quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Vidas Secas - Moçambique

foto daniel de andrade


O sol ardente na pele,
a pisada firme do retirante
espalha pó na mata morta.

A cada passo um eco,
a cada rota uma oração;
e o derradeiro filão corrente
de aguada rasa
com a cacimba secou.

Para trás, deixou o rastro e a sorte
à frente, a ilusão
e o espectro -
gravetos murchos pro alto
espetando o céu do sertão

poeta e jornalista baiano
luiz carlos maia bittencourt – vítima dos anos de chumbo

2 comentários:

  1. Obrigado por postar o pensamento poético de meu pai. Esse pensamento me remete a imagens de Vidas Secas (Graciliano Ramos). E eu vejo realidades paralelas da atualidade da vida das pessoas, que cabem bem nessa visão também. O mar está virando sertão, e o mundo está com a cacimba cheia de ilusões.
    Obrigado por postar um pouco do pensamento poético de meu pai.
    Deus te abençõe, Daniel.

    Andrei R. M. Bittencourt

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  2. TIVE A SENSAÇÃO DE LER ESSA POESIA EM ALGUM LUGAR, E AGORA EU PERCEBO QUE SE PARECE COM O LIVRO VIDAS SECAS.
    A VIDA É UMA LOUCURA, E O SER HUMANO UM GUERREIRO.
    BEIJOSSS
    GUEVEN

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