sexta-feira, 6 de junho de 2008

Anarquismo por Bakunin

Mikhail Bakunin (1814-1876) não era um adivinho, mas um estudioso das estruturas de poder e da natureza da condição humana. Possivelmente, inspirado nos exercícios e abusos de poder de Cromwell (Inglaterra) e da Revolução Francesa.
Bakunin é o principal pensador e propagador do anarquismo. Uma teoria ideológica que almeja criar uma sociedade que funciona sem hierarquias políticas, econômicas e/ou sociais.
Os anarquistas defendem a ausência de governos na suposição de que um sistema social só funciona com a maximização da liberdade individual e da igualdade social.
Bakunin defendia que o esforço revolucionário deveria ser concentrado na destruição das "coisas" (leia-se Estado), e não das "pessoas".
Afirmava que a centralização da autoridade e do Estado criavam um obstáculo ao desenvolvimento das pessoas e das nações.
Rompido com comunistas e socialistas, Bakunin lidera a criação de grupos anarquistas em vários países do mundo, pregando o anti-autoritarismo, o mutualismo e o princípio descentralizador.
Uma de suas proféticas afirmativas, diz: "Assim, (...) chega-se ao mesmo resultado execrável: o governo da imensa maioria das massas populares se faz por uma minoria privilegiada. Esta minoria, porém, dizem os marxistas, compor-se-á de operários. Sim, com certeza, de antigos operários, mas que, tão logo se tornem governantes ou representantes do povo, cessarão de ser operários e por-se-ão a observar o mundo proletário de cima do Estado; não mais representarão o povo, mas a si mesmos e suas pretensões de governá-lo. Quem duvida disso não conhece a natureza humana”.
Outro sujeito, Milovan Djilas (1911-1995), ex-ministro, vice-presidente, dissidente e contestador do regime comunista iugoslavo, ao tempo de Josip Broz Tito, dizia em seu livro “A Nova Classe” (1957):
“É muito difícil, talvez impossível, definir os limites da nova classe e identificar seus membros. Pode-se dizer que ela é constituída daqueles que gozam privilégios especiais e favoritismo econômico devido ao monopólio administrativo que detém”.
Conclusão: não há nada de novo no “front” da história! Agora, também nós assistimos a ascensão e as manobras da nova classe. Poder, arrogância, soberba e escândalos.
O politburo petista-governamental desdobra-se em procedimentos de contenção do dique comportamental rompido. Operações de dissimulação e mascaramento das relações noturnas dos companheiros da hora.
São renans, waldomiros, delúbios, pereiras, valérios, jeffersons, dudas, jucás, severinos, fundos de pensões, assistencialismos, cartões de crédito corporativo, etc...
São os substantivos e adjetivos novos que desafiam os dicionaristas de plantão. Quando pensamos que descobrimos seu significado/dimensão, surge nova significação/significante. É como querer descobrir a cor do camaleão.
Silêncio e distância agora são os novos papéis do mercado político. Ações/inações nem tão virtuais compradas e silenciadas com dinheiro real.

Um comentário:

  1. Sem dominador ou dominado, uma sociedade nova onde uma nova ética, a ética libertária, possa existir e impedir as mazelas que o capitalismo e outras formas de autoritarismo vem produzindo na humanidade.

    ResponderExcluir