quinta-feira, 30 de junho de 2011

Presidenta DILMA ROUSSEFF, Demarque as Terras Indígenas

Texto e fotos daniel de andrade simões
Roberto Carlos, WheraO Cinta Larga Guarany
Reivindica para seu povo a demarcação tão prometida pelas autoridades brasileiras, entra ano e sai ano e seu povo cada vez mais vive na extrema miséria e pobreza.
No Rio Grande do Sul a situação vem piorando, seu povo tenta sobreviver vendendo artesanato. As crianças vivem nas ruas pedindo uma moedinha. Encontramos em Porto Alegre lindas crianças e adultos entoando cantos guaranis para sensibilizar as pessoas que circulam no centro da cidade e no brique da Redenção. Por uma questão de justiça eles querem suas terras tomadas pelo governo e repassadas para fazendeiros e estanceiros no século passado. No Amapá durante o governo Capi as terras foram demarcadas exemplarmente.
O Brasil tem que rever sua política indigenista, a Presidenta Dilma, pretende acabar com a miséria, portanto este é momento em que isso pode ser feito, demarcar as terras dos índios do Rio Grande do Sul e do Brasil. Nada mais justo com os brasileiros natos.
Eles reivindicam uma lei que reconheça nos documentos de identidade seus nomes de origem natural das suas nações.
Roberto Carlos, conhecido entre seu povo como Cinta Larga, seu nome original é Whera que significa Brilho, sol, luz... tem filhos, Karaí, Kuarã, Tupã, sua mulher chama-se Ana Cristina e entre seu povo é conhecvida como Kerdxú, nos seus documentos de identidade nada consta.
Querem escolas nas aldeias que alfabetizem em Guarany, que se transformem em lei essas reivindicações.
Na aldeia do Cacique Whera, o Cinta Larga, que vive no Espírito Santo, caçam, pescam, e plantam café, milho, feijão e outras culturas de subsistência, sua maior fonte de renda é o plantio de eucalipto, a floresta foi totalmente devastada, ganharam a bíblia e perderam suas terras. Justiça, Presidenta Dilma, é o que nossos índios reivindicam e merecem, V.Excia. sempre lutou e esteve ao lado dos brasileiros. Contamos com seu amor ao nosso povo.

Brique da Redenção em Porto Alegre - RS

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Loucos pela Vida

Não é da luz do sol que carecemos. Milenarmente a grande estrela iluminou a terra e, afinal, nós pouco aprendemos a ver. O mundo necessita ser visto sob outra luz: a luz do luar, essa claridade que cai com respeito e delicadeza. Só o luar revela o lado feminino dos seres. Só a lua revela intimidade da nossa morada terrestre.
Necessitamos não do nascer do sol. Carecemos do nascer da Terra.
Mia Couto em: Contos do Nascer da Terra

fotos daniel de andrade simões

terça-feira, 28 de junho de 2011

domingo, 26 de junho de 2011

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Nietzsche - Sem esquecer não podemos ser humanos

"O tempo existe para apagar o tempo" - Mia Couto. foto daniel de andrade simões 

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Em homenagem a OSMAR TRINDADE por ANTONIO OLIVEIRA

... Ercy Pereira Torma ex-Presidente da ARI, Osmar Trindade e Alberto André - atual Presidente da ARI - Associação Riograndense de Imprensa
Estava por deixar a presidência do Sindicato dos Jornalistas Profissionais e numa bela manhã me apareceu por lá o Osmar Trindade cheio de segredos. Estranhei o fato de ele ter me ligado antes para marcar uma conversa, mas como a situação política estava mais conturbada do que nunca, simplesmente concordei e fiquei aguardando a chegada dele. Naqueles dias (e hoje também), não era recomendável falar muito pelo telefone.

Com a conversa macia de sempre, e um sorriso irônico, depois de alguns minutos de elocubrações ele atacou impiedosamente. Na jugular. "Nós examinamos a situação por lá (na Coojornal) e concluímos que tu és o único nome capaz de congregar todo mundo e evitar uma dissidência na eleição, o que seria fatal para a cooperativa e para todos nós neste momento e neste estágio em que estamos. E a decisão é que tu assumas a vice-presidência da chapa".

Naqueles tempos, para tipos cascudos (palavra que está em moda lá pela Azenha) que nem nós, missão era missão. Não se discutia, se assumia e se executava. Ou não. Não tinha meio termo. Então, no momento em que só me passava pela cabeça retomar as atividades com todo o vigor na redação, pois me negara a uma reeleição no Sindicato, depois de três anos trabalhando sem me licenciar para atender a entidade, também uma decisão pessoal minha, fui à luta. Mais uma eleição de chapa única.

Sem entrar em detalhes se foi bom ou ruim naquelas circunstâncias, já que compartilho da suspeita do grande causídico Marco Túlio de Rose de que se não houvesse a perseguição da ditadura militar a Coojornal estaria viva até hoje, ainda entendo que foi a decisão mais correta que poderíamos tomar. Assim, assumi a vice-presidência tateando, já que não conhecia com profundidade seu dia a dia, pois até ali havia sido somente conselheiro e um fiador sem grandes riscos, pois não possuía imóveis próprios.
Antonio Oliveira, advogado da Coojornal Marco Tulio de Rose, Rafael Guimaraens e Osmar Trindade

Confesso-lhes que o que começou como mais um aprendizado, transformou-se num verdadeiro tsunami de emoções. E perigos. Fortíssimas emoções. Atropelado pelas prisões e o julgamento de Trindade, Bicudo, Rosvita e Rafael, embora tenha sido por um curto período, episódios que marcaram profundamente a vida de todos nós. A minha, pelo menos. Afluíram sentimentos que eu jamais imaginara que existiam dentro de mim. E descobri que há coisas que eu não negocio. Constatação que me ajudou muito dali para a frente.

De lá para cá, sempre que era requisitado para alguma entrevista, palestra ou debate, sempre fazia questão de dizer que os jornalistas gaúchos tinham duas grandes dívidas para com a sociedade. Os resgates do sequestro dos uruguaios Lilian e Universindo e da história do Coojornal. Por isso, estou hoje de alma lavada. Primeiro, pelo livro do Luiz Claudio Cunha, e agora, pelo trabalho realizado pela Clô, Bicudo, Rafael, Vieira e Centeno.

Estes dois dias de apresentação e debates me emocionaram muito. Minhas filhas MARIANA E MARINA, estudantes de jornalismo e que não viveram aqueles tempos bicudos (desculpem!), também se emocionaram com o trabalho e ao ver que a imensa maioria das pessoas que circulavam pela exposição, que estavam no coquetel, que assistiram às apresentações do documentário e que participaram dos debates, conheciam o pai delas.

Por tudo isso, concluo também que fiz certo em permanecer em silêncio nestes dias. Só contemplando. E anotando. E de tudo que anotei, selecionei estas falas que transcrevo abaixo. Em homenagem, digamos assim, ao companheiro Osmar Trindade.

"O Coojornal noticiava o que a grande imprensa não divulgava. Eles não tratavam dos assuntos. Os temas continuam ai, mais pertinentes do que nunca, nos cobrando posições. Os nanicos (pequenos jornais de esquerda durante a ditadura militar) foram importantes no processo de redemocratização, na organização popular, na criação dos partidos, porque enfrentaram a censura. No final da década de 1970 eram 160 pequenos jornais que noticiavam o que a grande imprensa não publicava. Os grandes jornais não davam o que se passava no Brasil. Não é excesso de nostalgia, o tema (discussão sobre o trabalho da imprensa) continua mais pertinente do que nunca. A sociedade continua nos cobrando comportamento".

 "O maior crime contra a Coojornal não foram as prisões, foi a queima dos arquivos pela Justiça...
"Este debate é um resgate da memória histórica, mas o tema é da maior atualidade. Não há coisa mais urgente para se discutir do que a atuação da imprensa. O País fez uma opção forte, persistente, pela democracia, mas ela só se realiza com a organização e participação das pessoas. Há carência em todos os meios de informação, que informam com parcialidade ou manipulação. A crítica forte e séria é necessária, importante. Esses grupos que dominam a mídia brasileira não se dão conta da necessidade de informação diversificada para se poder entender o que está acontecendo...

"A população fez o controle silencioso da natalidade no País e reduziu em 50% os nascimentos sem que a imprensa se desse conta. Aconteceu a ascensão social de uma faixa enorme da população, dentro de um processo democrático de transferência de renda, com apoio da sociedade, sem que a mídia se desse conta. A informação não circula e a que circula é domesticada. Não falta interesse, mas falta liberdade no novo modelo que surgiu nas redações. É um modelo que está morto. Prevalece o jornalismo individual, acabaram-se as discussões nas redações, que davam o sentido do coletivo, do diversificado, no corpo das redações. Hoje as redações não percebem o que está acontecendo na sociedade. As redações de hoje têm pouca sensibilidade. As redações de hoje são dóceis, homogeneizadas e hierarquizadas...

"Eu assisto o Jornal Nacional não para ver as notícias, mas só para saber qual é a opinião da Globo, o que ela pensa. E como é velho o formato do Jornal Nacional. É uma coisa lá da década de 1970. Ai inventaram o Jornal Nacional no Ar. Então, se mandam lá para Girau (AL), mas chegam lá, fazem umas duas entrevistas, mostram algumas imagens e vão embora. Saem correndo para outra pauta, e nunca mais voltam lá. E nós ficamos sem saber o que aconteceu lá, pois eles não aprofundaram nada. É um jornalismo que não é pensado, é demandado de fora para dentro. Parece mais uma coluna social do poder.

"Há espaço para os jornalistas fazerem jornalismo...

"A autocensura é mais prejudicial que a censura...


"A imprensa se nega a discutir uma causa que é dela (a criação dos Conselhos de Comunicação Social). A imprensa é feita para discutir. Para a imprensa (as grandes empresas), ninguém pode se reunir e discutir nada que lhe diga respeito, que é taxado de censura. E os jornalistas que estão nas redações fazem ouvidos de mercador. Fazem de conta que nem é com eles. A boa informação, a informação de qualidade, é responsabilidade do profissional e não da empresa. Mas alguma coisa nova vai surgir. Pequenos projetos com uma nova linguagem...

"Há grande queda na venda dos jornais, mas não é só por causa da internet, não. Em parte pode ser, mas não é só por isso. Uma tecnologia não acaba com a outra. Ela desloca. Não vêm o disco de vinil? Ele está ai até hoje. Eu pego os grandes jornais e só olho as manchetes e jogo de lado. Eles não trazem nada de novo, nenhuma matéria interessante, com profundidade. Falam de tudo para todos, mas superficialmente. Aposto que ninguém sabe o que está sendo discutido no Novo Código Florestal, pois ninguém fez uma boa matéria sobre o que está sendo discutido. Hoje só se faz jornalismo declaratório. Vão lá e copiam a declaração de um deputado, de um ministro, de um político qualquer... São catadores de palavras (como disse certa vez lá em Brasília um motorista do ex-ministro da Fazenda Dilson Funaro)....

"Hoje, em Porto Alegre, tu consegues comprar os jornais de Rio e São Paulo em três ou quatro bancas. Só...

"Um repórter da Zero Hora conversou duas horas comigo, fez a matéria e o jornal não publicou (sobre o processo da mãe do ex-governador Germano Rigotto contra o Jornal Já). Um processo vergonhoso para o Rio Grande, que ninguém da imprensa noticiou".

"As agências são gerenciadoras de recursos dos clientes. E naquele tempo (da ditadura militar) era difícil mudar a cabeça dos clientes que recebiam pressão econômica (para não anunciar no Coojornal e para não trabalhar com a Coojornal)".

"Não fizemos o Coojornal para derrubar o regime, a ditadura...

O modelo de cooperativismo (para os jornalistas) não está esgotado...

A Unimed e a Cotrijui foram as únicas que seguraram a barra (que continuaram anunciando e trabalhando com a Coojornal)".

"Eu pedi que eles me dessem a orientação por escrito, pois a Unimed era uma cooperativa e eu tinha que levar para discutir com os associados (para não anunciar mais na Coojornal) e eles disseram que isso não podiam fazer. Me convocaram para depor. Fiquei lá duas horas e quando sai me advertiram que poderiam me chamar de novo. Eu disse que não tinha problema, pois o cafezinho deles era muito bom".

"Os jornais amanhecem vencidos, passados, velhos, não trazem nenhuma novidade, não aprofundam os temas, não instigam. Com a internet não se precisa mais deles. Em dez anos, perderam 47% de circulação e vendas. Hoje cada um tem o seu espaço de procurar notícias, de se informar pela internet. Você pode perder um noticiário da TV, mas chega em casa e vai lá e pode recuperá-lo nos arquivos da emissora".
Rafael GUIMARAENS e Clô BARCELLOS - Editores da LIBRETOS
"A imprensa de hoje não acompanha as lutas e as conquistas da sociedade. É uma imprensa horizontal, que não aprofunda nada. Não se faz mais matérias completas".
ANTONIO OLIVEIRA Jornalista Profissional DRT-RS 3430  - EXCLUSIVO para o SAITICA - fotos daniel de andrade simões

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Coisa estranha sô...Em Zagreb ou no carnaval de Veneza, corre-se também riscos...


Epicuro falou e alguém gravou: Os grandes navegadores devem sua  reputação aos temporais e tempestades. foto daniel de andrade simões

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Moçambique - Samora Machel por Graça Machel

Graça Machel ex-mulher de Samora Machel e atual companheira de Mandela - foto daniel de andrade simões
GRACA Machel, viúva do primeiro presidente de Moçambique independente, Samora Machel, defendeu terça-feira, em Maputo, a urgência de incluir a classe intelectual na concepção de políticas e na solução dos problemas que o país enfrenta.
Maputo, Quinta-Feira, 16 de Junho de 2011:: Notícias
Graça Machel, activista moçambicana e antiga ministra da Educação e Cultura, denunciou a marginalização dos intelectuais moçambicanos, que constituem uma capacidade que o país construiu ao longo dos últimos anos.
“Não há mecanismos de os fazer participar, na sua plenitude, na solução dos problemas do país, muito menos influenciarem as politicas e sentirem-se parte delas. É preciso reverter esta situação e dar oportunidade para que os intelectuais mostrem os seus conhecimentos”, defendeu.
Graça Machel fez estes pronunciamentos durante uma mesa redonda sobre a vida e obra de Samora Machel, no quadro das quartas jornadas científicas e tecnológicas de Moçambique que hoje encerram em Maputo.
Na ocasião, deu exemplo de Samora Machel na inclusão dos intelectuais na vida do país, sublinhando que aquele líder se fazia rodear de pessoas que tinham conhecimentos, sem qualquer complexo.
“Samora Machel não tinha muitas habilitações literárias. O seu mérito foi fazer-se rodear de pessoas altamente qualificadas. Ele não tinha complexos de se rodear de pessoas com mais conhecimentos”, frisou, acrescentado: “ele era um pensador estratégico”.
Graça Machel salientou que não é possível alcançar as batalhas ou desafios do século XXI sem colocar a educação em primeiro lugar.
Segundo a fonte, Samora Machel colocou a educação sempre em primeiro lugar. Nos primórdios da luta armada de libertação nacional havia consciência de que a educação é um pilar para o desenvolvimento e já se defendia o ideal de que “é preciso educar o homem para vencer a guerra e criar uma nova sociedade para desenvolver a pátria depois da independência”.
“Samora defendia que a ciência libertava o povo, por isso sempre houve programas de alfabetização nos campos e os poucos guerrilheiros que tinham experiência de docência formularam os fundamentos do Sistema Nacional de Educação que fosse genuinamente moçambicano e foram criados centros-piloto nas zonas libertadas”, explicou.
Graça Machel acrescentou que “a guerra tinha que ser dirigida e vencida pela ciência e que todos se vissem como iguais, por isso depois surgiu o ideal de fazer da escola uma base para o povo tomar o poder. Este princípio deixava claro que o objectivo não era só libertar o país do colonialismo, mas era preciso saber gerir o povo”.
Num outro desenvolvimento, Graça Machel disse que o desenvolvimento só se realiza quando baseado em condições exactas do povo.
“Adoptam-se teorias dos outros e esquecemos que só nos vamos transformar, atingir a prosperidade quando olharmos para a nossa realidade, as nossas condições sócio-culturais. Não podemos importar somente agendas políticas. Para que elas tenham impactos devem ser adequadas”, defendeu.
Enfatizou que Samora Machel não vai voltar e a forma de manter os seus ideais depende dos moçambicanos.
“Samora não vai voltar e para dar continuidade ao que ele defendia, tudo depende de nós. Moçambique precisa de pessoas que têm consciência da discriminação, da exclusão social e que rejeitem e se manifestem contra estas práticas e contra a imposição de políticas, para que possamos colocar Moçambique nos caris”, sublinhou.
Para tal, Graça Machel considera premente que Moçambique seja um Estado solidário, onde não se colocam os pobres de lado.
“As elites moçambicanas devem ter consciência de solidariedade nacional. Ninguém se pode sentir satisfeito e realizado quando há uma maioria a lutar pela sobrevivência”, rematou.

• AIM

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Arte nas ruas de Porto Alegre

Charles Busker
Zé Pintor - Rua da Praia - fotos daniel de andrade simões

Para gaúcho, Gaiteiro para nordestino, Sanfoneiro


terça-feira, 14 de junho de 2011

Cajueiro Baiano de Rio Real

foto e texto daniel de andrade simões
Cajueiro
Entre tantas flores pequenas
algumas
sobrevivem
outras despencam
visitadas por abelhas
Coisas
do verão
Todo ano
elas voltam para rever o tempo
Com o brotar das flores
vêm os frutos
amarelos
rosas
ou vermelhos
Em cada polpa
uma castanha
fruto flor
do sertão
O majestoso e encantador cajueiro

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Coojornal Encerramento com Debates - Fotos daniel de andrade simões

Clô, Alfredo Fedrizzi e Jorge Olavo Carvalho Leite

cooJornalistas Antonio, do comercial e homenageado Osmar Trindade

Lenora Vargas ... faria tudo de novo mas,  mudaria o mundo ...e assim foi...
uma grande expectativa pela sua provável "adentração triunfal" no recinto da exposição do coojornal. Isso ficou sem ocorrer... Lenora , como você maltrata o poLvo.





Companheiro blogueiro do http:/http://www.tijoladas.net//

Colegas jornalistas Simone, fotógrafos Ricardo Stricher e Marco Nedeff
Jornalistas Elmar Bones e Jorge Polidoro, um dos grandes artistas gráficos da Coojornal responsável por excelentes capas

Timão de jornalistas com alguns desfalques: à direita sem jogador, no centro alguns, à esquerda a maioria, no ataque, quase ninguém, goleiro não há, há vagas para mais candidatos.

Coojornal, links do passado conectados ao presente

por Silvia Marcuzzo * (silvia@econvicta.com.br)
Os tantos assuntos que foram levantados pelos “agitos” do lançamento da obra Coojornal – Um Jornal de Jornalistas sob o Regime Militar, são tão atuais, urgentes e talvez muito graves que os dos anos de chumbo do saudoso tablóide. O lançamento do projeto multimídia envolveu uma exposição de capas do periódico, um documentário, um site e uma publicação com 33 reportagens escolhidas a dedo entre as 78 edições do Coojornal. Um tablóide feito por uma cooperativa formada por jornalistas que arrebanhou prêmios, lutou pela sobrevivência e deixou muitos órfãos.
O trabalho foi organizado por protagonistas daquele momento histórico: Rafael Guimaraens, o Rafinha, principal autor da Editora Libretos; Elmar Bones, vulgo Bicudo, um jornalista que JÁmais se entrega às injustiças desencadeadas pelo fazer jornalístico; e Ayrton Centeno, ex-correspondente de muitos anos do Estadão em Porto Alegre (ainda dos tempos das sucursais).
Para quem se interessa por jornalismo, difusão de informações etc, o encontro de titãs da época em que a busca pela notícia era feita olho no olho representou uma sacolejada em quem se importa com a qualidade e a quantidade de informações relevantes. E uma das questões que todos deixaram claro é que a força motriz do trabalho era a realização pessoal de profissionais que queriam trazer à tona questões importantes para a coletividade. O revolucionário jornal, que chegou a ter uma tiragem de 33 mil exemplares, foi emblemático por vários motivos.
Entretanto, o mar de poltronas do Dante Barone, denotou que algo errado está pairando. Não só naquele momento.
A passividade deve estar assombrando as almas dos tantos conterrâneos que outrora entoaram com orgulho o “sirvam nossas façanhas de modelo a toda terra”, do Hino Riograndense. No evento, as cabeças brancas e as de cabelo ralo predominavam. E um público menor ainda permaneceu no teatro até o final do vídeo com uma hora de duração e das apresentações recheadas de nostálgicos “flashbacks”. Será culpa da sexta-feira gelada e escura?
À mesa, personagens da história do Jornalismo nacional que ainda tem muita poeira que levantar (eles têm quilometragem rodada, mas são semi-novos, com motores recauchutados): Bones, uma espécime rara a ser estudada pela academia, tem um fôlego incansável, mesmo sob os constantes açoites dos quais vem se defendendo; Jorge Polydoro, um arquiteto, talvez o único diagramador dono de empresa jornalística que esses pagos tenham visto, proprietário da Plural, editora das revistas Amanhã e Aplauso; José Antonio Vieira da Cunha, empresário da área “publijornalística”, Vieirinha, cujo sangue das rotativas vem de família e que edita talvez o veículo mais lido pelos colegas, o portal Coletiva.net; Centeno e Rafa, que não abandonam até hoje “a dor e a delícia” de serem repórteres.
Além de algumas expressões da comunicação, eles deram um show, arrancaram risadas, lágrimas e deixaram as almas sensíveis que ainda se importam com o rumo das configurações de coração apertado. Tão emocionante, com tanta substância, com links do passado completamente conectados ao presente, que me incomodaram de tal forma, que inúmeros questionamentos desabrocharam sem parar.
E o futuro? Atrás de mim vi apenas DOIS estudantes de Jornalismo naquele imenso Dante Barone, amplo anfiteatro da Assembleia Legislativa gaúcha, acompanhando aquele espetáculo. A editora Clô Barcellos acrescentou que apenas 20, dos 300 certificados providenciados, foram pedidos por estudantes. Sem falar que não vi qualquer colega de veículo. Nenhum professor universitário (ou melhor, vi o ex-vice governador Antônio Hohlfedt, que saiu na metade). E para não dizer que não encontrei representantes de movimentos sociais, vi o Celso Marques, que durante anos foi presidente da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan).
Não me contive e fui obrigada a indagar para aquela mesa coomultifacetada algumas das minhas inquietações diante da nossa realidade de informações pasteurizadas, mantidas por um jornalismo “declaratório”, como bem conceituou Bones. Onde anda o tesão pelo fazer, pela entrevista, pelo contato olho no olho? Quais universidades dão a real sobre o mercado? Parece que o IPA dá noções de empreendedorismo, mas e as outras? A ousadia de colocar em prática os sonhos, em vez de ser mais um que tem como destino a carteira assinada em alguma assessoria ou redação é algo bem difícil. Talvez por isso tanta gente acabe abandonando a profissão?
Bones soltou o verbo. E comentou muitas coisas que me fizeram e ainda farão refletir por um bom tempo. Para ele, essa profusão de blogs, de indivíduos que relatam as coisas sob sua ótica não tem o mesmo peso de uma reportagem, de um material publicado com o aval de um corpo de redação. Bones salientou uma questão nevrálgica para nós jornalistas. A responsabilidade da qualidade do trabalho é do jornalista e não do veículo onde ele atua.
Participações importantes temperaram a discussão. Alfredo Fedrizzi, presidente da TVE e FM Cultura nos meus tempos de estágio na gloriosa rádio FM Cultura e TVE, confessou que deixou de dar aula na graduação porque a cada ano o nível dos alunos piorava. E o melhor assessor de imprensa com quem já tive contato na vida (nos meus tempos de repórter do Correio do Povo), o Jorge Olavo Carvalho Leite, também cria do Coojornal, acrescentou meandros de histórias do Bicudo e sua trupe.
Vieirinha, que acompanha por tabela tudo que se passa nas “entradas e saídas” das salas de criação de agências e das redações de jornais, fez questão de deixar claro que o Coojornal foi resultado de planejamento e de estudos desde um ano antes de sair o primeiro exemplar, em 1974. Centeno convidou a todos para conferirem o acervo do Museu Hipólito José da Costa. Lá é imprescindível deixar os olhos e o coração abertos à proposta editorial da Folha da Manhã, extremamente atual e moderna.
Jamais conseguiria colocar aqui tudo que me tocou naquela noite. Mas alguma coisa me disse que apesar da ditadura, das dívidas, das máquinas aprendidas, dos imóveis perdidos (o coitadinho do meu professor Antoninho Gonzales uma vez me contou que perdeu um apartamento por causa da Coojornal), enfim dos rumos daquele empreendimento, é que os jovens idealistas daquela época eram bem mais plenos, recheados de aventura, do que os de hoje.
Se os de 40 tiveram seus “heróis mortos por overdose”, como lembrou o poeta Cazuza, os de 20, 30 anos, tiveram sua infância animada pela Xuxa. Será que isso contribuiu para tantos jovens estarem mais engajados à procura de um emprego “hora bunda” e com tarefas que possam ser resolvidas pelo Google do que com a qualidade da sua existência?
Enfim, o encontro largou várias pulgas que foram parar atrás da minha orelha. Tantas amigas já abandonaram a profissão por falta de perspectiva, tanta pauta explodindo nas esquinas, tanta informação relevante ignorada... Imediatamente já comecei a viajar em possibilidades, uma nova cooperativa (e o representante da Sicredi esteve lá dizendo que o caso do Coojornal precisa ser estudado, tem futuro)? E se todo mundo tivesse sua PJ?... E se um novo veículo surgisse, para que os experientes mostrassem um pouco do que sabem para os focas (desde que eles estejam no cio da busca pela notícia)? E os nomes?? Já me vieram vários... ACOOnteceJá, COOnline (esse foi citado pelo Polydoro), InCOOnformado, COOportal, ACOOrda RS, sei lá. Espero que toda essa viagem, minha e dos protagonistas da história do jornalismo não fique só no desabafo. Mas e será que alguém tem tempo hoje para se preocupar com isso?
 Silvia Marcuzzo é jornalista.




sábado, 11 de junho de 2011

Lançamento da Publicação sobre a Coojornal - Cooperativa dos Jornalistas do Rio Grande do Sul - fotos daniel de andrade simões

cooJornalistas presos durante a ditadura por divulgar verdades - Rafael Guimaraens, Elmar Bones, Rosvita e Osmar Trindade
A alegria pelo resgate da história publicado no livro sobre a Cooperativa - Vieira da Cunha ex-presidente da Coojornal
Fotógrafo coojornalista Luiz Eduardo Achutti  e Paulo de Tarso Riccordi. No cooJornal a fotografia era a prova cabal da autenticidade das reportagens. Tínhamos como retratistas que: "correr da cobra e fazer a foto". Achutti, foi amigo e parceiro na cooperativa, hoje irmão e camarada, atualmente doutor e professor da UFRGS. Fotografa e participa da vida cultural do Brasil.
Ser fotógrafo da Coojornal era colocar a fotografia no lugar do fuzil, era lutar contra as Ditaduras Civil e Militar na América Latina. Era  fazer parceria com a cultura com a literatura, música, com as mutações, com os mutantes, Caetano, Gil, Chico Buarque, Nei Lisboa, Raul Seixas, Rita Lee, Elis, Bob Marley, Marighela, Gandhi, Lenon, enfim, era encarar a vida de frente, era  correr grande risco em  ser preso, torturado e morto. O cooJornal com sua equipe de cartunistas, diagramadores, fotógrafos, ilustradores, arte-finalistas, motoristas, poetas, cozinheira dona Leocádia, com pouca grana, sabotado, pelo regime, resistiu até 1983. Foi morto por Divulgar Verdades. Vivemos mesmo assim, bons momentos das nossas vidas.  Essa liberdade atual é fruto também destas lutas.
Hoje até parece que temos uma imprensa livre, gaga, monótona, enfim ... por favor, completem. 
daniel de andrade simões - fotógrafo coojornalista

Antonio Oliveira Coojornalista ex-vice presidente da Coojornal, sua companheira Tereza e sua filha jornalista Mariana
A expectativa era tanta que alguns jornalistas folheavam a publicação no escuro
Elmar Bones cooJornalista, intelectual de respeito e prestígio, atual editor do JÁ e o fotógrafo Ricardo Stricher
Jornalista Polaca e simpáticas ativistas alegres comemorando a luta e a publicação
Jair Krischke ativista Presidente do Movimento de Justiça e Direitos Humanos - Camarada sempre ao lado dos que lutam por justiça, com ele não há tempo crespo, é de fé irmão e camarada dos jornalistas
O competente e solidário jornalista André Pereira com filha companheira Camila 

A juventude prestigiando o evento

Laura Wodtke Carvalho, continuadora das verdades
...Majane Silveira, jovem ilustradora, José Daniel Craidy Simões, arquiteto e o companheiro advogado da Coojornal Marco Tulio De Rose
A jovem e importante presença da juventude
Vera Spolidoro Secretária de Comunicação do Governo Tarso, Liliane Froemming e o companheiro Deputado Raul Pont, a blogueira historiadora Stella Petrasi, jornalista Andréa Zilio representante do Acre
... extraordinária fotógrafa coojornalista Jacqueline Joner e companheiro de lutas Carlos Carvalho criador do FestFotoPoa

Fotógrafo amigo e companheiro Marco Couto

O Cabra conterrâneo Ricardo - RAAS - advogado e estudante de Comunicação
Fotógrafo querido Nico Steves (esquerda) representando também o coojornalista amigo Manoel Canabarro

O eclético companheiro e amigo da cooJornal, Enio Lindenbaum. Parceiro do Raul Seixas, empresário, ator, intelectual, com uma singela característica, ser amigo do Professor Pablo Fabian.
...Representante da alegria e simpatia e descontração, presente!
A nova geração de ilustradoras, Majane Silveira
Fotógrafos Silvio Sirângelo, Achutti, o cantor e compositor ativista Raul Elwangler
Paulo e sua família,  ex-produtor da Coojornal
Presença marcante de intelectuais gaúchos
Bolívar ou BoLivro, companheiro  vendedor de conhecimentos, uma de suas qualidades era, confiar em fotógrafos sem grana e vender livros fiado, mesmo um deles sendo baiano.




  Ativistas ecologistas, entre eles Caio Lustosa

cooJornalistas Airton Centeno (com meu chapéu) e Jorge Gallina artista gráfico, participou da criação do Coojornal e Folha do Amapá com Elson Martins e Osmar Trindade
A descontração simpática do Trio Iraquitan
A importante presença de intelectuais do Movimento Negro

Professora Stella Petrasi, jornalista amiga do Osmar Trindade na Folha do Amapá, Andréa Zilio e ex-vice presidente da Coojornal e ex-presidente do Sindicato dos Jornalistas Antonio Oliveira
Amiga da Coojornal
Editora da Libretos Clô Barcellos, Antonio Oliveira e Achutti relembrando o que viram ...faço minhas as palavras do colega fotógrafo.
   Cartunista do cooJornal Santiago, jornalista Elmar Bones (Bicudo) e sua companheira jornalista Patricia Marini
Representante do "Fome Nunca Mais e do Moacir", mendigo da cooJornal. Sem a presença deste senhor, portador do passaporte Sem Fronteira, vernissage sem ele, não faz sucesso.
Presença, jovem, simpática e valiosa do roqueiro paulista do Cólera.
fotos daniel de andrade simões