se que existam no mundo entre 115 milhões e 130 milhões de mulheres genitalmente mutiladas. Outras 3 milhões são anualmente submetidas a tais horrores, incluindo 500 mil na Europa. Por trás desse quadro está o mais primitivo machismo que impede à mulher o acesso ao prazer sexual, transformando-a em objeto do deleite exclusivo do homem. Não sem razão a Organização Mundial da Saúde a denunciou como tortura.
O sofrimento do outro por si só desqualifica certas tradições culturais e nos impõe combatê-las. O que é cruel é crueal em qualquer cultura e em qualquer parte do mundo. A crueldade, por desumana, não tem direito de existir. Quando a diferença cultural implica desumanização e mutilação do outro e comporta violação da dignidade humana, aí encontra seu limite e deve ser coibida, proibida e até criminalizada. A lei suprema é tratar humanamente os seres humanos e por isso devemos ser críticos uns aos outros, identificando e combatendo o desrespeito aos direitos humanos.
Para o teólogo, nós ocidentais, por exemplo, somos individualistas e dualistas, tão centrados em nossa identidade que temos dificuldade em aceitar os diferentes de nós. Tendemos a tratá-los como inferiores. Isso fornece a base ideológica ao nosso espírito colonialista e imperialista, impondo ao outro os nossos valores (e anti-valores) e visão de mundo. Semelhantes limitações encontramos em todas as culturas. Mas quando elas violam todos os parâmetros da decência e basta o simples senso comum para torná-las inaceitáveis, é tolerância zero.
Tânia Miranda, historiadora, mestre em educação 






terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Bob Marley genial poeta, filósofo, músico Rei do Reggae jamaicano não morreu. Comemora Charopinho em Rio Real Sergipe

 Varanda da casa do Charopinho em Rio Real - foto daniel de andrade simões

"Uma coisa boa sobre a música é que quando ela bate você não sente dor". Bob Marley
As Vezes construímos sonhos em cima de grandes pessoas... O tempo passa... e descobrimos que grandes mesmo eram os sonhos e as pessoas pequenas demais para torná-los reais!
Bob Marley nasceu no dia 6 de fevereiro de 1945


Cães e Casca de Coco

Rio Real Sergipe - foto daniel de andrade simões

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Foto-Falante Barrado no Núcleo

Rio Real Sergipe - foto daniel de andrade simões

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012