sexta-feira, 21 de março de 2008

Lembranças do senhor cinco vêzes ex Jacinto Gastura

 foto daniel de andrade simões
Bem afável, cuidadoso no trato com as pessoas, sorridente, observador, movimentos suaves, magro, cultiva uma barba bem aparada, olhos embaçados pelas águas dos igarapés, adora camarão rosa e vinho. De quando em vez sangra um porco e oferece festa aos amigos.
Hoje mais velho após travar algumas batalhas políticas, alguns mandatos seguros aos trancos e barrancos, vive lembrando de coisas idas e passadas. Intercala nas lembranças músicas do Vandré, da Elis mas nunca do Raul Seixas.
Gosta mesmo é de lambeção de puxa-sacos que alimentam seu ego. Elevando-o às nuvens poluídas e sem mistérios. Péssimo colecionador de amizades. A frase que mais gosta “maior ícone da esquerda, maior expressão do seu Estado... o sol que ilumina do Oiapoque ao Chuí...”
Chora, desmaia, arranca pedaços, se esconde, provoca seus adversários, certo que está criando um fato político. Erra constantemente por orientação da
família. Trai seus amigos e companheiros no silêncio. Erra sempre ao montar sua equipe de assessores, deixando de fora os mais críticos e competentes, apesar dos acordos verbais, prefere os bajuladores. O tempo passa e ele não sabe contar até 20, resumindo seu mandato em 4 anos incompletos. Transforma seus erros em perseguição, se faz de vítima eterna, um injustiçado
Vive hoje numa fuga comum, se achando um grande herói pelo feito impoluto de ex alguma coisa... Não contribui com a história do seu país, não sabe da dinâmica nem da própria vida. O tempo nesse caso é secundário, talvez nem exista...
Não aprendeu quase nada até hoje, vive numa ilha, vive de um partido em que se faz seu maior ídolo, sem admitir, sem sentir a dialética própria da história política, as novas lideranças. Fruto de uma luta de muitos outros companheiros desse maravilhoso Brasil. É o novo pensamento é a nova ordem mundial, é a ciência em constante mutação natural.
Vende uma imagem de puro, honesto, quase um santo. Sem as fraquezas próprias da carne, acha-se na verdade o ícone maior. O salvador do mundo. Falta ver que esse muro ruiu, apodreceu, nem tem mais os assessores para direcioná-lo ao caminho das pedras. Corre risco de afogamento e desespero. Falta a humildade de um ser normal, de um vivente provisório. Cabe talvez aos seus verdadeiros amigos salvá-lo, pois nas cinzas também há vida companheiro.
Daniel de Andrade

terça-feira, 18 de março de 2008

segunda-feira, 17 de março de 2008

Iuri Ribeiro Bittencourt - Allea Jacta Est ou seja A jaca Foi Lançada










O forrozeiro Iuri VOZCOMUNICA:
Rio Real Bahia.
Pois é, Rio Real é a terra onde a minha avó nasceu. Ela se chamava, naqueles tempos idos de 1898, Barracão. E dona Emília, que saiu de lá aos quatorze anos só retornando dois anos depois, com uma filha recém nascida, e para onde nunca mais retornou, era filha de Angelo Lúcio dos Santos e de Joana Nunes dos Santos. Ele, capataz de uma fazenda, ela, do lar.Ele, negro, ela filha de índia com português. Conta a lenda que o luso atravessou o rio (quero crer que tenha sido o Real) para, na outra margem, ganhar dos nativos, terras e filha.É uma bela história, não?Mas não tenho o fio da meada. Tudo ficou por lá mesmo. No entanto, o sentimento atávico se mostoru quando cheguei naquele alpendre do Raposo e vi aquele matagal e o riacho lá no fundo. Senti que ali era mais do que a casa de amigos, ali era minha casa, minha terra, algo meu estava ali, e não tinha sido apresentado pelo mano Daniel mas... por algo que ultrapassava minha memória. Algo anterior a mim mas que meu sangue e meu coração sentiam e reviviam.
Lucia Ribeiro Bittencourt

sexta-feira, 7 de março de 2008

Vôo do Urubu Zebedeu



Planar bem alto, o mais distante possível, olhar de cima, encontrar a nascente da luz do sol.
Lá em baixo o homem enlouquecido, toca fogo em tudo, lixo, floresta, bicho e até gente.
Do alto vejo uma bela e suave paisagem: o azul do marmo verde das matas e as curvas douradas dos rios circundando a paisagem. Como pode um só criador ser o escultor de tamanha beleza ? Alegre sinto-me feliz com o muito que vejo. Se mais não subo é por não querer avançar demais. Meu coração pode se afogar na emoção. Pode não caber maior quantidade de formosura.
Da morte violenta do homem pouco entendo, sua carne é sempre envenenada pelo ódio e medo. O pior veneno para espírito. O assassino lava seu corpo em água limpa mas sua alma fede a tristeza. O morto guarda nas tripas uma armadilha, o ódio. É o pior dos venenos que contamina a alma dos viventes.
Alguém pode até dizer, mas que urubu fresco e metido a besta, parece até que não come carniça...
Gosto da carniça do campo, dos pastos, não do que é encontrado no lixo das cidades. O lixo dos ricos também é perigoso, possui temperos e aromatizantes artificiais, cheira mal. Carniça boa é encontrada no campo e nas matas, lá me faço rei, como lagartos, peixes e outras guloseimas. Deixo o lixo das cidades para os humanos. Busco o futuro. Já me disseram, esperar não é ficar à espera. Vôo para ver do alto e dar asas à imaginação.
foto e texto daniel de andrade simões